Bem, chegamos ao final com um resumo da óperas de Handel, sabendo que não foram totalmente exploradas. Recomendo a leitura do livro de Lauro Machado Coelho, A Ópera Barroca Italiana, onde ele tem a oportunidade de esclarecer diversos pontos da obra deste grande compositor.
Com a vasta extensão de suas obras musicais, pode-se afirmar que George Friedric Handel foi um compositor antes de tudo cosmopolita, que aprendeu e se apropriou de estilos tão múltiplos quanto o germânico, o italiano, o francês e o inglês, utilizando-os em suas composições. Foi verdadeiro homem de teatro e é principalmente reconhecido por ter se desenvolvido nos gêneros dramáticos do oratório e da ópera. Ele não apenas influenciou as mudanças operadas na ópera do século dezoito que levaram à reforma de Gluck, como participou nelas, embora indiretamente.
Handel não foi simplesmente um compositor barroco preocupado unicamente com a aplicação mecânica de uma fórmula musical por pura obediência à moda de seu tempo e com objetivos antes de mais nada pecuniários. A debatida crítica a sua prática de tomar de empréstimo material alheio para suas composições, tem sido vista como uma falha ética, ou um sintoma de falta de inspiração, mas o fato é que em sua época não havia um conceito de direito autoral como hoje o conhecemos, e além do mais esse uso era corriqueiro em seu tempo, um fenômeno que não se restringia somente à música e ademais os empréstimos de Händel eram conhecidos de todos em seu tempo e ele mesmo não fazia o menor esforço de escondê-los.
As suas obras vocais, óperas e oratórios, além de hinos, odes e cantatas, tomavam um caráter quase que idênticos na sua época, cuja diferenciação mais óbvia entre eles é que as óperas eram encenadas como peças de teatro, com um enredo dramático, figurinos e toda a montagem cênica, e as demais eram peças de concerto, sem encenação, ou com acessórios cenográficos resumidos a um mínimo. A ópera séria barroca, apesar de ser a forma de teatro mais prestigiada da época, considerada a verdadeira suma de todas as artes, mais apelava para o espetáculo em si de sua encenação do que na sua força no conteúdo textual, o que não impedia que algumas tivessem libretos de alta qualidade poética e eficiência dramática. Entretanto, o libreto muitas vezes se encerrava de forma entrecortada, dificultando a compreensão das tramas mitológicas.
Mas, seja como for, a sua presença hoje na vida musical do ocidente parece assegurada. Já existe enorme discografia de suas obras, e as apresentações operísticas vêm cada vez mais aparecendo em quantidade e qualidade, adaptadas muitas vezes aos conflitos do mundo moderno em que vivemos e difundidadas em vários países. Até o Brasil.
Ler site http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/georg-friedrich-handel/george-friedrich-handel-9.php
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_operas_by_Handel
Levic
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