Na Inglaterra voltamos ao nome de George Frederick Häendel (1685- 1759), embora este fosse de Viena, suas obras se concentram neste país. Todavia mesmo tendo escrito 39 óperas, seu interesse concentrou-se mais no oratório. Sua colocação entre as eras operísticas não tem um delimitação certa. O certo é que exerceu uma influência enorme no mundo musical. Ver lista de suas óperas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Category:Operas_by_George_Frideric_Handel
As óperas de Handel, que são famosas hoje, sofreram, durante anos, as penas do limbo de serem quase completamente desconhecidas, desde quando o compositor as criou em sua vida. Handel é o compositor de mais de quarenta óperas. Conhecido como o "inglês amado", foi-lhe dado crédito por seu trabalho entre o povo italiano, que consideravam-no como sendo um de seus próprios. Entre seu próprio povo, no entanto, ele foi mais popular com o seu oratório Messias, e a aclamação para este trabalho não começou antes de sua morte.
Handel nasceu na Alemanha em 1685. Seu primeiro professor foi o famoso organista Fredrich Zachau, que lhe ensinou a tocar órgão na catedral de Halle, onde Handel foi feito organista assistente. No início dos anos de 1700, Händel mudou-se para Hamburgo, onde tocava violino e, ocasionalmente, piano na orquestra. Foi aqui que ele teve sua primeira experiência de ópera. Duas das óperas de Handel nasceram nesta época: Almira e Nero.
O treinamento de Handel na ópera foi promovido por uma viagem à Itália em 1706. Aí, ele foi contratado para escrever obras para clientes da cidade italiana. Entre as obras que ele criou neste período está Agripina. Esta ópera é notável por sua maestria do estilo italiano, no bel canto misturado com a experiência anterior de oratório de Handel. Esta viagem à Itália foi tingida com contos interessantes. Conhecido por suas habilidades no órgão e no cravo, ele participou de um concurso do italiano cravista Domenico Scarlatti, durante sua viagem. Embora tenha havido um empate para o vencedor do cravo, Handel foi declarado o vencedor em um concurso de órgão, mais tarde entre os dois.
Em 1710, Handel voltou para sua terra natal, a Alemanha, mas logo depois voltou para Londres, onde foi nomeado escritor musical do rei George primeiro da Inglaterra, que gostava muito dele e de seu trabalho. É um fato interessante que antes do Rei George, seu antigo empregador, foi o Príncipe de Hanover e Handel evitou o Príncipe por algum tempo, devido à natureza obsoleta do tribunal de Hanover, enquanto ele e o rei eram amigos íntimos e assim ele voltou ao tribunal londrino de bom grado. Haendel vive durante os reinados de GeorgeI e George II, tendo morrido em 1759.
Em 1728, sob a tutela do rei, Handel tornou-se um cidadão inglês. Durante este tempo, uma mudança distinta pode ser vista no estilo de escrita operática de Handel. Suas óperas começam a incorporar menos o estilo italiano e mais o som inglês do coral, e mais tarde encontrada no Messias também.
Ele foi nomeado diretor da Real Academia de Música em Londres, em 1719, e se estabeleceu como um dos compositores de ópera mais importantes do seu dia. Suas obras eram tão famosas que foram apresentados em uma paródia famosa criada por John Gay, em 1718, que se chamou "Opera Beggar's", (A Ópera do Mendigo), que substituiu os personagens saudáveis das obras de Handel com mais personagens de quadrinhos ou satíricos. Entretanto, é o próprio John Gay que fez o libreto da primeira ópera de Häendel, Acis and Galantea, em 1718.
Handel morreu em 1759, e apesar da popularidade de suas obras, estava quase falido. Ele nunca imaginou a fama intensa que viriam ter suas óperas e oratórios em séculos depois.
Com a famosa soprano Kiri Te Kanawa, temos "Care Selve from Atalanta" como demonstração:
Sua ópera "Xerxes" apresenta trechos lindos, como este cantado por uma cantora chilena:
Em 1728 estreia na Inglaterra a “Ópera do Mendigo”, feita por John Gay(1685- 1732 ) e Johann Pepuch (1667- 1752), que era uma reação contra a suntuosidade da ópera italiana e indiretamente à soberania de Handel.
The Beggar's Opera (Ópera dos Mendigos ou Ópera dos Vagabundos) de 1728, é dividida em um prólogo e três atos e se trata de uma obra satírica da ópera convencional, mas sem recitativos. A obra satiriza os interesses das classes altas pelas óperas italianas, ao mesmo tempo que ataca o estadista Sir Robert Walpole (foi o primeiro Conde de Orford, político inglês, e um dos chefes do partido whig (liberal); Chancellor of the Exchequer (1721) e principal ministro (First Lord of the Treasury) de Jorge II até 1742; lançou as bases do atual regime parlamentar britânico) e seu regime corrupto.
Além de mostrar as figuras criminosas como Jonathan Wild (foi talvez o mais famoso criminoso de Londres durante o século XVIII, tendo inventado um sistema que permitiu-lhe explorar um dos mais bem sucedidos bandos de ladrões da época e soube manipular a imprensa a ponto de se tornar a mais amada figura pública da década de 1720 ) e Jack Sheppard (foi um notável ladrão britânico do início do século XVIII e tomou fama entre os mais desfavorecidos por escapulir da prisão).
A peça foi levada ao cinema em 1953 na direção de Peter Brook e estrelado por Laurence Olivier, Hugh Griffith and George Rose e também em 1983 sob a direção de Jonathan Miller, protagonizado por Bob Hoskins, Graham Crowden and Stratford Johns.
Esta ópera será retomada no século XX pela dupla Berthold Brecht(1898- 1956 ) e Kurt Weill(1900- 1950 ), criando “A Ópera dos Três Vitens”, marcando ser um protesto contra a sociedade capitalista.
Seu resumo pode ser visto no link:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=espetaculos_biografia&cd_verbete=8900
No Brasil, Chico Buarque a ela retorna, em 1979, para ter as bases da sua criação “A Ópera do Malandro”, que também denuncia os abusos do capitalismo. Ver
http://www.chicobuarque.com.br/critica/crit_opera_DW_09.htm
A Ópera dos três vinténs» de Bertold Brecht serviu de fonte inspiradora a Chico Buarque para escrever «A Ópera do Malandro» – ainda hoje um musical de incontornável sucesso -, que o realizador Ruy Guerra, por seu turno, levou ao cinema em 1985. O vídeo é uma cena de antologia e representa o confronto entre a noiva Teresinha (Claudia Ohana) e a amante Margot (Elba Ramalho) do crápula/malandro Max Overseas (Edson Celulari), cantando «O Meu Amor.
A "Ópera do Mendigo"(The Beggar's Opera) de Johan Gay and música de Johann Christoph Pepusch, apresentando abaixo o Ato 1 No 11. Air 5 'Of all the simple things we do', Sarah Walker (mezzo-soprano).Ver os vídeos relacionados.
Da"Ópera dos 3 Vitens", selecionamos a canção"Mack the Knife" escrita por Kurt Weill para sua mulher Lotte Lenya.
Retirado da obra prima de Chico Buarque,o filme Ópera do Malandro, com coreografia de Carlinhos de Jesus,e no elenco: Cláudia Ohana e Edson Celulari TANGO DO COVIL. "Ai, quem me dera ser cantor Quem..."
A Ópera dos três vinténs» de Bertold Brecht serviu de fonte inspiradora a Chico Buarque para escrever «A Ópera do Malandro» – ainda hoje um musical de incontornável sucesso -, que o realizador Ruy Guerra, por seu turno, levou ao cinema em 1985. O vídeo é uma cena de antologia e representa o confronto entre a noiva Teresinha (Claudia Ohana) e a amante Margot (Elba Ramalho) do crápula/malandro Max Overseas (Edson Celulari), cantando «O Meu Amor.
A "Ópera do Mendigo"(The Beggar's Opera) de Johan Gay and música de Johann Christoph Pepusch, apresentando abaixo o Ato 1 No 11. Air 5 'Of all the simple things we do', Sarah Walker (mezzo-soprano).Ver os vídeos relacionados.
Da"Ópera dos 3 Vitens", selecionamos a canção"Mack the Knife" escrita por Kurt Weill para sua mulher Lotte Lenya.
Retirado da obra prima de Chico Buarque,o filme Ópera do Malandro, com coreografia de Carlinhos de Jesus,e no elenco: Cláudia Ohana e Edson Celulari TANGO DO COVIL. "Ai, quem me dera ser cantor Quem..."
Uma ópera feita em 1728 para denunciar os abusos do poder que vem ser recriada, de forma popular, aqui no século 20 nas mãos de um compositor popular brasileiro, representa uma honra para nós.
Levic
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