quinta-feira, 1 de julho de 2010

32- Romantismo- ópera alemã - Franz Schubert1





Viena


O Romantismo



O romantismo musical é um tanto difícil defini-lo cronologicamente porque os compositores tanto estão no século XIX como no XVIII e até já no século XX. Entretanto, podemos dizer que o romantismo domina toda a música do século XIX.

Os traços mais comuns que caracterizam os compositores românticos são a maior liberdade de modulação e o cromatismo cada vez mais progressivo numa música mais subjetiva.

As grandes diferenças entre o romantismo literário alemão, devido ao diferente desenvolvimento social do país, por volta de 1800, também se fazem sentir na música.

Enquanto alguns artistas hostilizavam o novo público de "burgueses" e, salientando os aspectos burlescos da realidade, outros, ao contrário, bajulavam esses mesmo público, dando início ao grande virtuosismo. 





Schubert foi um grande compositor vienense que se reconciliou com o ambiente burguês , pegando a canção folclórica alemã e tornando-a respeitável, assim como era nos séculos XV e XVI, quando os compositores baseavam as suas missas em melodias folclóricas. Então com o declínio da cantata surge um tipo de canção com acompanhamento de piano que é o “lied”(canção em alemão). Foi Schubert o principal criador de “lieder” (canções).

Schubert foi o primeiro grande mestre do Lied. Escreveu os seguintes ciclos: "A Bela Moleira", "Viagem de Inverno", "O Canto do Cisne". Outras importantes: "O Caminhante", "A Morte e a Donzela","O Rei dos Elfos" e centenas de outras.

De importância pouco inferior é a música sacra de Schubert e para orquestra escreveu nove sinfonias, sendo que a N.8 ("Inacabada") é a mais divulgada. Entretanto, sua Ave-Maria foi e é tocada nas comemorações nas igrejas.






As tentativas de Schubert na música operística tiveram pouco sucesso, mas sua produção camerística é rica em trios com piano, quartetos de cordas (destacando-se os quartetos em sol maior e lá menor e o quinteto com piano "A Truta"). Os pontos mais altos da música instrumental de Schubert são: o quinteto em ré menor ("A Morte e a Donzela") e o quinteto de cordas em dó.



Apesar de escrever belas canções, nunca se destacou escrevendo óperas. A mais popular foi apresentada 12 vezes. Suas sinfonias, então, não chegaram sequer a ser apresentadas durante sua vida. O próprio manuscrito da Inacabada foi encontrado por acaso, 43 anos depois de sua composição. Schubert pouco se importava com o que escrevia. Freqüentemente esquecia manuscritos em bancos de jardim, casas de amigos, tavernas ou em qualquer lugar que estivesse.

Mas Schubert fez óperas também. Em 1820, ele foi contratado por duas casas de ópera, o Teatro Karthnerthof e Teatro-an-der-Wein, para compor um par de óperas, nenhuma das quais se saíram muito bem. Os editores de música, por sua vez, ficaram com medo de dar uma chance a um jovem compositor como Schubert, cuja música não era considerada tradicional.


Em outubro de 1823, o amigo de Schubert, Josef Kuppelwieser pediu-lhe para escrever a música para uma peça em quatro atos. O trabalho era para ser chamado Rosamunde, Furstin von Cypern. O autor da peça era a poetisa Helmina von Chezy, que tinha escrito o libreto para Euryanthe de Carl Maria von Weber.

 O desempenho da estréia de Rosamunde teve lugar no dia 20 de dezembro de 1823 no Theater an der Wien. Depois de apenas mais uma performance, ela desapareceu para sempre a partir do repertório do teatro.

A imprensa foi ainda mais crítica ao texto de Rosamunde do que tinha sido em Euryanthe, que estreou em outubro, submetendo-o a  comentários mordazes como esta: "uma obra insípida", cuja autora teve  'em um único ano sido capaz de fazer a ruína de dois grandes compositores ".
Quanto ao compositor, pelo menos, lemos: "A composição de Herr Schubert mostra originalidade, mas infelizmente é um tanto bizarra também. O jovem está em processo de desenvolvimento e esperamos que ele se desenvolva bem .."

Schubert compôs alguns Singspiele, e aqui é necessário um lembrete:  singspiel (lit. "peça cantada", plural singspiele) é uma forma de drama musical em alemão, tida como um 'subgênero' da ópera. O singspiel também teria antecedido a ópera romântica alemã. Mas, não esqueçamos que o singspiel representa o corte com a ópera seria,  a libertação dos domínios italianos. Portanto, na Alemanha (Viena) sua forma tomou uma crescente popularidade, com influência da opera-comique francesa. 

Ler o artigo completo em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Singspiel







A vida inteira, Schubert foi fascinado pela ópera. Mas ao morrer prematuramente, com 31 anos, não conseguiu se impor neste gênero. Se talvez tivesse vivido mais tempo, a chance do sucesso poderia lhe ter chegado. O fato é que suas músicas são lindas e quis resgatá-las aqui. Portanto, vamos a suas obras.


Óperas e Singspiele de Franz Schubert:

Der Spiegelritter, Cavaleiro dos Espelhos- D. 11, operetta (somente o ato1)
Des Teufels Lustschloss,Palácio do prazer do diabo- D. 84, opera
Adrast , D 137. (1819; 1946, Rádio Beromünster) Opera em 2 ou 3 atos ., Johann Mayrhofer [fragmento]
Der vierjährige Posten, O corrreio de quatro anos -D. 190, singspiel
Fernando, D. 220, singspiel
Claudine von Villa Bella, D. 239, singspielAdrastus, D. 137, opera (só fragmentos
Die Freunde von Salamanka, Os Amigos de Salamanca- D. 326, singspiel
Die Bürgschaft, A garantia-  D. 435, opera in 3 acts (inacabada)
Die Zwillingsbrüder, Os irmãos gêmeos -D. 647, singspiel
Die Zauberharfe, A Harpa Mágica - D. 644, melodrama
Sakuntala, D. 701, opera inacabada
Alfonso und Estrella, D. 732, opera in 3 atos
Fierrabras, D. 796 opera
Die Verschworenen, Os conspiradores - D. 787, opera comic ou (singspiel)
Rosamunde, D. 797 (música incidental)
Der Graf von Gleichen, O Conde dos Jogos - D. 918 (inacabada)




Franz Peter Schubert (1797 – 1828) escreveu cerca de 600 canções, além de óperas, sinfonias e sonatas, entre outros trabalhos. É considerado um dos maiores compositores do século 19, marcando a passagem do estilo clássico para o estilo romântico. 


Mais conhecido como compositor de lieder e de sinfonias, Schubert também se dedicou à ópera. Ele sempre quis fazer uma ópera de sucesso
mas não obteve exatamente o que queria. Escreveu as óperas "Os Irmãos Gêmeos", "A Harpa Encantada"," Alfonso e Estrela", "Rosamunda".

Alfonso e Estrela
, cuja história se passa na Idade Média, na Espanha, fala sobre a existência de dois reis de Leon, um legítimo, mas exilado, e o outro, um usurpador. A ópera estreou em Weimar, sob a regência de Franz Liszt, em 24 de junho de 1854, e somente 26 anos após a morte do compositor.

É considerado um dos maiores compositores do século 19, marcando a passagem do estilo clássico para o estilo romântico, e embora nunca tenha se destacado no campo da ópera, ele nunca deixou de ter a pretensão de se tornar um grande compositor neste gênero. Grande apreciador de óperas, como se revela em suas reuniões, as "schubertíades"(reuniões em sua casa com os amigos músicos, apreciadores, literatos, cantores, ...)




"schubertíades"

Ler o indispensável:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Schubert

Algumas informações sobre seu trabalho no campo operístico.

1-Der Spiegelritter, D.11 (ca.1812, incompleta)Cavaleiro dos Espelhos
Der Spiegelritter , D 11 e 966 (1813; 1946/12/11 Rádio Beromünster). Singspiel em 3 atos , libreto de August von Kotzebue em alemão. [fragmento: Abertura e parte do Ato 1]

Foi, provavelmente, em dezembro de 1811 que Schubert fez a sua primeira composição para o teatro com libreto de August von Kotzebue, o Singspiel "Der Spiegelritter", D. 11 (O Cavaleiro dos Espelhos), completando somente a abertura dramática e a música para o primeiro ato, antes de abandonar a tentativa. A Abertura começa com uma introdução lenta, passando a um histriônico Allegro vivace.

A história refere-se a um espelho mágico que foi dado pelo feiticeiro Burrudusussusu ao nobre Almador que, acompanhado de seu fiel escudeiro, sai pelo mundo à cata de aventuras.




Esta obra tem a marca dos pincéis da Flauta Mágica de Mozart, que o extasiara quando a ouviu pela primeira vez em 1812, durante a gestação dessa partitura.

Os trechos existentes só foram ouvidos pela primeira vez numa tranmissão de uma rádio suiça. Numa cidadezinha perto de Munique, no Stadttheater de Weilheim, colcou-os em palco em 1975. E existe uma gravação de Theodor Guschlbauer.

Schubert quando a escreveu  tinha apenas quatorze anos e as suas esperanças de sucesso no gênero, nunca verdadeiramente foram realizadas.





2-Des Teufels Lustschloss, O Prazer no Palácio do Diabo- D. 84, opera
Des Teufels Lustschloss, D 84 (1814; NP*). Opera em 3 atos, libreto de August von Kotzebue. [parte do ato 3 perdida]


Aos 17 anos, fez a Summer Palace of  Devil (O Palácio do Desejo do Diabo) D. 84 (1813-1814), que só estreou após sua morte em 12 de dezembro de 1879, no Musikverein Saal em Viena. Conta-se que Schubert ele mesmo se demitiu de suas aulas de música com Salieri até que ele pudesse terminar a ópera, e apresentou a partitura para seu professor Salieri que ficou encantado e atônito ao mesmo tempo, em maio de 1814.

Aparentemente, a crítica e ou as sugestões oferecidas pelo compositor da corte Salieri, que era também o seu professor, tocou ao coração do jovem Franz. E como há uma versão revista ou uma segunda versão da ópera, datada de cinco meses após a conclusão da trilha sonora original (outubro de 1814) é de se supor que a ópera pudesse ser recuperada, mas aí ainda perdeu o ato 2.




O Palácio de Prazer (ou O Castelo do Prazer do Diabo) tem todo o encanto, charme e marcas de Schubert, mesmo com suas similaridades com a Flauta Mágica de Mozart ou Rapto do Serralho. A marca da música de Schubert é o seu intenso lirismo, que ele impregna com uma pitada de paixão. Em suas orquestrações de ópera, assim como no acompanhamento de suas canções, Schubert habilmente coloca uma palavra interessante e torna-a em uma configuração musical.

O uso de "música inspirada na natureza" (por exemplo, vento, trovão, tempestades, canto de pássaros, noite e cenas da manhã) são abundantes, pintadas das cores tonais de Schubert. Em uma torção sobre a prática dos tempos, Schubert criou a maioria de seus papéis de ópera distintas para a voz de barítono.





A história de o "palácio do prazer  do diabo" tem lugar dentro do castelo de mesmo nome. O protagonista, Oswald, tem que passar por todos os tipos de testes de coragem e virtude, desntro de um castelo assombrado por lúbricos demônios. É acompanhado pela sua mulher Luitgard e pelo valete robert. No final, descobre que o tio e o tutor de sua mulher o submeteu a essas provações para descobrir se ele lhe é realmente fiel.

A ópera termina com um coro em louvor ao amor verdadeiro, do qual o casal extraiu a força para enfrentar os testes.  A ópera consiste de 23 números. A Overture é talvez a mais conhecida do público dos dias modernos, como é freqüentemente realizada em concerto e em gravações.

Nela se vê alguns vestígios de Beethoven, nas cenas de conjunto. A estreia póstuma foi em 12 de dezembro de 1814, na Musikvereinsaal, Viena.


O círculo de amigos de Schubert incluía membros da nova classe, educada e musicalmente consciente. Eles se reuniam para as noites musicais - Schubertíades - as quais contavam com uma audiência apreciativa e influentes contatos eram realizados, notadamente o barítono Johann Michael, bem como o seu encorajamento para se tornar um compositor de tempo integral e deixar para trás a sua posição como um mestre-escola.

Em 1823, um artigo de jornal de Joseph Hüttenbrenner previu o seguinte: "Se um de nós julgar o que Schubert pode alcançar na ópera, pelo que ele tem feito na música, e compará-la a Mozart e a Beethoven na síntese de dois gêneros ... nós poderíamos certamente ver nele um compositor de igual mérito." Na época de sua morte, aos 31 anos, acredita-se que Schubert estivesse pronto, no limiar, de se tornar um compositor de ópera reconhecido.





3-Adrast , D.137 (1819-1820 , incompleta)

Adrast , D 137. (1819; 1946, Rádio Beromünster) Opera em 2 ou 3 atos., libreto de Johann Mayrhofer [fragmento]



Adrastus é uma ópera incompleta de Franz Schubert que conseguiu sobreviver em apenas alguns de seus fragmentos (D 137, 1819/1820) para o libreto de Johann Mayrhofer.

                                                


Sobre a história da Adrastus, não há informações precisas. O texto do livro de Mayrhofer se refere a um episódio extraido de Histórias de Heródoto, e o que sobreviveu  no conjunto de música de peças de Schubert, Ernst von Feuchtersleben absteve-se presentes nos manuscritos sob a edição de selos póstumos de Mayrhofer para o público. Apenas uma fração dos números musicais originalmente planejados estão  totalmente orquestrados como disponíveis. Em adição a isso, há um projeto principalmente designado de recitativo arioso.

Em 1868 e 1875 os números individuais da ópera foi estreada em concertos em Musikverein de Viena. Os números musicais perfeitos apareceram em 1893 na antiga Edição completa de Schubert e, em seguida, foram  em 1946 tocados pela Rádio Suíça Beromunster, bem como em concertos em Viena, em 1978 e 1985 no Viena Schubert, conduzida por Helmuth Froschauer.




Todos os números e projetos musicais completamente tradicionais vieram a desempenho por ocasião do trigésimo aniversário do Centro da Audiência da Nova Edição Schubert( Research)em Viena. O concerto teve lugar em 19 de novembro de 2010, no auditório da Universidade de Viena Velha (Academia Austríaca de Ciências), sob a direção musical de Mario Aschauer, editor da pontuação.

Enquanto isso, uma gravação desse desempenho, sob o título "Sounding Pesquisa 1. Franz Schubert: Adrast D 137, apresenta números individuais e projetos que pareciam ser de uma ópera com gravação completa com a introdução "na Academia austríaca de Ciências em CD.


Rei Creso

Seu editor-musicólogo e maestro Mario Aschauer, apresenta os resultados de sua extensa pesquisa sobre os manuscritos originais de Schubert como no CD de áudio contendo a gravação ao vivo da primeira apresentação completa de Adrastus com o Harmony, conjunto jovem extremamente bem sucedido das Nações (em instrumentos de época).

Ainda mais, os ouvintes podem aprender sobre procedimentos de trabalho de Schubert a partir do desempenho dos exemplos selecionados no rascunho do manuscrito do compositor. A série CD "Soando pesquisa" é uma cooperação entre a Comissão para a Investigação da música e do Arquivo da Academia Austríaca de Ciências Research austríaco Audiovisual.


Schubert, Mayrhofer (à direita) Schubertiade 1828

Ação da ópera:

O Rei Creso (barítono) encarregou o jovem Adrastus (Tenor), já que seu filho Átis (tenor), está casado com Arianys (soprano) para acompanhá-lo e protegê-lo. Atys faz um pedido a seu pai para ir à caça ao javali, que está devastando os campos do reino. Quando está caçando, Adrast lança um dardo no javali, mas Atys é ferido. Adrastus é perdoado, mas ele tem que deixar a corte de Myserkönigs.


4- Der vierjährige Posten, Quatro anos de plantão - D. 190, singspiel

Der vierjährige Posten , D 190 (1815; 1896/09/23, Dresden). Singspiel em um ato , Theodor Körner.



O posto de quatro anos ou Quatro anos de plantão
Singspiel em um ato de Theodor Körner
Música de Franz Schubert D190


Quatro anos de plantão (1815) é a primeira tentativa completa de Schubert no campo do Singspiel alemão. Sua ópera de um ato, composta em apenas doze dias (08-19 maio) é baseada em um texto em rima do poeta austríaco Theodor Körner.

Este texto foi definido por mais de vinte compositores entre 1813 (Karl Steinacker, Viena) e 1913 (Louis Zehnter, Basileia). Körner foi um poeta muito popular durante a vida de Schubert, não só pelo seu status de herói, bem como a sua competência literária:  em 1813, depois de ter sido nomeado como poeta do teatro da corte de Viena, ele se ofereceu para o serviço militar no corpo de voluntários Lutzow (contra as tropas de Napoleão), indo para a batalha apenas alguns meses mais tarde.





Na atmosfera geral da luta anti-napoleônica pela libertação, a Körner lhe foi imediatamente concedido o estatuto de um símbolo patriótico e tornou-se parte do legado cultural alemão do início do século 19. Muitos de seus poemas foram musicados por compositores, como Carl Maria von Weber e o próprio Franz Schubert, por exemplo, Lützows, a caça selvagem (D205) extraido da coletânea Leyer und Schwerdt(Lira e Espada) de Körner.

De acordo com autógrafo do autor, o texto da ópera é baseada em uma história real, mas no entanto, é um libreto ingênuo que combina conceitos idílicos de amor com ideias humanistas gerais dentro de um (1809) contexto militar específico e contemporâneo.




Heinrich Duval, um soldado francês, vive em uma comunidade de fronteira alemã. Quatro anos antes, estava mantendo-se como sentinela para o exército francês, mas ficou deixado para trás quando sua unidade retirou-se inesperadamente da Alemanha. Nesse meio tempo, Duval ficou noivo de Katherine (Kathy), a filha do juiz local e então ele decide ficar na aldeia.

Quatro anos depois, ao saber que o exército está voltando, e que ele corre o risco de ser fuzilado por deserção, coloca-se no posto onde estava antes e quando chega seus superiores, diz que ali ficou aquele tempo todo, ppois ninguem veio dar-lhe a ordem de sair.

No início da ópera, Duval e Kate estão se regozijando em sua felicidade conjugal. Muito em breve, entretanto, sua felicidade é ameaçada pelo retorno das tropas francesas. Então, para não ser condenado por deserção, Duval ocupa seu posto de guarda novamente, fingindo não ter abandonado o cargo durante os quatro anos. Seus companheiros soldados e seu capitão demandam para ele ser condenado à morte, enquanto os habitantes locais pedem perdão para ele. O assunto está definitivamente decidido pela intervenção repentina de um general que movido pelos sentimentos, liberta Duval de sua deserção e até o livra de um futuro serviço militar.




Tanto o conteúdo como a forma da ópera de Schubert  claramente conta com a tradição francesa da libertação ópera, introduzida na Alemanha principalmente por Leonore de Beethoven (Fidelio). A semelhança do "deus ex machina' (uma resolução forçada ou fácil dos acontecimentos numa obra)- como faz o general para o governador em Leonore é somente uma analogia bem marcante.

No entanto, o triunfo do amor sobre a guerra, é uma alusão ao ganho de liberdade pessoal e do poder do amor conjugal que são apenas alguns dos muitos temas que determinam o contexto ideológico da libertação da ópera e fê-lo caracterizar numa obra de juventude de Schubert.





Embora a ópera como um todo, certamente, não se destaca no poder dramático, alguns dos números revelam presentes as inconfundíveis habilidades de Schubert como um compositor de ópera. O mais interessante é a parte central do Singspiel, em que três números são conectados em uma progressão geral de aumentar a tensão dramática. Este complexo central começa com um trio, em que os protagonistas expressam sua consternação com o retorno das tropas francesas em um curto, mas requintado fragmento a cappella.

A incerteza sobre o destino de Duval é aprofundado em uma bela canon em Sol menor ("Como é que o perigo surgir?"). Este momento de intensa contemplação é seguido por recitativos mais vívidos da ópera, em que o plano para salvar Duval é forjado.




Como quase todas as óperas de Schubert, "O posto de quatro anos", estreou somente após a morte do compositor. O trabalho encenado pela primeira vez em 1896 no Hoftheater de Dresden, que teve um êxito considerável. A ópera que é interpretada no Tribunal Ópera de Viena e em várias outras casas de ópera da Europa, é uma versão adaptada por Robert Hirschfeld.

Hirschfeld pegou algum material da abertura para substituir os diálogos com recitativos. Ainda mais, ele retrabalhou algumas seções, incluindo o quinteto de "O Cavaleiro dos Espelhos" e na ária de Olivia extraida Die Freunde von Salamanca ( Amigos de Salamanca )para integrá-la ao posto de quatro anos.

Outro arranjo bem sucedido da ópera de Schubert quem fez foi Rolf Lauckner (texto) e Donald Tovey e Fritz Busch (música) em 1922 e que estreou em Stuttgart como Der treue Soldat (The faithful soldier) O soldado fiel (O soldado fiel).

Hoje, o trabalho original de Schubert está quase completamente esquecido. No entanto, em 1998, uma gravação que publicada pela CPO Registros (Orquestra da Rádio de Munique, maestro: Heinz Wallberg; solistas: Willi Brokmeier, Helen Donath, Sunhild Rauschkolb, Dietrich Fischer-Dieskau, Peter Schreier e Fritz Strassner).







5- Fernando
Fernando, D 220 (1815; 13.4.1907, Vienna, concert; 18.8.1918, Magdeburg). Singspiel in 1 ato, Albert Stadler.

Fernando, D.220
Schubert, Franz

1 ato (7 numeros)
Junho-julho de 1815
Estreia 1888
Libretista Albert Stadler (1794-1888)
Idioma Alemão

Esta obra é uma mistura de Fidelio com as situações típicas de aventuras das óperas francesas, numa peça ade ambientação espanhola escrita por Albert Sadler, um dos melhores amigos de Schubert.





A história é sobre Fernando que se tornou eremita para escapar da prisão, depois de ter matado o cunhado num acesso de raiva.  Eleonora, a sua mulher, e o filho Philipp vão procurá-lo, e têm de enfrentar lobos, tempestades e bandidos antes de encontrá-lo e dizer-lhe que pode voltar para casa, pois foi perdoado.

A Abertura, e um interlúdio descrevendo a tempestade, tem musica orquestral de melhor qualidade. Também o dueto do reencontro do eremita com sua mulher e o quinteto final dão mostras da capacidade musical desse compositor.

Lothar Zagrosek gravou em 1982 esta obra.




6- Claudine von Villa Bella, D. 239, singspiel- opera (só fragmentos)

Claudine von Villa Bella, D 239 (1815; 26.4.1913, Vienna, Act 1). Singspiel in 3 acts, Johann Wolfgang von Goethe. [music of last 2 acts lost]



Em julho de 1815, Schubert completou a sua música baseada no texto de Goethe, para os três atos da Singspiel Claudine von Villa Bella, D. 239. A música do segundo e terceiro atos foi queimada pelos servos de Josef Hüttenbrenner em sua ausência em Viena, em 1848, um destino que também abateu sobre a partitura do segundo ato de "Des Teufels Lustschloss".





Publicado por Goethe em 1776, Claudine von Villa Bella centra na atração que Claudine, a noiva de Pedro, encontra para o não confiável Crugantino, que acaba por ser o irmão de Pedro, permitindo que Claudine e Pedro de serem felizes e novamente unidos. A abertura define cuidadosamente a cena romântica, antes de lançar em um Allegro vigoroso.














7-Die Freunde von Salamanka, Os Amigos de Salamanca- D. 326, singspiel


Die Freunde von Salamanka, D 326 (1815; 6.5.1928, Halle). Singspiel in 2 acts, Johann Mayrhofer. [spoken dialogue lost]

Em novembro e dezembro de 1815, Schubert compôs a música para dois atos de Die Freunde von Salamanka de Mayrhofer, que foi catalogado como D. 326 (Os Amigos de Salamanca).

A história trata de Don Alonso, com a ajuda de seus amigos Fidelio e Diego, planejam resgatar a Condessa Olivia de um ataque encenado pelos dois cúmplices, provando assim o seu heroísmo e mérito como amante de Olivia, enquanto frustram os desígnios do Conde Tormes, que espera ganhar o mão de Olivia, a quem ele nunca conheceu.

A trama é bem sucedida e no meio são encontradas outras mulheres para casarem-se com Fidelio e Diego, enquanto o Conde Tormes sozinho fica desiludido. O enredo sugere Olivia e seu criado Malvolio  da obra Twelfth Night (Noite de Reis) de Shakespeare .





Embora Schubert tivesse adquirido um domínio da forma sinfônica, um libretista adequado para ópera lhe escapou. Dos seus 19 projetos de ópera (as páginas do manuscrito foram usadas inadvertidamente por um servo para acender uma fogueira!), só ficando Fierrabras de 1823 que estabeleceu-se à margem do repertório, não sendo realizada de forma completa até 1980, quando apresentada nos EUA.

Schubert sempre acreditou no seu sucesso operístico e fez o essencial para sua reputação. A peça Os Amigos de Salamanca de 1815, composta quando o compositor tinha apenas 17 anos, é a sua sétima ópera. O libreto de Johann Mayrhofer, mais lembrado como o poeta Schubert cantado cerca de 47 vezes. O diálogo já está perdido, mas a ligeira história de amor é fornecida com a música, deliciosamente melodiosa por Schubert.





Esta ópera teve a sua estreia em 1928, um século após a morte do compositor. Mais informações - gravação feita ao vivo no Hohenems Schubertiade Festival em 1978. Hermann Prey em excelente forma.












8-Die Bürgschaft, A garantia-  D. 435, opera in 3 acts (inacabada)
Die Bürgschaft, D 435 (1816; 7.3.1908, Vienna, concert). Opera in 3 acts, librettist unknown. [Act 3 unfinished; libretto lost]

A Promessa (Schubert)
A canção The Pledge ( D 246) composta Franz Schubert em 1815, é  homônima da balada The Pledge de Friedrich Schiller.

Schubert compôs uma ópera em três atos (D 435, libretista: desconhecido), apenas permanecendo um fragmento da mesma. A ópera inacabada foi estreada em 1908, em Viena, uma vez listada como concerto. Como parte do ano de 2005, University Jena, uma performance encenada mostrou, pela primeira vez, em que foi adicionado o fragmento com música de Schubert depois do texto Schiller.








9- Die Zwillingsbrüder, Os irmãos gêmeos -D. 647, singspiel


Foi o barítono Johan Michael Vogl, a grande estrela da companhia Süsssmayer, com uma sincera amizade a Schubert, e um dos frequentadores das famosas "schubertíadas", conseguiu a encomenda do único singspiel de Schubert encenado  durante a sua vida.





Assim, Os Gêmeos, Die Zwillingsbrüder, estreou em 14 de junho de 1820 e foi cantado apenas seis vezes, pois a crítica o considerou complicado e demasiado sério para uma comédia. Mas, contribuiu para ampliar a fama de Schubert fora do círculo de suas amizades.

O enredo se centra no dia do casamento da jovem Lieschen com Anton, que um antigo pretendente aparece, Franz Speiss, que viajou durante 18 anos à procura de Friedrich, seu irmão gêmeo, que desapareceu quando ambos eram crianças. Ele se lembra de que seu pai e o de Lieschen combinaram o casamento dos dois quando nasceram, e vem reclamar que ela cumpra a promessa.





Naquele mesmo dia , porém, Friedrich volta à cidade natal sem avisar a ninguém. E seguem-se algumas confusões, até chegar a um fim quando tudo fica elucidado e franz abre mão da promessa , para que a moça possa se casar com Anton, a quem ela ama.

Sabendo que sua peça iria ser encenada, Schubert foi muito cuidadoso com as canções e com as árias de estilo muito elaborado. É nítida a influência de Rossini, cuyjas comédias eram muito apreciadas em Viena, na época.

Schubert, o baixinho e Vogl a postura imponente

Depois de 1820, Os Gêmeos só voltou a ser apresentada em 1938, pelo Collegium Musicum da Universidade de Leipzig.





Levic

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