sexta-feira, 21 de maio de 2010

28- Richard Wagner -8






13- Parsifal

Parsifal
13ª ópera (68 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth) 26 de Julho de 1882

Parsifal é uma ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. Estreou no Bayreuth Festspielhaus em Bayreuth no mês de julho de 1882.

Personagens
Amfortas
Kundry
Gurnemanz, o velho Cavaleiro
Parsifal
Titurel
Klingsor




É possível que Richard Wagner (1883-1813) tenha descoberto o mito de Parsifal através do autor Wolfram von Eschenbach, que foi um dos seus poetas favoritos. Ele preparou então um rascunho de libreto e enviou-o a seu grande amigo, o rei Ludwig II, da Baviera. Este ficou fascinado e escreveu de volta: "Oh Parsifal, quando você irá nascer?".

O rei da Baviera precisou esperar 25 anos até que Wagner concluísse a ópera. Durante esse longo período, o compositor conseguiu produzir uma obra que integra mitos cristãos, filosofia ocidental e doutrinas de reencarnação budista. E seu leitmotiv favorito: a redenção através do amor.




Wagner quando criou esta ópera, atravessava um período de profunda evolução espiritual, e foi também a última ópera que o compositor dirigiu, quando da sua estreia em Bayreuth no dia 26 de Julho de 1882. No dia 13 de fevereiro de 1883 Wagner morria em Veneza.

Entretanto para escrever o texto daquela que seria a sua última ópera, à qual designou representação teatral sacro-festiva, Wagner recorreu a três diferentes fontes que narram a mesma Lenda: "Pecival, o Galês, ou O Conde do Graal" de Chrétien de Troyes, "Parsifal" de Wolfram von Eschenbach, e um manuscrito apócrifo do século XIV denominado "Mabinogion".




Para melho entender a lenda do Graal, é preciso saber que ela nos conta que antes de ser crucificado, Cristo se reuniu com seus discípulos para a Última Ceia. O Graal, o copo de esmeraldas de que ele bebeu o vinho, foi o mesmo que recolheu suas últimas gotas de sangue. Ao ser crucificado, Cristo foi ferido no flanco pela lança de um centurião. Nesse momento, uma mulher riu. O centurião e a mulher foram amaldiçoados por Deus. Com os nomes Klingsor e Kundry, eles percorreram os séculos em diferentes reencarnações, da mesma forma que a lança e o Graal, as mais sagradas relíquias do cristianismo.

Os dois objetos encontravam-se sob a guarda da misteriosa cavalaria do rei Amfortas. Klingsor roubou a lança e com ela feriu o rei, provocando uma chaga que não cicatrizava.
Somente alguém despojado de toda maldade, um "tolo puro", poderia salvar Amfortas. O jovem Parsifal havia crescido longe do contato com a civilização, era inocente, livre de culpas e de maldade. Mas ainda não estava apto a salvar o rei: antes, precisava conhecer todas as facetas da alma humana e aprender a viver. Só após adquirir a maturidade, ele pôde salvar Amfortas e tornar-se seu sucessor como rei do Santo Graal.




Esta Lenda conta uma história complexa e uma mistura de elementos filosóficos, éticos e religiosos. Um drama místico que fala do “inocente herói de coração puro”. E que o Santo Graal foi confiado à guarda de Titurel e do seu grupo de Cavaleiros Cristãos. Para o defender, contam com a Lança Sagrada, aquela lança com que o Soldado Romano feriu Cristo na Cruz. Para melhor preservar essas relíquias, Titurel ergueu o Castelo de Montsalvat numa montanha selvagem da Espanha Árabe que se ergue como um baluarte cristão contra o mundo pagão, e especialmente contra Klingsor, um Feiticeiro e inimigo do Bem.




Klingsor mora numa fortaleza próxima de Montsalvat, à qual tem atraído numerosos defensores do Graal através dos encantos das Donzelas das Flores e da perigosa e sedutora Kundry, reduzindo esses Cavaleiros a seus servos, inimigos dos antigos irmãos de armas. Nem mesmo Amfortas, filho e herdeiro de Titurel, conseguiu escapar à magia de Klingsor: ao querer marcar o início do seu reinado com a destruição dos poderes do Feiticeiro, acabou por ceder aos encantos de Kundry, e deixou cair a sua Lança. E é com essa Lança Sagrada que Klingsor o fere - uma ferida que só poderá ser curada com a própria Lança que a provocou.




Ao verem o Rei mortalmente ferido, os Cavaleiros sentem-se perdidos. É então que se ouve uma voz vinda do Santuário do Graal - voz que revela a Amfortas que apenas um jovem inocente e ignorante do pecado será capaz de resgatar a Lança. Apenas ele saberá resistir às tentações do Jardim Mágico.A realização dessa profecia é o tema central da ópera.
Parsifal é esse herói, um jovem inocente e ignorante do pecado. Quanto a Kundry é uma espécie de Assueros feminina, uma Judia errante.

No manuscrito do século XIV, ela não é outra senão Herodías, condenada a vaguear eternamente por ter rido da cabeça de João Baptista. Para Wagner, no entanto, ela foi condenada por ter rido de Cristo ao vê-lo passar com a Cruz a caminho do Calvário. Agora, em busca de perdão, ela serve de mensageira aos Cavaleiros do Graal, mas sucumbe periodicamente à maldição que carrega, refugiando-se no jardim de Klingsor, onde se transforma numa mulher duma beleza deslumbrante, perdição dos Cavaleiros que a encontram. Kundry só será libertada quando um deles resistir à tentação. Tal como Amfortas, que se esvai em sangue, também o destino de Kundry está ligado ao aparecimento de Parsifal.




Comentário:
A ópera foi aclamada como uma apologia ao cristianismo e vilipendiada por ter sido útil ao nacional-socialismo de Hitler. Alguns escritores como Robert Gutmann e Hartmut Zelinsky interpretaram-na como uma obra racista. Não é correta esta teoria, já que, a partir de 1939, o III Reich a baniu do repertório de Bayreuth.

Quando de sua estréia no ano de 1882, as 16 apresentações foram regidas por Hermann Levi, filho de um importante rabino da cidade de Karlsruhe, que, apesar da insistência de Wagner para que se convertesse ao cristianismo antes do começo dos Festivais, permaneceu fiel ao judaísmo.
Por coincidência, a regência do “Parsifal” no ano de seu centenário foi entregue por Wofgang Wagner, neto do compositor, ao maestro judeu James Levine.




O famoso crítico Ernest Newman considera essa obra “a suprema canção de amor e piedade”. Debussy, que sempre foi um grande crítico da música de Wagner, declarou: “Esse é o mais lindo monumento erigido para a eterna glória da música”.
Mahler anotou em seu diário: “Quando saí do Teatro dos Festivais, incapaz de dizer uma só palavra, eu sabia que havia experimentado a suprema grandeza e o supremo sofrimento”.
A cantora Nellie Melba, escreveu em seu livro “Melodies and Memories”: “Eu não posso explicar o que aconteceu comigo durante o 1º ato. O teatro deixou de existir, eu deixei de existir e apenas meu espírito, fora de meu corpo, flutuava no reino da música pura. Para que estranha esfera aquela música me transportou? Suponho que eu nunca saberei”.




Uma das curiosidades que envolvem “Parsifal”, diz respeito aos aplausos: por ocasião da estréia, Wagner estabeleceu que ao final do 1º e 2º atos, o público deveria se abster de aplaudir, a fim de que fosse mantido o clima provocado pela música. O reconhecimento aos cantores e músicos seria reservado para o final do 3º ato.

Com a morte de Wagner, sua família e seus admiradores quiseram ser mais exigentes que o falecido e ficou decidido que a ópera não seria aplaudida nem em seu encerramento. Esta tradição foi mantida até 1965, e atualmente existe o compromisso tácito da platéia de não aplaudir somente o final do 1º ato.



Entretanto, Parsifal deveria ser reservada exclusivamente ao teatro em Bayreuth pela vontade de Wagner. Mas a lei é mais forte do que a vontade do homem, porque ela só é válida por um período de tempo. Uma vez que a proteção garantida pela lei, então, coberto os 30 anos, Parsifal foi "liberada" em 1913, 30 anos após a morte de Wagner.

Em seguida, começou uma corrida aos cinemas para a primeira apresentação de Parsifal fora Bayreuth. O Metropolitan Opera House de Nova York foi para todas as grandes instituições e sugeriu universalmente a renúncia da representação do trabalho, assim como Wagner pretendia a exclusividade de Bayreuth. O que não deu grande resultado. Mas o interesse do público foi tão grande que os teatros não quis ouvi-lo.




Parsifal se tornou um sucesso de público, por exemplo, no teatro de Zurique, que foi um dos primeiros que representou a ópera, entre 1913 e 1914 e ofereceu trinta e quatro apresentações. Nestas celebrações o costume sagrado sugerido ou requerido pelo autor para dispensar o aplauso, foi adotado.

Para além da ópera, Wagner instigou a busca por novos caminhos na música como um todo. Ele explorou tanto a música tonal, usou tanto os recursos de modulação, que inspirou os músicos posteriores a ele a buscar novos caminhos. Uma das consequências disso foi o surgimento da Escola de Viena, com a música dodecafônica.



Enredo:

O eneredo da ópera se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um "inocente casto" (significado da palavra "Parsifal"). Este, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao mesmo seu nome.




Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o "inocente casto" que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.

Ambiente da ação: nos domínios e no castelo do Graal, “Montsalvat”; paisagem típica das montanhas do norte da Espanha gótica. Floresta fechada e de ar austero, mas não lúgubre. Uma clareira no centro. À esquerda, o caminho que leva ao castelo do Graal. No centro, a superfície inclina-se a um lago situado à distância. O dia está raiando. Gurnemanz, vigoroso ancião, e dois jovens escudeiros dormem ao pé de uma árvore. À esquerda, como a ecoar do Castelo, ouve-se, das trompas, a solene chamada matinal.



Discografia:
http://www.monsalvat.no/discogra.htm




SINOPSE:

I Ato

Gurnemanz, o mais velho cavaleiro da irmandade, ensina aos jovens escudeiros o serviço dos cavaleiros do Graal. Kundry, como bruxa selvagem, aparece trazendo um bálsamo para Amfortas, que ela conseguiu na Arábia. Durante o caminho para banhar-se em um lago na floresta, o rei Amfortas aparece carregado em uma cadeira de arruar, acompanhado por alguns cavaleiros. No banho, ele procura aliviaras dores da chaga.

Gurnemanz e Amfortas contam a origem do Santo Graal e as circunstâncias do roubo trágico, por Klingsor, aos escudeiros e cavaleiros, que se admiram.




Após o retorno de Amfortas para o castelo, um cisne branco cai do céu. Os cavaleiros e escudeiros ficam escandalizados: "Quem cometeu um crime deste na floresta do Graal, onde todos os animais são considerados santos?" Logo os cavaleiros encontram o delinqüente, o jovem que atirou a flecha improvisada no cisne branco.

Durante o interrogatório do jovem atirador, Gurnemanz percebe que Parsifal nem sabe seu próprio nome, nem sua origem, nem tem noção da culpa por ter atirado no cisne na floresta santa. Gurnemanz tem a primeira noção de que este jovem poderia ser o anunciado tolo inocente. Desse modo, convida o jovem Parsifal para acompanhá-lo até o castelo do Graal, onde serão, naquele dia, celebradas as cerimônias da revelação do Graal.




Mudança do cenário: Da floresta do Graal se passa para o interior do templo do Graal

Em um cortejo solene, os cavaleiros entram, acompanhados pêlos anjos, no templo do Graal. Parsifal, acompanhado por Gurnemanz, entra no templo e testemunha uma cerimônia grandiosa. Ele não demonstra reação alguma, permanecendo mudo e quieto em um canto. Amfortas entra, trazido em seu trono de arruar, pêlos cavaleiros. Titurel, o pai de Amfortas e antigo rei que ainda vive na cova, pela força do Santo Graal, pede ao filho para iniciar a celebração. Mas Amfortas, fraco e cansado, sofrendo pela chaga, recusa celebrara cerimônia.




Os cavaleiros não se importam com isso e insistem, novamente, no início da celebração. Isolado e sofrendo as maiores dores, Amfortas finalmente cumpre sua função como rei do Graal, que coros de anjos acompanham solenemente.

Parsifal permanece impassível em um canto, até o fim da cerimônia. Certamente Parsifal não pode ser a pessoa anunciada: mesmo um tolo completo, ele não demonstrou um único sinal de compaixão. Decepcionado, Gurnemanz expulsa Parsifal do templo do Graal.




II Ato
No Jardim Encantado

O que Gurnemanz ainda não descobriu é que Parsifal pode ser, de fato, o anunciado tolo inocente, o que o feiticeiro Klingsor já percebeu. Para acabar com Parsifal, Klingsor prepara as mais fortes armadilhas contra ele: mulheres sedutoras e a bruxa Kundry, incorporando a linda mulher, para fazê-lo também cair em tentação.

Parsifal, que depois de expulso do Castelo do Graal já andou o mundo todo e aprendeu bastante, chega ao jardim encantado de Klingsor. Muitas mulheres, de beleza excepcional, tentam seduzi-lo, mas ele, inexperiente, pensa que são lindas flores.



Kundry, a mais bela de todas, aparece e pede que as outras se retirem. Ela lança, agora, sua mais forte arma: ela chama Parsifal pelo seu nome, pois havia dois dias que ele não ouvia sua mãe o chamar e tinha-o esquecido. Parsifal lembra-se de seu nome e da própria mãe que o chamava, sempre, pelo nome. Recordações e muitas emoções inundam sua mente.

Assim, Parsifal começa a compreender a vida, e tem início um processo de maturação. Kundry não consegue seduzir Parsifal, mas um único beijo que ela soltou foi suficiente para ele acordar: Parsifal começa a ter noção do que era o amor de sua mãe, do sofrimento e das dores que ele deu a ela através da fuga sem motivo.




Parsifal agora entende as dores e os sofrimentos de Amfortas, como Rei do Graal de um lado, e pecador de outro. Entende, também, Kundry, que está querendo seduzi-lo, porém procura a libertação da possessão do demônio. Compreende a paixão do Salvador para a salvação de todos os homens.

Depois dessa transformação de Parsifal, Klingsor não consegue nada contra ele. A Lança Santa que Klingsor joga, com toda raiva, contra Parsifal, pára milagrosamente em pleno vôo, acima da cabeça deste. Assim ele pega a Lança Santa e, com ela, faz o sinal da cruz. Imediatamente Klingsor e o jardim desaparecem e Parsifal vê-se no meio dum deserto terrível.





III Ato
Na floresta perto do castelo do Graal

Por muito tempo a irmandade do Santo Graal vive sem a força sagrada, porque Amfortas foi fraco demais para cumprir a função da celebração do Graal. A irmandade está muito triste e Titurel morreu definitivamente.

Naquela Sexta-feira Santa, a irmandade irá se reunir pela última vez para celebrar o funeral de Titurel.




Gurnemanz vive perto do Castelo do Graal, como eremita. Nesta Sexta-feira-Santa, pela manhã bem cedo, Gurnemanz encontra Kundry, perto da casa dele, no meio da mata. Mas desta vez Kundry parece bem diferente, não há mais a mulher selvagem e bruxa como antes: ela mudou. Está vestida como uma penitente. Gurnemanz interpreta essa mudança como um bom sinal. Logo após, aparece mais alguém, um cavalheiro estranho, com um capacete fechado e armado, com uma lança.

Quando o cavalheiro abre finalmente o capacete, Gurnemanz reconhece o que Kundry sentira antes: o estranho cavaleiro é Parsifal. E logo depois ele reconhece, também, a Lança Santa que Klingsor roubou e que Parsifal traz de volta. Assim, Gurnemanz descobre que Parsifal é, realmente, o anunciado redentor que trará a salvação para Amfortas.




Como o cavaleiro mais nobre da irmandade do Santo Graal, Gurnemanz consagra Parsifal, com óleo, como novo rei do Graal. Como primeira tarefa, ele batiza a convertida Kundry, que lava os pés dele, seguindo o exemplo de Maria Madalena.

Gurnemanz acompanha, novamente, Parsifal, agora como o novo rei, para a cerimônia no castelo, onde as últimas celebrações do Santo Graal, em homenagem a Titurel, falecido, irão acontecer.

Amfortas, sofrendo muito, não quer saber da celebração do Graal, desejando apenas a morte. Recusa-se, veementemente, realizar a cerimônia, desejando ver-se livre do seu sofrimento.




Naquele momento, quando a irmandade estava prestes a forçar Amfortas a cumprir sua função, Parsifal aparece com a Lança Santa. Ele toca com a lança a chaga de Amfortas e imediatamente a chaga se cicatriza. A anunciada salvação para Amfortas chegou.

Como novo rei do Santo Graal, Parsifal preside a Santa Cerimônia, elevando o Santo Graal, abençoando toda a irmandade, anunciando que nunca mais deverá ser coberto o Santo Graal, e que todos tenham acesso a sua força. Coros de anjos cantam o apoteótico final: "Salvação para o Redentor".




Leitura recomendada:
http://www.luiz.delucca.nom.br/wep/wagneremportugues_pf.html

http://www.luiz.delucca.nom.br/wep/wagneremportugues.html

http://www.fraternidaderosacruz.org/mdgo.htm#_Toc522752035














E assim encerramos as óperas de Wagner.

Levic

quinta-feira, 20 de maio de 2010

26.6- Richard Wagner 7





Óperas abordadas neste post.
11- Siegfried
12- Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses)



O imenso significado de O Anel do Nibelungo já estava claro para seus contemporâneos mesmo antes de sua estreia. Além do imperador da Alemanha Guilherme I, do rei Luís II e de outros representantes da nobreza europeia, artistas de todo o mundo compareceram a Bayreuth no verão de 1876: os compositores Liszt, Bruckner, Tchaikovsky e Grieg, o filósofo Nietzsche e o escritor russo Tolstói. Wagner, que certa vez se autodenominou “o mais alemão dos seres”, havia atingido fama e influência internacionais, que não deixariam de perdurar, mesmo após a sua morte.

11-Siegfried
O Anel do Niebelungo - 11ª ópera (63 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth), 15 de Agosto de 1876


Personagens
Siegfried
Mime, o Anão
O Viajante, aliás Wotan
Alberich, o Anão
Fafner, o Gigante
Ave da Floresta
Erda, Deusa da Terra
Brünhilde

Resumo das cenas
O 1º ato passa-se na caverna de Mime onde o anão tenta forjar uma nova espada com os restos da Espada Invencível quebrada por Wotan durante o duelo que levara à morte de Siegmund. Mas o anão não consegue forjar espada nenhuma. Wotan chega à caverna disfarçado de Viajante, e revela ao anão que apenas um Herói de coração puro e sem medo conseguirá forjar essa espada. Só que, se tal acontecer, Mime morrerá.

Mesmo assim o anão não desiste, e começa por perguntar a Siegfried se ele sabe o que é o Medo, sentimento que o jovem desconhece. Em seguida convence-o a forjar uma nova espada com os restos da Espada Invencível. Apesar de manifestar um profundo desprezo pelo anão que o criara, Siegfried não só forja a espada como acaba também por aceitar partir em busca do gigante Fafner para o matar.




A ação do 2º ato passa-se junto da entrada da caverna onde Fafner guarda o seu Tesouro. Graças aos poderes mágicos do Elmo, o gigante tomara a forma de um Dragão, e dorme, despreocupado. Próximo dali, escondido, o Niebelungo Alberich observa-o, enquanto pensa numa forma de reconquistar o Tesouro perdido.

Aparece Wotan, sempre disfarçado de Viajante, e revela ao anão que um jovem Herói se aproxima disposto a enfrentar o gigante. Alberich acorda Fafner e avisa-o do perigo, mas o gigante menospreza o aviso do anão e retoma o sono interrompido. Aparece Siegfried seguido de Mime. Alberich esconde-se. Siegfried enfrenta o gigante e mata-o, atravessando-lhe o coração com a Espada.



Depois, num gesto instintivo, leva aos lábios a mão suja de sangue. E a magia acontece: ao provar o sangue do gigante, Siegfried passa a entender a Linguagem das Aves, e são elas que lhe dizem para se apoderar do Elmo e do Anel, lançando-lhe também um aviso: o anão Mime prepara-se para matá-lo. O anão aproxima-se com uma bebida envenenada. Avisado pelas Aves, Siegfried mata-o. E são ainda as Aves que revelam ao Herói a Missão que deverá cumprir: libertar a Valquíria Brünhilde do seu sono protegido pelo círculo mágico das Chamas.




A ação do 3º ato passa-se junto do rochedo protegido pelo Fogo Mágico onde a Valquíria Brünhilde está adormecida. Wotan é avisado por Erda, Deusa da Terra, que o fim dos Deuses se aproxima para dar lugar à Humanidade triunfante, simbolizada por Siegfried e Brünhilde. Siegfried chega e Wotan enfrenta-o. Mas Siegfried quebra a Lança do Deus e liberta a Valquíria. Brünhilde acorda do seu longo sono nos braços de Siegfried. Os dois olham-se maravilhados. A Valquíria renuncia à sua Condição Divina, escolhe o amor de Siegfried, e Siegfried coloca-lhe no dedo o Anel Mágico.

Siegfried é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a terceira parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Sua estréia ocorreu no Bayreuth Festspielhaus, Bayreuth, em 16 de agosto de 1876, como parte da primeira apresentação completa da Saga do Anel.




Sinopse:

Mime forja uma espada para Siegfried
Ato I
Cena I

Irmão de Alberich, Mime, está forjando uma lâmina de espada em sua caverna no meio da floresta. Enquanto trabalha, reclama sobre não conseguir forjar os pedaços de uma certa espada, e sonha com o tesouro almejado anteriormente por seu irmão. O nibelungo tem como objetivo obter o anel para si, tendo criado o orfão Siegfried para matar Fafner por ele. O gigante possuía o anel e do elmo mágico Tarnhelm, com qual havia se transformado em dragão. Mime precisava da espada para que Siegfried usasse, mas quebrava facilmente todas as lâminas forjadas.




Siegfried retorna de suas caminhadas na floresta com um urso encoleirado, o que apavora Mime, que pede a retirada do animal. O jovem atende o pedido e solta o urso, que sai pela floresta. Ele se incomoda com a falta de progresso de Mime na forja da espada. O velho então o apresenta sua nova produção, que assim como todas as anteriores, é destruída por Siegfried, já enfurecido. Mime tenta acalmá-lo, lembrando-o sobre a gratidão que o jovem o deve pela tutoria durante tantos anos.

Entretanto, o jovem não o suporta. Siegfried exige saber sobre seus pais. Nas suas caminhadas ele havia percebido que, entre todos os animais, os filhos possuem pai e mãe, e estes são parecidos com a cria. Mime era nada parecido com Siegfried, mas o velho explica que é tanto pai quanto mãe do garoto.




Ameaçado por Siegfried, Mime é forçado a ceder e explicar sobre a mãe do jovem, a moribunda Sieglinde. Ela morrera durante o parto do filho, não antes de confiar ao nibelungo os cuidados do bebê. Perguntado sobre seu pai, Mime explica possuir total desconhecimento, exceto pelo fato dele ter morrido em combate, como informado por Sieglinde. Como prova do que havia acabado de contar, ele também mostra ao jovem os estilhaços da espada Nothung, e Siegfried o ordena reforjá-la, animando-se com o potencial dessa arma de verdade. O jovem então deixa o local.




Sob forma humana de andarilho, Wotan desafia Mime com charadas
Cena II
Mime está desesperado: estava acima de sua capacidade consertar a Nothung. Um velho homem (a platéia percebe ser Wotan) aparece abruptamente na residência. Sua presença não é positiva ao nibelungo, que deseja a retirada do sujeito, apesar da insistência. O andarilho propõe a aposta de sua cabeça em um jogo de três charadas para Mime, que aceita a fim de dispensar o sujeito mal vindo.

Ele pergunta ao andarilho o nome das raças que vivem abaixo do solo, na superfície e nos céus. O andarilho responde corretamente os nibelungos, os gigantes e os deuses, respectivamente. Mime então pede que o sujeito se retire, mas, não se dando por vencido, Mime é então forçado pelo sujeito a apostar sua cabeça para responder charadas. Ele é perguntado sobre a raça mais amada por Wotan (ainda que tratada cruelmente), o nome da espada que pode destruir Fafner e a pessoa que pode fabricar a lâmina da espada.




Mime responde corretamente as duas primeiras perguntas, os Volsungas e Nothung respectivamente. Entretanto, ele é incapaz de responder a última charada. Wotan livra Mime, explicando-o que somente quem não conhece o medo pode reforjar Nothung, declara que sua cabeça pertence à tal pessoa livre do medo e deixa a residência.


Cena III
A essas alturas Mime já está alucinado. Siegfried retorna, exigindo a reparação da espada estilhaçada. Mime percebe que a única coisa que não havia ensinado a Siegfried durante sua criação foi o medo. Ao saber disso, Siegfried se mostra interessado em aprender sobre o medo, e Mime promete ensiná-lo ao levá-lo ao encontro do dragão Fafner.

Como o nibelungo não consegue forjar a espada por conta própria, Siegfried decide realizar a tarefa sozinho, tendo sucesso na tarefa apesar da descrença de Mime. Nesse meio tempo, Mime percebe que, com o acordo com o andarilho, sua cabeça agora pertence a Siegfried. Ele então prepara uma bebida envenenada para oferecer ao jovem logo após ele derrotar o dragão. Ao terminar a forja, o jovem demonstra o poder de sua lâmina ao partir uma bigorna ao meio, impressionando o nibelungo.




Siegfried mata o dragão Fafner com sua espada Nothung
Ato II
Cena I

É noite e se está na saída da caverna do gigante Fafner, que, sob forma de dragão por conta do elmo mágico, guarda consigo o elmo, o anel e o tesouro obtido com o contrato de Wotan. O andarilho chega ao local, onde Alberich mantém vigia esperando a oportunidade de reaver o anel que anteriormente já teve posse. Os dois inimigos logo se reconhecem (ao contrário de Mime, que em nenhum momento percebe que o andarilho é Wotan).

Alberich conta seus planos para dominar o mundo assim que o anel retorne para si. Calmamente, Wotan alega que não deseja obter o anel, estando ali somente como observador. Alberich não acredita nas intenções de Wotan, alegando que o herói livre era a forma indireta de Wotan obter o anel, então ele ainda estava interessado.



Wotan então o alerta, dizendo que Mime é que está usando o jovem Siegfried para obter o anel, era com seu próprio irmão que Alberich deveria se preocupar. Ele termina, dizendo que logo o jovem chegaria ao local com seu tutor a fim de matar o dragão.

Para surpresa do nibelungo, Wotan acorda Fafner e o informa sobre o herói que está chegando para lutar contra ele. Ele propõe que ele ceda o anel pacificamente para sair ileso. Sem se importar, o dragão se recusa a entregar o anel e retorna ao sono. Wotan parte e Alberich se esconde em uma fenda das rochas do local.



Cena II
Ao amanhecer, Siegfried e Mime chegam ao local, e Mime decide recuar enquanto Siegfried confronta o dragão. Enquanto o jovem espera Fafner aparecer, divaga sobre seus verdadeiros pais e percebe um pássaro da floresta em uma árvore. Amigável ao ser, ele tenta imitar seu canto usando um pífaro talhado na hora, sem sucesso. Ele então executa uma nota em sua trompa, acordando Fafner e levando-o para fora de sua caverna. Apesar da fúria do dragão, Siegfried age como de costume, atrevido. Após discussão, eles lutam, e Siegfried fere o coração do inimigo com a Nothung.


                                        


Os irmãos nibelungos Alberich e Mime discutem sobre a posse do Anel

Em seus últimos momentos, Fafner toma conhecimento do nome de Siegfried, diz um pouco de sua história e que havia matado seu irmão Fasolt. Por fim, o alerta sobre traição. Quando Siegfried remove sua espada do cadáver, suas mãos são queimadas pelo sangue do dragão, e ele instintivamente as coloca em sua boca. Ao provar o gosto do sangue, ele percebe que agora consegue entender a língua do pássaro da floresta. O pássaro lhe revela os poderes do anel e do elmo mágico, e Siegfried entra na caverna para procurar tais tesouros.






Cena III
Mime retorna para assegurar a morte do dragão, Alberich também chega ao local e os dois discutem sobre o direito de posse do anel. Com o retorno do jovem os dois irmãos cessam a discussão e deixam o local. Seguindo suas instruções, ele toma para seu o anel e o elmo mágico da residência de Fafner, e ignora o resto de tesouro.

O pássaro então o alerta sobre as intenções de Mime, e avisa que agora o jovem possuía o dom da clarividência por conta do sangue do dragão. Mime reaparece, e Siegfried reclama que ainda não havia aprendido o significado do medo. Mime então o oferece a bebida envenenada com um jeito amigável, mas Siegfried consegue ler os pensamentos de cobiça, ódio e assassinato na mente do velho nibelungo. Ele então mata o nibelungo com um golpe de sua espada, e atira o corpo de Mime na caverna de Fafner, assim como o cadáver de próprio dragão.




Após pedido de Siegfried, que lamentava sua solidão, o pássaro da floresta começa a cantar sobre uma mulher dormindo em uma rocha rodeada por fogo mágico, e cujo herói que, salvando-a, irá tornar-se noivo da dama. Imaginando se finalmente poderia entender o significado do medo, Siegfried parte para a montanha, guiado pelo pássaro.


Siegfried encontra a mulher repousando sobre a rocha
Ato III
Cena I

Ainda sob forma de andarilho, Wotan aparece no caminho da rocha onde repousa Brünnhilde e invoca Erda, deusa da terra. Aparentando estar confusa e questionando o motivo de ter sido acordada, ela emerge da gruta onde se encontrava. Wotan se identifica e pede conselhos, mas Erda o sugere procurar suas filhas nornas. Wotan insiste, mas Erda faz nova sugestão: que ele procurasse Brünnhilde, uma das valquírias filhas de Erda com Wotan.

Ele responde alegando que era justamente sobre ela o assunto, e descreve a situação atual da valquíria, que estava condenada a sono profundo por sua desobediência. Apesar do espanto de Erda, Wotan continua, citando que seu período de sabedoria estava chegando ao fim. Ele a informa que não teme mais o destino final dos deuses e que é inclusive seu desejo que isso ocorra. Sua herança seria deixada para o Volsunga Siegfried, e sua filha Brünnhilde trabalharia nas tarefas que ainda assolavam o mundo. Dispensada, Erda mergulha novamente às profundezas da terra.




Cena II
Wotan permanece no local. Siegfried chega auxiliado pelo pássaro da floresta, que parte ao ver o andarilho. Wotan pergunta o destino do jovem, e pensando que aquela pessoa poderia ajudá-lo, Siegfried responde que procurava uma rocha sobre a qual repousava uma mulher. Segue um interrogatório de Wotan ao jovem, que, por sua vez, começa a se irritar. Em uma discussão agora acalorada, o andarilho adverte Siegfried para que ele não desafiasse, mas o jovem, que ainda não conhecia o medo, age atrevidamente como de costume. Ele responde insolentemente e se direciona a caminho da rocha de Brünnhilde.


Brünnhilde se entrega ao amor de Siegfried
Wotan bloqueia a passagem de Siegfried através da lança dos tratados, e o avisa que a mesma lança já havia quebrado a espada que o jovem tinha em punho. Percebendo então que aquele sujeito era o responsável pela morte de seu pai, o dono original da espada, Siegfried quebra a lança com um golpe da Nothung. Calmamente, Wotan reúne os estilhaços de sua arma e deixa o local. Siegfried chega às rochas e observa o círculo de fogo que enfrentará. Ele sopra sua trompa e avança sobre o fogo, que é rapidamente amenizado.




Cena III
Siegfried encontra Brünnhilde e seu cavalo Grane. Primeiramente pensa tratar-se de um homem, ao observar a armadura típica das valquírias. Entretanto, remove a armadura com sua espada e encontra a mulher por trás do equipamento. Incerto sobre como agir por nunca antes ter visto uma mulher, clama por sua mãe e experimenta o medo pela primeira vez. Desesperado, ele a beija, acordando-a do sono mágico. Questionando quem ser aquela pessoa que a havia acordado, ele se apresenta. Ela responde, dizendo que já havia cuidado do jovem antes mesmo dele ter nascido. Confuso, Siegfried chega a cogitar ser ela sua mãe, mas Brünnhilde responde que não, e que sua mãe nunca mais voltaria.

Siegfried começa a se atrair pela moça, sendo repelido por ela. Brünnhilde está triste por ter perdido a condição de valquíria, mas acaba cedendo e se entrega ao amor de Siegfried, renunciando o mundo dos deuses.




Os papéis de Siegfried e Mime são interpretados por tenores, enquanto o andarilho (Wotan) e Alberich são baixos-barítonos. O gigante transformado em dragão Fafner é interpretado por um baixo. Entre as mulheres, Erda é contralto, enquanto o pássaro da floresta e Brünnhilde são sopranos.











Ler:
https://cpantiguidade.wordpress.com/2010/10/28/a-historia-de-sigurdsiegfried/

                          


12- Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses)

Götterdämmerung - O Crepúsculo dos Deuses
O Anel do Niebelungo - 12ª ópera (63 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth), 16 de agosto de 1876





O Crepúsculo dos Deuses (em alemão: Götterdämmerung) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a quarta parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Composta entre 1869 e 1874,1 sua estréia ocorreu no Bayreuth Festspielhaus, Bayreuth, em 17 de agosto de 1876, como parte da primeira apresentação completa da Saga do Anel.

O título é uma tradução que, na mitologia nórdica, se refere à guerra profetizada dos deuses que resulta no fim do mundo. Entretanto, assim como no restante da tetralogia, a interpretação de Wagner para esse apocalipse diverge significativamente das fontes nórdicas.

A última cena do último ato é talvez uma mais difíceis direções de cena da história da ópera, quando o fogo consome todo o cenário e o rio Reno inunda o local, levando as ninfas consigo.





Personagens
Nornas
Siegfried
Brünhilde
Gunther
Hagen
Gutrune
Valquíria Waltraute
Alberich, o Anão
Ninfas do Reno



A primeira versão da ópera se chamava A Morte de Siegfried, mas foi renomeada em outubro de 1848. Wagner adicionou um prólogo pois muita informação estava implícita, o que acabou se tornando as três óperas anteriores, formando o ciclo do anel. Em 1852, adicionou-se o fim dos deuses e da Valhala. Durante o processo de composição, interesses nos trabalhos de Schopenhauer e no budismo também influenciaram a obra.

Impaciente para completar seu ciclo épico, Wagner começou a trabalhar num esboço preliminar de Götterdämmerung em 2 de outubro de 1869, enquanto ainda trabalhava no terceiro ato de Siegfried. A composição passou por três estágios: esboço preliminar (Gesamtentwurf), esboço orquestral (Orchesterskizze) e partitura completa (Partiturerstschrift). Ele alterou sua forma padrão de trabalho mais uma vez enquanto trabalhava nos dois últimos atos de Die Meistersinger von Nürnberg, e agora ele terminava os esboços completos de cada ato antes de começar a partitura completa de toda a ópera.



Continuou-se a composição sem dificuldade, já que Wagner agora estava habituado com seu material musical. Houve uma pequena interrupção durante o Natal, mas o trabalho foi retomado já em 9 de janeiro de 1870. O esboço orquestral começou dois dias após; entretanto, ele conseguiu se concentrar naquela composição somente após terminar Siegfried, em 5 de fevereiro de 1871. Em meados do ano, os esboços do prólogo e do primeiro ato estavam terminados, e o compositor passou a trabalhar no esboço preliminar do segundo ato. O esboço orquestral correspondente foi começado somente em 18 de novembro, e o segundo ato estava completado já no fim daquele ano.

Em algum momento entre 1871 e 1872, Wagner trabalhou no esboço preliminar do que ele chamava "Fim de Schopenhauer" para o terceiro ato, ainda que não era destinado à obra em si. Essa não foi a única modificação que ele fez ao texto do terceiro ato. Enquanto trabalhava na instrumentação, decidiu que Gutrune deveria morrer, diferente da ideia original dela somente desmaiar. O trabalho preliminar desse ato começou em 4 de janeiro de 1872, terminando em 9 de abril. O esboço orquestral começou logo após o preliminar, sendo terminado em 22 de julho. Em abril do mesmo ano, a família Wagner deixou Tribschen para se estabelecer em Bayreuth, uma pequena cidade da Baviera onde um teatro havia sido construído para a estreia do ciclo. Um ano após, haviam se mudado para Wahnfried, sua nova mansão no local.

                        


Em 3 de maio de 1873, apenas cinco dias após estabelecer residência em Wahnfried, Wagner começou a partitura completa de Götterdämmerung. No natal ele já havia chegado no fim do primeiro ato. Em 26 de junho de 1874 foi terminado o segundo ato, e em 21 de novembro a obra completa.

A ação do Prólogo do "Crepúsculo" passa-se junto do rochedo das Valquírias onde as Nornas tecem os fios do Destino enquanto predizem o fim fatal dos Deuses e a destruição da sua morada, Valhalla, quando terminar a maldição que pesa sobre o ouro roubado ao Rio. Chega Siegfried acompanhado de Brünhilde que entrega ao Herói o seu cavalo, no qual ele parte em busca de novas aventuras que confirmem o seu amor. Porém, antes de partir, Siegfried entrega a Brünhilde o Anel como penhor de Fidelidade.




Resumo das cenas:
O 1º Quadro do 1º Ato passa-se no Castelo dos Gibichungs, onde Siegfried é recebido pelo Rei Gunther, meio-irmão de Hagen, filho do anão Alberich. Hagen conspira com Gunther uma forma de conseguir apossar-se do Anel, cujo paradeiro desconhece, e leva Siegfried a beber uma poção mágica que o faz esquecer o seu Passado e Brünhilde, e o faz apaixonar-se por Gutrune, irmã de Gunther, com quem decide casar.

Gunther consegue ainda que, antes da cerimônia, Siegfried aceite ir buscar Brünhilde, que Gunther pretende para mulher. No rochedo onde está Brünhilde, Waltraute, uma das Valquírias, suplica à irmã que salve os Deuses restituindo o Anel forjado com o ouro roubado ao Rio pelo anão Alberich. Brünhilde recusa, e Waltraute parte desesperada. É então que aparece Siegfried disfarçado de Gunther graças aos poderes do Elmo mágico. Brünhilde tenta resistir, mas o Herói consegue arrancar-lhe o Anel e levá-la consigo para o Castelo dos Gibichungs.




A ação do 2º ato passa-se junto do Castelo dos Gibichungs onde Alberich incita o filho, Hagen, a reconquistar para ele o ouro perdido, sem pensar no preço que terá de pagar - o que Hagen se compromete a fazer. Anunciam-se os casamentos de Siegfried com Gutrune e de Gunther com Brünhilde.

A multidão aglomera-se junto das margens do Rio onde o Rei Gunther desembarca com aquela que pretende tornar sua e esposa: a Valquíria Brünhilde. Ao compreender o que se passa, Brünhilde acusa Siegfried de traição, mas o seu desespero e a sua raiva parecem não impressionar o Heroi que continua sob o efeito da Poção Mágica que o fez esquecer todo o seu Passado. O Amor de Brünhilde transforma-se em ódio e em desejo de vingança, acabando por incitar Hagen a matar Siegfried revelando-lhe o local entre os ombros onde o Heroi é vulnerável.




A ação do 1º Quadro do 3º Ato passa-se num vale rochoso perto do Reno durante uma caçada.

As três Ninfas, filhas do Rio, aconselham Siegfried a desfazer-se do Anel, advertindo-o de que a sua posse lhe poderá ser fatal. Mas Siegfried não as escuta. A caçada terminou. Hagen conversa com Siegfried levando-o a narrar as suas aventuras. Só que, ao recordar o Passado, Siegfried pára sempre no instante em que conheceu Brünhilde. A Memória perde-se e ele não consegue recordar, já que continua sob o efeito da Poção Mágica.

Então Hagen dá-lhe uma outra bebida Mágica e Siegfried recupera a Memória, recordando, para surpresa de todos, a história do seu Amor por Brünhilde. Hagen aproveita esse instante em que Siegfried está profundamente absorvido pelas recordações e desfere o golpe fatal. Siegfried morre pronunciando o nome de Brünhilde.



Ao som duma marcha fúnebre os caçadores transportam sobre os seus escudos o corpo do Heroi partindo na direção do Castelo dos Gibichungs. Aí, junto das muralhas, Hagen revela a Gutrune ter morto Siegfried e exige que ela lhe entregue o Anel que está na posse do Heroi. Gutrune recusa fazê-lo e Hagen mata-a, tentando em seguida tirar ele próprio o Anel da mão de Siegfried.

Mas o braço do morto ergue-se de dedos cerrados: o Anel pertence a Brünhilde. Ela já soube, pelas Ninfas, a verdade e ordena que seja erguida uma pira fúnebre destinada ao Heroi assassinado. Depois despede-se de Siegfried e tira-lhe do dedo o Anel que fora causa de tanta desgraça. Ele será devolvido ao Reno de onde nunca deveria ter saído.




A ópera termina com a Valquíria cavalgando para as chamas da fogueira juntando-se ao seu Heroi morto. As chamas aumentam de intensidade. Depois as águas do Rio transbordam e devoram a fogueira. As Ninfas apoderam-se do Anel e arrastam Hagen para o fundo das águas. Longe, Valhalla sucumbe às chamas. É o fim dos Deuses e o início duma nova era onde o Amor Humano resplandecerá sobre toda a Terra.



SINOPSE:
Prólogo
Filhas de Erda, as três nornas estão próximas à rocha de Brünnhilde, tecendo o fio do destino. É noite e elas cantam sobre o passado, como sobre o fogo erguido por Loge a mando de Wotan para circundar Brünnhilde e outros acontecimentos: contam a origem da lança de Wotan, o subjulgamento de Loge, o roubo do ouro do Reno pelo anão Alberich. Enquanto isso, o fio se embaraça na ponta de uma rocha, cortando-o parcialmente. Elas continuam narrando a maldição do anel, e quando Wotan ateará fogo em Valhala para marcar o fim dos deuses. Inesperadamente, o fio se rompe, e as nornas desaparecem nas profundezas, lamentando a perda do seu conhecimento.


Com o amanhecer, Siegfried e Brünnhilde surgem de uma gruta após consumarem seu amor. Ela o envia para novas aventuras, pedindo-lhe que mantenha seu amor em mente. Como demonstração de fidelidade, ele lhe dá seu anel conquistado na luta contra Fafner, e é agraciado com o cavalo dela, Grane, e seu escudo de valquíria. Por fim, ele parte com o escudo e o cavalo.


Ato I
Cena I

O primeiro ato inicia-se no salão do palácio dos gibichungos, um povo que vive às margens do rio Reno. Vê-se sentado em seu trono o rei Gunther. Questionado por Gunther sobre sua dignidade perante o povo, seu meio-irmão Hagen sugere-lhe encontrar uma mulher para si, e um marido para sua irmã Gutrune. Ele menciona Brünnhilde para si, e Siegfried à irmã. Ao saber da condição da moça, que vivia no alto de uma rocha circundada por fogo, Gunther questiona como poderia chegar até ela. Hagen esclarece que somente um homem era capaz de realizar tal feito, Siegfried, contando sobre o feito do jovem ao matar um dragão, dando-lhe fama e um tesouro.

Gunther ainda não entende como poderia chegar a Brünnhilde, mas ouve de Hagen que seria o próprio Siegfried que a traria para si, após ser seduzido por Gutrune. Hagen sugere usar uma poção mágica para entorpecer o jovem a fim de esquecer sua amada, de forma que, sob sua influência, ele poderia se apaixonar por Gutrune e trazer sua esposa Brünnhilde a Gunther.

Gunther não esconde sua alegria com o plano, e pergunta a seu irmão como encontrar o herói. Ele responde que Siegfried estava sempre à procura de aventuras, e eventualmente chegaria ao local. E isso realmente acontece.



Cena II

Siegfried vai ao encontro dos gibichungos, à procura de Gunther, que se apresenta e o recepciona. O hóspede demanda a luta ou a amizade entre os dois, o que é prontamente respondido pela escolha da amizade. Gunther lhe oferece todo seu reino, que fica à disposição do herói. Não tendo bens, Siegfried oferece somente a si mesmo, como companheiro e como soldado.

Hagen lhe pergunta sobre o tesouro do nibelungo, e Siegfried lhe responde que não tinha o menor interesse naquilo, deixando na gruta do dragão. Hagen novamente lhe pergunta se ele realmente não havia tomado consigo nada daquele tesouro, e Siegfried responde que tinha apenas o elmo mágico Tarnhelm, e um certo anel. Hagen conhece a natureza dos dois objetos e, percebendo que Siegfried não o usava, pergunta se o anel estava bem guardado. Siegfried responde que o anel estava com sua esposa Brünnhilde, o que desperta o interesse de Hagen.




Gutrune lhe oferece sua poção do amor disfarçada numa bebida, e ao beber Siegfried acaba esquecendo seu amor por Brünnhilde e se apaixona por Gutrune. Tímida, ela sai do recinto, e o entorpecido Siegfried pergunta a Gunther se ele tem uma esposa. Ele responde negativamente, mencionando que a única mulher que o interessa é inalcançável. Siegfried lhe oferece ajuda, e então Gunther o avisa sobre Brünnhilde e o fogo mágico.

Percebe-se que Siegfried realmente se esqueceu por completo do seu passado e do seu amor por Brünnhilde. Eles juram fraternidade pelo sangue, com punição pela morte, e partem para a rocha de Brünnhilde. Hagen permanece para guardar o palácio, e Gutrune aparece para perguntar sobre Siegfried. Por fim, Hagen pensa consigo mesmo sobre seus planos: os noivos para os irmãos e o anel para si!




Cena III

Enquanto isso, volta-se a rocha onde vive Brünnhilde. Ela ouve um cavalo chegando, e eis que chega uma de suas irmãs, a valquíria Waltraute. Brünnhilde a pergunta o motivo da visita, já que Wotan havia proibido; também pergunta se seu pai já estava mais brando, e cita sua felicidade com Siegfried. Claramente abalada desde a chegada, a irmã responde que havia chegado por questões mais sérias.

Ela relata que desde a exclusão de Brünnhilde, Wotan já não as enviava para as batalhas, ignorando os heróis, voltando para suas peregrinações. Ele sempre tinha em mãos os fragmentos de sua lança. Ele teme perdê-la, pois ela possui todos os tratados e barganhas que ele já havia feito, tudo o que o fortalece. Ele havia ordenado que os galhos da Yggdrasil, a Árvore do Mundo, fossem empilhados ao redor da Grande Sala da Valhala.

Também havia enviado seus corvos para espiar o mundo e o informar sobre todas as notícias; só poderiam voltar para trazer boas notícias. Descrente, Wotan já esperava o fim da Valhala. As valquírias ainda sugeriram que o fim poderia ser evitado se Brünnhilde devolvesse o anel ao seu dono de direito, as donzelas do Reno.




Waltraute suplica à Brünnhilde para devolver o anel às ninfas, já que a maldição daquele objeto agora estava afetando seu pai, Wotan. Entretanto, Brünnhilde se recusa a se desfazer do símbolo do amor de Siegfried. Mesmo com insistência, Brünnhilde não cede, e então Waltraute parte desamparada.

Começa a anoitecer, e as chamas ao redor de sua morada se intensificam, o que a faz crer no retorno do amado. Era justamente Siegfried retornando, mas disfarçado de Gunther através do seu elmo mágico, Tarnhelm. Ele exige Brünnhilde como sua esposa, forçando-a a segui-lo nem que fosse pela força. Ela percebe nisso um castigo de Wotan, e luta com desconhecido. Apesar da resistência violenta da moça, ele a domina, pegando para si o anel, e exige que ela entre na gruta.




Ato II
Cena I

Hagen repousa no palácio, e é visitado por seu pai Alberich. O velho o ordena obter o anel, perguntando sobre o progresso desse plano, e o filho jura obtê-lo. Em diversos momentos, Alberich pergunta se o filho está dormindo: questiona-se se esta cena representa um sonho de Hagen com o pai. Para reforçar a hipótese, Alberich cita em certo momento: "Não ouves a mim, que não mais tenho repouso nem sono?".

Cena II

Com o amanhecer, Siegfried retorna, assumindo sua forma natural novamente e animado com o sucesso de sua missão. Ele acorda Hagen, que lhe pergunta sobre os últimos acontecimentos. Siegfried o explica que havia retornado da rocha de Brünnhilde, e pergunta por Gutrune. Ela chega e, curiosa, também pergunta sobre as últimas novidades. Siegfried narra os fatos recentes, assegurando sua fidelidade à Gutrune. Ele explica que logo chegariam Gunther e Brünnhilde, e Hagen os identifica ao longe. Siegfried e Gutrune partem para os preparativos do casamento, restando apenas Hagen no recinto.



Cena III

Hagen sobe numa rocha e então convoca os gibichungos com seu berrante. Ele clama que há perigo, e que eles deveriam portar suas armas. Os soldados chegam afoitos, curiosos com a chamada inesperada. Hagen os explica que Gunther chegaria com sua noiva, e os homens se perguntam qual era o perigo iminente. Hagen continua, contando que eles deveriam sacrificar animais aos deuses, e que deveriam encher os copos de hidromel. Ao esclarecer que eles deveriam aproveitar o momento, os soldados se tranquilizam e celebram. Gunther e Brünnhilde se aproximam, enquanto os gibichungos os saúdam.




Cena IV

Os dois chegam, e se percebe a desolação de Brünnhilde; ela se espanta ao ver Siegfried, após Gunther cumprimentar Siegfried e anuncia seu casamento com Gutrune. Notando o anel nas mãos dele, deduz que ele havia roubado de Gunther. Os gibichungos também se espantam. Hagen pede atenção de todos às palavras de Brünnhilde. Siegfried alega que o anel era fruto da luta contra o dragão Fafner, e Gunther alega que não havia dado o tesouro para Siegfried.

Ela então toma conhecimento da traição, denunciando Siegfried em frente aos vassalos de Gunther, declarando que Siegfried é seu esposo. Siegfried jura em honra da lança de Hagen que aquelas acusações são falsas, o que é desmentido por Brünnhilde. Os presentes oram a Donner por justiça. Por fim, Siegfried parte com Gutrune e os convidados para a festa de casamento.



Cena V

Restam no recinto somente Brünnhilde, Hagen, e Gunther. Completamente envergonhado com a atitude de Brünnhilde perante seu povo, Gunther concorda com a sugestão de Hagen de matar Siegfried para recuperar sua honra. Buscando vingança da traição de Siegfried, Brünnhilde também concorda, e informa a Hagen única fraqueza do herói: apesar dela ter usado mágica para preveni-lo de qualquer mal em luta, ela havia deixado as costas desprotegidas, sabendo que ele nunca daria às costas ao combate. Então, Hagen e Gunther decidem atrair Siegfried para uma caçada juntos a fim de matá-lo.




Ato III
Cena I

Às margens do rio, as donzelas do Reno lamentam a falta do Ouro do Reno. Siegfried aparece no local, separado dos seus companheiros de caçada. Elas o demandam o retorno do anel em troca de informações sobre a caçada. Sendo ignoradas, o chamam de sovina, o que o faz finalmente oferecer o objeto. Inesperadamente, agora elas se recusam a aceitar, alertando sobre a maldição que estava chegando ao herói. Interessado, ele pede mais informações, e ouve a história do anel. Ele desdenha, e então elas citam a maldição trançada no fio do destino das nornas. Com uma prepotência parecida com a de Wotan, Siegfried responde que sua espada romperia o fio do destino, assim como com a lança de Wotan. Elas então fogem, prevendo a morte de Siegfried no mesmo dia. Trompas de caça se ouvem ao fundo.




Cena II

Siegfried se reúne com os caçadores, que incluem Gunther e Hagen. Enquanto repousam, nota-se Gunther num tom alterado, e Siegfried conta aos presentes sua aventuras da juventude. Ele cita o anão Mime, o anel, Fafner, o dom da língua dos pássaros. Hagen o oferece uma bebida que restaura sua memória, desfazendo o feitiço da poção do amor, e ele se lembra de ter acordado Brünnhilde do sono mágico com um beijo.

Gunther se espanta com a confirmação da traição de Siegfried. De repente, dois corvos voam dum arbusto; enquanto Siegfried os observa, Hagen o fere fatalmente nas costas com sua lança. Os outros observam com horror, enquanto Hagen anuncia estar "punindo perjúrio", caminhando calmamente em direção da floresta. Siegfried morre enquanto relembra suas memórias de Brünnhilde, e seu corpo é carregado numa procissão solene. O acompanhamento musical é a "Marcha Fúnebre de Siegfried", uma passagem notável de toda a tetralogia.




Cena III

De volta ao palácio dos gibichungos, Gutrune aguarda o retorno de seu marido Siegfried. Angustiada com a falta, ele ainda se questiona se Brünnhilde ainda estava acordada. Hagen chega com a procissão, e Gutrune observa devastada o corpo de Siegfried sendo trazido. Num primeiro momento, Hagen anuncia que um javali o atacara, mas Gunther o acusa da morte. Hagen replica, argumentando que Siegfried havia quebrado sua promessa, exigindo o anel da mão do morto como direito de sua conquista. Gunther não aceita, alegando que o anel é herança de Gutrune, e então Hagen também o mata após um duelo.

Entretanto, ao se aproximar do anel para obtê-lo, a mão do herói morto se levanta de forma assustadora, e ele recua. Brünnhilde aparece, clamando vingança à morte do esposo. Gutrune ainda tenta rebater, mas eventualmente aceita que a mulher do herói era, de fato, a valquíria. Ela amaldiçoa Hagen por seu plano maligno. Brünnhilde ordena uma grande pira funerária às margens do rio, e a presença de seu cavalo Grane.




Ela louva o marido, e ora aos deuses. Amaldiçoando o anel, ela avisa as donzelas do Reno para obtê-lo das suas cinzas, assim que o fogo limpe sua maldição. Ela acende a pira, e envia os corvos para casa, para anunciar todos os fatos ocorridos a Wotan. Num último momento, Brünnhilde louva seu cavalo, monta-o e cavalga para a morte, atirando-se nas chamas.

O fogo consome o local, enquanto o rio Reno transborda suas margens, levando as donzelas do Reno com as ondas. Hagen ainda tenta roubar o anel delas, mas afunda. As donzelas do Reno nadam com o anel, satisfeitas com o retorno do seu objeto, enquanto o palácio dos gibichungos é destruído. Com o aumento das chamas, a Valhala aparece ao fundo. A morada dos deuses é consumida pelo fogo, e percebe-se no interior os deuses reunidos, apenas aguardando pelo fim.









Levic