segunda-feira, 30 de maio de 2011

96- Inglaterra - séc. XX - Andrew Lloyd Webber1



Andrew Lloyd Webber (Londres, 22 de março de 1948) é um compositor e produtor musical britânico, oriundo de uma família de músicos, e por muitos considerado um dos compositores teatrais de maior renome do fim do século XX.

(Evidentemente que seu nome não está ligado às operas tradicionalmente falando e nem ele faz questão disso. Entretanto, eu não poderia deixar passar Londres ou Inglaterra, sem comentar esse grande compositor. Nos posts a seguir, nem tudo será ligado à ópera, eu sei. Mas quis reunir aqui, neste espaço do blog, toda sua composição para se ter uma abrangência maior.)


Andrew Lloyd Webber é um dos nomes mais importantes da história da música popular e considerado também dentro dos moldes eruditos, dentro de várias obras suas. A partir do final dos anos 60, o compositor britânico tornou-se um dos responsáveis pela modernização dos musicais, incorporando aos mesmos elementos de rock e pop sem deixar de lado sua bagagem erudita.

É autor de obras que mantiveram com grande êxito tanto na Broadway como em West End. Durante a sua carreira, produziu quinze musicais, dois filmes, entre outras obras, tendo acumulado ainda um número de honras e prêmios, incluindo sete Tony Awards, três Grammy Awards, um Oscar, um International Emmy, seis Olivier Awards, e um Golden Globe Award.

Várias das suas músicas, notavelmente "I Don't Know How to Love Him" de Jesus Christ Superstar, "Don't Cry for Me, Argentina", de Evita, "Memory" de Cats, e "The Music of the Night" de O Fantasma da Ópera tomaram grande amplitude e reconhecimento mundial, sendo reconhecidas por mais variados públicos.

Lloyd Webber nasceu na França. É filho do compositor William Lloyd Webber e da professora de piano Jean Johnstone Lloyd Webber e irmão do violonista Julian Lloyd Webber (nascido em 1951).

A sua primeira esposa foi Sarah Hugil, tendo casado em 1972, e tiveram dois filhos, Imogen (1977) e Nicholas (1979). Lloyd Webber e Sarah se divorciaram em 1983, e então Andrew casou-se com a cantora e dançarina Sarah Brightman em 1984. Dizem que foram as más críticas, associadas ao papel protagonista de Sarah na obra de Webber, O Fantasma da Ópera, que provocaram o divórcio do par em 1990. A verdade é que a cantora canta magnificamente bem.

A sua esposa atual é Madeleine Gurdon, desde 1991, da qual teve mais três filhos: Alastair (1992), William (1993), e Isabella (1996).

Feito cavaleiro em 1992, foi nomeado também como Barão Lloyd Webber, de Sydmonton no Hampshire, em 1997. Ficou conhecido como o 65º Britânico mais rico no "Sunday Times Rich List 2005", com uma riqueza estimada de 700.000.000 libras esterlinas.
Em outubro de 2009, foi diagnosticado como portador de câncer de próstata em estágio inicial.

Música composta por Andrew Lloyd Webber :

The Likes of Us (1965)
Letra de Tim Rice

Este musical histórico, o primeiro escrito por Andrew Lloyd Webber e Tim Rice juntos, antes de suas muitas outras obras de arte musical, é uma verdadeira surpresa para aqueles que têm a sorte de vê-lo!

Um musical que existe há 40 anos, conta a história da vida do Dr. Thomas Barnardo e sua cruzada evangélica para resgatar as crianças que vivem nas ruas e com o estabelecimento de Barnardo, que foi criado há tantos anos atrás.

Com uma criação desses gênios musicais, a música de (" Gente como nós") não é nada menos que magia. Estas incluem "Twice in Love Every Day", "Going, Going, Gone!" e "The Likes Of E.U.''.

Esse show surpreendente é garantido por apresentar Lloyd Webber e o talento incrível de Rice em uma produção excepcional.










Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat (1968)
Letra de Tim Rice

Baseado no casaco "de muitas cores", uma história de Joseph da Genesis da Bíblia hebraica , foi apresentada, pela primeira vez, como uma cantata pop na Colet Tribunal School, em Londres, em 1968.

Depois de muitas transformações, a West End e produções da Broadway, a obra foi adaptada como um filme, estrelada por Donny Osmond, em 1999.

José é um dos poucos grandes espectáculos do teatro musical britânico com quase nenhum diálogo falado, sendo cantado completamente. O show todo é executado em duas horas e é ocasionalmente realizado sem intervalo. Seu enredo com um tema universal e música cativante, fizeram de "Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat" um dos títulos mais reconhecidos para o teatro musical.











Jesus Christ Superstar (1970)
Letra de Tim Rice


Apresentado em 1970, destaca as lutas políticas e pessoais de Judas Iscariotes e Jesus. A ação ocorre, na maior parte, conforme os evangelhos da Bíblia sobre a última semana da vida de Jesus, começando com a chegada em Jerusalém e terminando com a Crucificação. Atitude moderna e gírias prevalecem nas letras e há alusões irônicas à vida moderna, enquanto a visão política dos acontecimentos é retratada. As produções cinematográficas e teatrais apresentam muitos anacronismos na visão dos sectários, isto é, daqueles que querem separar política de religião.
Grande parte do enredo é focado na personagem de Judas, que é retratado como uma figura trágica, realista e conflitada que não está satisfeita com a aparente falta de planejamento político e afirmações de divindade de Jesus.










Jeeves (1975)
Letra de Alan Ayckbourn
Revisado em 1996 como" By Jeeves"

O musical gira em torno do comportamento disparatado e cômico de Bertie Wooster e seu criado Jeeves . Bertie está prestes a apresentar um concerto para arrecadar fundos para a Igreja Wittam Little , quando Jeeves informa que o seu banjo foi roubado. Seguindo o conselho de Jeeves, Bertie recria a sua encenação contando várias aventuras de sua vida para entreter o público. Bertie narra como ele conseguiu se tornar noivo de três mulheres, sobre a confusão que se meteu em antes de vir a desempenhar no palco. Com Jeeves infalivelmente sereno ao lado dele, ele repete como se envolveu nos romances, o estúpido caso com os membros da classe privilegiada que resultou numa confusão de identidades, um falso roubo de uma máscara de porco.

Até que no final fatalmente Bertie recebe o seu banjo de volta para um emocionante desfecho, que incluem uma paródia de Elvis, bem como todo o elenco um pouco inexplicavelmente, vestidos como assistentes de Oz.







Evita (musical) (1976)
Letra de Tim Rice

Evita é um musical com melodia de Andrew Lloyd Webber e letra de Tim Rice. Foi inspirado no filme do diretor argentino Carlos Pasini-Hansen "Queen of Hearts" (1972), baseado na vida e morte de Eva Perón (1919-1952) e sua influência na história argentina a partir da ascensão ao poder de seu marido Juan Perón, como presidente do país.







Tell Me on a Sunday (1979)
Letra de Don Black



"Diga-me em um domingo" é um musical com música de Andrew Lloyd Webber e letra de Don Black. A um ciclo de canções conta a história de uma garota inglesa de Muswell Hill, que viaja aos Estados Unidos em busca do amor. Suas desventuras românticas começam na cidade de Nova York, que depois a leva a Hollywood, e finalamente vai levá-la de volta para Manhattan.







Continua no próximo post. Estarei colocando resumos de musicais cuja música não foi feita por ele, mas onde ele assumiu a produção dos mesmos, e também alguns espetáculos que se afastam totalmente da ópera. Num apanhado geral, achei oportuno focalizar tudo.

Levic

sábado, 28 de maio de 2011

95- A mudança na montagem das óperas

Nada vem solto, caido sem uma história. A ópera nos seus moldes tradicionais de apresentação também teve suas inovações e modernidades, que contribuiram para dar um novo espetáculo, e deixar suas influências no curso da apreciação de óperas. Para tal, gostaria de transcrever o texto de Arthur Torelly Franco
torelly@polors.com.br, onde explana sobre Otto Klemperer e a Krolloper

.
"O movimento modernista, responsável pelas mudanças no estilo de montagem das óperas a partir do século XX, teve origem na Berlin Krolloper. Ela foi construída em 1844, pelo empresário Josef Kroll, com o objetivo de apresentar peças populares a preços acessíveis aos trabalhadores. A partir de 1850, o teatro passou a ser o preferido das companhias de óperas, devido a sua acústica primorosa e ao palco de enormes dimensões. Performances inesquecíveis passaram a acontecer na Ópera Kroll, local de estréia das principais obras de Albert Lortzing, como Zar e Zimmermann e Undine.

Em 1927, a Krolloper tornou-se um dos maiores centros de divulgação de música moderna, bem como de novas técnicas de produção cênica. Numa visão de futuro, o Ministro da Cultura da Prússia indicou Otto Klemperer (1885-1973), como diretor musical do teatro da avenida Unter den Linden. Este homem viria a transformar a Ópera Kroll na mais destacada companhia experimental da época.

Klemperer tinha sido discípulo e amigo de Gustav Mahler e já era um conceituado profissional. Sua trajetória artística o levara à direção do Neues Theater de Berlim, do Deutsches Landestheater de Praga e das Óperas de Strasbourg, Colônia e Wiesbaden. Junto com Bruno Walter, Erich Kleiber e Max Reinhardt o regente pertenceu à última geração de maestros de elite da Alemanha, dissolvida quando da ascensão dos nazistas ao poder.

Otto Klemperer era uma autoridade na interpretação de Beethoven, Brahms e Bruckner, sendo um verdadeiro gênio na condução da obra de Mahler. Em 1921, recusou a nomeação para a direção musical da Ópera de Berlim, pois sabia que jamais teria autonomia artística. Ao assumir a Ópera Kroll, ele recebeu liberdade total para estabelecer suas metas de trabalho, que eram: apresentar música contemporânea além do repertório tradicional, e inovação nas artes cênicas. Foi estabelecida uma companhia permanente de óperas que iria romper com o estilo naturalista das produções do século XIX.

Uma de suas primeiras medidas foi contratar Alexander Zemlinski e Fritz Zweig como assistentes de regência, e os artistas Ewald Dülberg e Oskar Schlemmer, radicais na arte da cenografia. Estes ganharam seu primeiro desafio, ao serem incumbidos de produzir uma nova montagem para a ópera Fidélio, de Beethoven. Após três meses de ensaios, o espetáculo foi encenado causando forte repercussão junto ao público e na imprensa especializada. Apesar dos solistas e orquestra terem apresentado uma performance impecável, a crítica ficou chocada com o estilo abstrato da montagem. Klemperer respondeu que Fidélio havia sido apenas o primeiro passo no caminho das inovações que estavam por acontecer.

O público de Berlim passou a assistir a arrojadas produções de óperas. Marva, Oedipus Rex e Petrushka de Stravinski, Cardillac e Neues von Tage de Hindemith, Erwartung e Die Glückliche Hand de Schoenberg, Royal Palace de Weill e Da Casa dos Mortos de Janácek foram alguns dos sucessos que tornaram o trabalho de Klemperer e sua equipe em referência internacional.

Apesar de todo o impacto causado por esses espetáculos, a mais radical das produções da Krolloper foi a montagem da ópera "Die Fliegende Holländer", de Richard Wagner, levada ao palco em 15 de janeiro de 1929. A reação dos conservadores, guardiões das tradições germânicas, foi avassaladora. O tradicional jornal Allgemeine Musikleitung não poupou críticas, comparando o personagem do Holandês a um agitador bolchevista e Senta a uma megera comunista. A inovadora mise-en-cène estilizada do Der Fliegende Holländer, foi a precursora da revolução cênica implantada por Wieland Wagner no Teatro dos Festivais de Bayreuth, a partir de 1951."

As mudanças sempre causam resistência, mas não há como evitá-las para o próprio crescimento de um gênero artísitico. A ópera hoje não dispensa os recursos teatrais tão necessários em uma montagem, onde as vozes são tão importantes quanto o trabalho do diretor de palco.

Levic

quinta-feira, 26 de maio de 2011

94- É ópera ou musical?

Neste ponto do caminho do estudo da ópera na Inglaterra, antes que eu cause dúvidas ou espantos, porque vou querer falar de Andrew Lloyd Webber, acho que está na hora de argumentar, diante da obra deste grande compositor: mas...é ópera ou musical?

Depois desta indagação, acho necessário fazer um intervalo na pesquisa da evolução da ópera pelos diversos países, onde foi dado um destaque maior para a ópera inglesa que, ao constatar-se sem uma marca genuinamente característica, quis resgatar a sua música na origem, nos tempos renascentistas, ampliando seus domínios através de vários compositores, os quais usaram as tendências moderdistas da ópera com temas atuais, ousados, polêmicos que foram buscados nas mais variadas fontes, desde romances e poemas, como em histórias de jornais e acontecimentos atuais.

Enfim, a Inglaterra continua usando o termo ópera para suas encenações musicais, ao lado de outro gênero que são os musicais, cujo florescimento se deu na própria Inglaterra. Tanto que uma das maiores obras do que viria a ser chamado de burlesco , ópera-bufa ou, finalmente, opereta, tem um representante em 1728 na Inglaterra, que é a “Ópera dos Mendigos”, de John Gay.

A obra, que pretendia ser uma paródia às óperas de Haendel, foi um sucesso estrondoso e acabou por forçar o compositor alemão a fechar seu teatro. Mais que isso, impulsionou o movimento de sátira ou reação ao elitismo. Daí em diante, a opereta torna-se um gênero extremamente popular em Londres (onde ficou famoso pelo West End) e é exportado pelos imigrantes para Nova York (onde desde o início ocupa a Avenida Broadway).

São estas duas cidades, Nova York e Londres, que servem de berço ao gênero musical e onde até hoje estréiam os musicais de grande porte. Faz a ponte entre elas, por volta de 1870, uma dupla de ingleses que dita as bases do musical contemporâneo. William Gilbert e Arthur Sullivan que compuseram juntos 14 peças, e sua grande inovação foi aliar música, letras e enredo num único conjunto. A narrativa não seria interrompida para uma canção, e sim a própria canção, pelas letras e pela melodia, ajudaria a carregar a narrativa (mais tarde há uma regressão neste aspecto). Continuam na América as Vaudevilles, teatros de revista e predominam as operetas até o advento do cinematógrafo, no novo século XX.

Mas, onde e em que ponto se entrecruzam a ópera e o musical?

Voltemos à ópera na Inglaterra, que acabamos de ver em vários posts anteriores em obras que são claramente chamadas de óperas. Esta necessidade de tradição, tão própria do povo inglês, vem chocar-se com a necessidades que os norte-americanos têm de fazer coisas novas, ou ainda até dar novas roupas às velhas e mostrá-las com nomes diferentes. É o caso dos musicais.

Mas, afinal, existem diferenças marcantes entre o gênero ópera e o outro chamado de musical? Os puristas estudiosos da ópera vão dizer que sim, mas há muito que a semelhança entre os dois vem se encontrando tanto, que é difícil estabelecer fronteiras delimitadoras.

Tudo começou com Richard Wagner quando nomeou suas obras de dramas musicais e não óperas. A Alemanha, em busca de seu nacionalismo, aplaudiu de pé esta ousadia e os outros países começaram a perceber a fundamentação do porquê da mudança de nome, libertando-se das amarras da ópera italiana, até então, a que dava todas as coordenadas de composição das mesmas.

A França, por sua vez, começou a criar músicas leves, poéticas, líricas, alegres que deu o nome de opereta, que se estendeu aos teatros mais populares criando a música dos cabarés e do "Vaudeville", música esta que vai ser conduzida para os musicais.

Entretanto, o destaque para dois compositores americanos, distantes uma geração, que são George Gershwin (1898 - 1937) e Leonard Bernstein (1918 - 1990), será dado a eles por renovar e adaptar este gênero à cultura norte-americana do século XX e, com isso, tranformar o conceito de ópera.

Não somente eles, mas paralelamente no primeiro quarto do século, um grupo de compositores americanos pegou carona nas óperas de seus contemporâneos e aproveitando-se de fórmulas que já haviam dado certo na ópera, ensaiaram uma adaptação, ou mesmo a autoria, de roteiros que se adequavam ao gosto dos americanos. e assim surgiram os musicais contemporâneos.

Outro fator vem contribuir para a fluência da ópera em musicais. Estou falando do cinema. Sim, porque é certo que o gênero ópera que, durante o século XIX, atingira o seu apogeu como laboratório de inovações musicais, dramatúrgicas e cênicas, influenciando a poesia , a pintura, a cenografia, a arquitetura, a filosofia e toda a produção musical, entra no século XX ainda como forma absoluta de espetáculo, tanto em abrangência popular quanto em relevância estética, até que o cinema ameaçasse a sua supremacia.

Para melhor juntar nossos pensamentos, vejo que uma pequena pincelada na história da ópera, neste momento, será necessária. Pois bem, como sabemos, a ópera é uma peça teatral cantada com o acompanhamento de orquestra, danças, em algumas situações, com ou sem diálogo falado, e o enredo da ópera é chamado de libreto, que é o argumento da obra, em palavras bem escolhidas para impactar as emoções. Parece que é só isso, mas a história da ópera vai bem mais além, passando por diversas mudanças em seu gênero.

Lembramos que surgiu em Florença no século XVI, em uma época em que a Igreja Católica só admitia cantos sacros sem o acompanhamento de instrumentos, onde foi então que surgiu a Camerata Fiorentina, sociedade que tinha por objetivo renovar a forma original do teatro grego, a fim de florescer novamente o poder mágico da música na Itália, e com isso chegaram até ao gênero ópera.

Porém, as primeiras obras não apresentavam totalmente as características que uma ópera possui, até que em 1607, Cláudio Monteverdi, reuniu pela primeira vez todos os elementos do gênero: árias, recitativos, coros e orquestra, em Orfeu. A partir daí a ópera passou a ser mais conhecida nas cidades e pelo público, deixou de ter características do drama inspirado na antiguidade, tornando-se mais realista e cômico, mostrando uma maior preocupação com o virtuosismo vocal.

Naturalmente, a ópera foi difundida por toda e Europa, e na França ganhou outra característica: a tragédia lírica, baseado no drama falado, assimilando o estilo recitativo da ópera italiana, porém rejeitando o intermezzi, que é uma peça musical tocada na metade de uma ópera, entre dois atos ou entre duas cenas de um mesmo ato.

Logo, a Itália renova o estilo dando maior valor aos elementos teatrais. E a Alemanha, passa a preparar a ópera romântica, difundida por Carl Weber e tendo seu auge com Richard Wagner, que pode ser considerado um dos mais completos compositores, pois além de compor suas óperas, Wagner também escrevia os libretos, cuidava da encenação, orquestração, representando para a cultura alemã do século XIX o mesmo que Verdi representou para a cultura italiana: tornando-se ícone cultural, e aglutinador da identidade nacional.

De um lado a tradição germânica, centrada em Mozart, Beethoven e Wagner, elevava a ópera ao primeiro plano da criação artística, a um grau até então inédito de qualidade formal na música, no libreto e na encenação, que resultou no desenvolvimento do próprio conceito de ópera como estrutura orgânica, complexa e coerente, onde o canto agiria como extensão da orquestra, servindo a um todo, a uma idéia geral de espetáculo que Wagner descreveria como "obra de arte total".

Paralelamente, a ópera italiana firmara-se pela ênfase melódica e pela valorização dos temas musicais, das árias, dos duetos, dos cantores enfim, como elementos centrais do espetáculo. A escrita musical propriamente dita e a orquestra, nas óperas de Donizetti, Bellini, Cherubini, Rossini, Verdi ou Puccini (mesmo considerando-se as enormes diferenças de estilo), estão muito mais a serviço do canto, do comentário dramático e da pontuação do enredo e da ação, do que de possíveis experiências no campo da harmonia, do uso da tonalidade, do ritmo ou da orquestração. Deve-se principalmente a esta tradição a enorme popularidade atingida pela ópera que permitia, assim, leitura e apreciação em diversos níveis. Seria esta a vertente seguida por vários outros compositores, como Gounod, Saint-Säens, Weber, Meyerbeer, Carlos Gomes, Bizet, e tantos outros.

Mais tarde, nas primeiras décadas do século XX, outro alemão fez história ao criar óperas temáticas ligadas ao expressionismo, suas óperas foram Salomé e Electra, e o compositor é Richard Strauss, considerado o mais destacado representante da música entre o final da Era Romântica e o início da Idade Moderna.

A vanguarda da ópera, na virada para o século XX, estaria inicialmente nas mãos de Debussy e Richard Strauss. Sua contrapartida mais "fácil" e popular, a opereta, era praticada por incontáveis autores, como Jacques Offenbach, Franz Lehar e Gilbert & Sullivan e sua produção explorava ao máximo o potencial dos apelos extra-musicais.

É justamente derivado da opereta, da música dos cabarés e do "Vaudeville", que é o estilo francês de teatro de dança musicado, extremamente popular que surge nos Estados Unidos um gênero de espetáculo que se firmará como principal produto de consumo da classe média emergente daquele país: o musical da Broadway.

Nesse mesmo século, porém já no período moderno, o compositor norte-americano, George Gershwin, dá uma nova característica a velha conhecida ópera quando incorpora elementos da música negra no estilo da obra "Porgy and Bess".

A formação de um público consumidor de entretenimento e cultura, em meio à burguesia e à classe média, ao longo do século XIX e XX, logo gerou grande oferta de atividades culturais. Museus e orquestras passaram a ser patrocinados por famílias de magnatas da indústria do aço, da extração de minérios, dos transportes ferroviários e marítimos, banqueiros, grandes e médios comerciantes que buscavam assim "nobilizar" seu status econômico e destacar-se na comunidade como beneméritos e mecenas. Seus templos máximos seriam o Metropolitan Museum Of Art, o Carnegie Hall e a Metropolitan Opera House, que receberia companhias, cantores e maestros vindos da Europa.

Assim, a vida musical de Mannhattan se dividia entre a esfera da alta cultura, das óperas, concertos e recitais, os musicais dos teatros da Broadway, os bares e cabarés e por uma próspera indústria de canções populares, vindas tanto dos musicais quanto de autores especializados em criar sucessos, vendidos aos milhares em partituras avulsas, para execução doméstica. Já a partir da segunda década deste século, o rádio se incumbiria de incentivar ainda mais as canções favoritas do público, executadas no estúdio, ao vivo, ou em outra invenção recente: o fonógrafo e a criação do disco.

O centro comercial da música popular em Nova York era uma pequena rua apelidada de "Tin Pan Alley" (algo como "Viela das Panelas de Lata"), por causa do que sugeria aos transeuntes, que era o som confuso e incessante vindo de dezenas de janelas de editoras de música, as quais empregavam pianistas para mostrar as canções aos clientes interessados em comprar partituras. Durante algum tempo, um destes pianistas foi George Gershwin.

Mas George Gershwin pretendia estender sua produção ao campo da música erudita e compõe, em 1924, a "Rhapsody In Blue", para dois pianos e o Concerto em Fá, para piano e orquestra. Começa, neste período, a polêmica em torno de sua seriedade como compositor. Os críticos se dividiam entre considerá-lo um compositor popular com pretensões eruditas ou um compositor de música "séria" que fazia concessões ao gosto do público.

Se lembrarmos que sua produção é contemporânea a de Ives, Stravinsky, Bártok, Schoenberg, Webern e Berg, fica clara a vinculação de Gershwin a cânones estéticos mais tradicionais e ao Romantismo.

A única ópera escrita por Gershwin, a Porgy and Bess, mostrada no palco dois anos antes de sua morte prematura, não agradou a ninguém. O público, preconceituoso em vários níveis, ficou chocado ao ver a pobreza mostrada no palco, ainda por cima com um elenco praticamente todo composto de negros. Os críticos de música gostaram só do coro e da encenação e denegriram os quase quinze temas musicais que se tornariam famosos como sendo "canções sensacionalistas".

É como se aquela exuberância , irmã dos teatros de ópera e a própria "Ópera" se mostrassem no palco, "corrompidas" pela música negra, "pobre", "popular" e "impura". É assim que, também ali, ouvimos cantados em voz plena e ortodoxa, árias e duetos em inglês errado, analfabeto, baseado no linguajar real dos filhos dos escravos, outra inegável provocação iconoclasta. Gershwin nos oferece uma alegoria explícita de seus métodos e intenções: a "deturpação" popular (musical e temática) de um gênero de espetáculo cuja imagem, justamente naquela época, caminhava para uma certa cristalização ou paralisia como sendo restrito a poucos, supostamente cultíssimos, aficionados elitistas.

Durante duas décadas, Porgy And Bess permaneceria no mais absoluto ostracismo. Mas Gershwin havia aberto uma discussão que estaria indelevelmente presente no ambiente cultural a partir de então, além de dar um status de importância do jazz para a música americana e mundial.

Leonard Bernstein acompanhava atentamente a evolução do jazz, manifestando sua influência associada à da música judaica em composições para orquestras e conjuntos mistos: sinfonias, missas e música de câmara. Paralelamente à sua intensa carreira como regente e educador, compôs canções e trilhas para a Broadway com diferentes parcerias, em espetáculos de dança e musicais como On The Town, Fancy Free (ambos em 1944), Facsimile (1946), Wonderful Town (1953) e Candide (1956). Em 1952, escreveu uma ópera em um ato: Trouble In Tahiti, à qual daria seqüência com A Quiet Place (só em 1983). Em 1954, compôs a trilha sonora do filme On The Waterfront ("Sindicato de Ladrões").

Em 1949, o coreógrafo Jerome Robbins, amigo pessoal e parceiro de Bernstein em alguns espetáculos de dança, lhe propôs a criação conjunta de um musical que adaptasse a tragédia de Romeu e Julieta de Shakespeare à Nova Iorque moderna. Sua idéia era que a célebre história dos dois jovens amantes secretos, impedidos de se unirem pela hostilidade mortal entre suas famílias, fosse adaptada à rivalidade entre judeus e cristãos de um bairro pobre, às vésperas da Páscoa (judaica e cristã).

Seis anos se passaram até que o trabalho de composição efetivamente começasse, com a colaboração do letrista Stephen Sondheim (então iniciante) e do dramaturgo Arthur Laurents na elaboração do libreto. Eventualmente, a idéia do conflito religioso deu lugar à do preconceito étnico e o enredo voltou-se para o problema crescente da segregação dos imigrantes hispânicos, os porto-riquenhos, que se fixavam em bairros pobres de Nova Iorque.

Desde sua estréia em 1957," West Side Story" foi um estrondoso sucesso de público e crítica. Em 1962 foi adaptado para o cinema, sob a direção de Robert Wise.

Se Porgy And Bess havia sido uma ópera em que foram notados elementos do gênero musical, West Side Story seria um musical explicitamente concebido como tal que adquiriu aos poucos notoriedade e prestígio como ópera. A tênue distinção se tornava ainda mais ambígua devido à mistura de vozes de formação lírica com as de bailarinos de voz "natural". Esta típica polivalência do estilo da Broadway, que demanda "atores-cantores-bailarinos" explica em certa medida porque parecia óbvio afastar West Side Story dos palcos de ópera, em sua época.

Dificilmente ocorreria a alguém encarregar os cantores invariavelmente corpulentos como eram até há algum tempo atrás ( até hoje ainda tem muitos) de se fingirem de adolescentes pobres, dançarem, brigarem com facas, e correrem em bandos, como exige o enredo. Com exceção da revolucionária concepção dos espetáculos do diretor de cinema e teatro Luchino Visconti, no Scala de Milão (nos mesmos anos cinqüenta), nos quais pela primeira vez as óperas do repertório tradicional eram tratadas de modo realmente teatral e realista quanto à interpretação, marcação cênica, iluminação, etc, o aspecto extra-musical das montagens era encarado como complemento secundário, de vaga importância, se não francamente ignorado pelas companhias de ópera.

O jazz que Bernstein incorporou em "West Side Story" era já o herdeiro de toda a tradição anterior: da reclusão nos guetos ao sucesso dançante, seguido de experimentação, virtuosismo e consagração como forma de arte, estudada em universidades e praticada por um número cada vez maior de músicos, também brancos, como linguagem musical autônoma. A este jazz dos anos cinqüenta, que incorporava o Bebop e ía além dele, passando a ser ouvido tanto em "night-clubs" quanto em salas de concerto, foi dado o nome de Cool Jazz, em contraposição ao calor que era atribuído a todo o jazz anterior, com seu apelo rítmico intenso e as conotações de sensualidade que adquirira .

A extrema variedade rítmica, repleta de síncopes e acentos nos contratempos, enriquecida pela pulsação da música caribenha (que também se fundira ao jazz daquela época) e somada às inúmeras passagens cantadas em contraponto, às melodias angulosas, em constante modulação, e às harmonias alteradas, são todos elementos dificultadores da aproximação de muitos cantores de formação erudita, por constituírem elementos estranhos à tradição lírica. Isto ficou claro, inclusive, na única gravação completa de West Side Story regida pelo próprio Bernstein, só em 1985, com Kiri Te Kanawa, José Carreras, Marilyn Horne e Tatiana Troyanos.

Esta dificuldade, além de outras cênicas, sem dúvida tem pesado na relutância dos teatros de ópera em programar esta obra de Bernstein. Em 1960, ele compilou seus temas principais na bela suíte Symphonic Dances From West Side Story, para que pudesse de algum modo se aproximar, ao menos em concertos, de parte do esplêndido material de sua ópera...ou musical!... Se é que alguém ainda se importa com tais definições.

Porém atualmente o consenso sobre o que realmente diferencia a ópera de musical se perde em dezenas de discussões de compositores, críticos e musicólogos que nem vale a pena mencionar. A ópera não se resume a apenas Beethoven, Mozart, Wagner e outros mestres da Música. Se falar que o que difere é o tipo de orquestração, estamos fadados a um erro retumbante, porque toda a instrumentação das peças da Broadway foi feita por uma orquestra sinfônica, com regência e atores especializados em técnicas de canto erudito. Como o processo de adaptação para o teatro é muito parecido com o processo de composição e execução de uma ópera sinfônica, não é por aí que se encontra alguma diferença.

Assim, podemos concluir que o gênero chamado de musical encontra as suas raízes numa vasta variedade de formas teatrais popularizadas no século XIX que inclui a opereta, a ópera cômica, o cabaret, a pantomina, o vaudeville e o burlesco, encontrando a sua expressão mais acabada nos Estados Unidos da América, particularmente nos teatros da Broadway.

E é no século XIX quando a ópera atinge o apogeu no que se refere à criatividade e à liberdade de expressão, que é também neste século que se populariza a opereta e o cabaret, gêneros que vão desembocar para o Musical.

Se podemos fazer uma diferença que possa distinguir a ópera dos musicais ou do teatro cantado é que, nestes últimos, quem representa não são os cantores, mas sim atores que sabem cantar. Mesmo assim, os musicais já estão incorporando ao seu elenco, cantores de formação lírica que se revelam muito bem no palco musical. No entanto, cantores que não se preocuparam ou não tiveram em sua formação os outros ingredientes além do canto lírico e musical, vão relutar em ter que fazer um papel com maior expressividade corporal.

Talvez a diferença mais marcante seja a amplitude da voz sem precisar usar microfones, coisa que os musicais usam amplamente sem nenhum constrangimento. Tudo bem...aí encontramos uma diferença. Mas até a própria ópera já está se insinuando para o uso deste recurso moderno, pois como usar a linda voz de Sumi Jô, por exemplo, numa ópera inteira, como exige as óperas de Wagner? Sua voz lindíssima só é percebida em gravações, porque no palco (como ela se apresentou aqui no teatro do Rio de Janeiro) não se evidenciou no espaço teatral. Sua afinação maravilhosa, seus recursos de interpretação de nada se diminuiriam usando o microfone. Mas...duvido que esta opinião seja aceita.

Atualmente verificamos que o gênero 'musical' manteve a sua vivacidade e com uma sucessão de êxitos quase infindáveis desde os clássicos de Jerome Kern, Cole Porter, Irving Berlim, George e Ira Gershwin, Rodgers e Hammerstein, Vicent Youmans, Alan Jay Lerner, Leonard Bernstein ou nos espectáculos dos anos 60 e 70 fortemente enraizados pelo pop e rock como Hair (1967) ou Jesus Christ Superstar (1971) de Andrew Lloyd Webber, este compositor que iria se revelar como um dos grandes continuadores do gênero em musicais criando Cats, The Phantom of the Opera, Evita, e outros.

A música constitui, nesta forma teatral, o seu elemento definidor, funcionando muitas vezes como uma batuta de um espectáculo ou peça, e a sua utilização varia consoante a proposta de encenação. Dizer que o musical é o sucessor da ópera não vem ao caso, pois a ópera toma as proporções de sua própria evolução, enquanto também tem muito musical que não vale nada. Como este gênero teve seus maiores sucessos na Broadway, prevalecendo às vezes, o sucesso de bilhetria, muitos musicais deixaram de se apresentar como peças musicais de valor. É preciso separar "alhos de bugalhos".

De uma coisa estamos certos: não vamos enfrentar o século XXI sem uma reviravolta na ópera ou musical. A ópera evoluiu no sentido de melhorar a interpretação, a música passou a ser a parte mais importante, os recitativos e os diálogos foram reduzidos ao mínino, e por vezes foram extintos. E assim por diante. É a evolução da ópera própriamente dita que avança pelos séculos, criando suas próprias modificações, independentemente de sua classificação musical.


Leitura recomendada: Aaron Copland http://pt.scribd.com/doc/55437414/16/Compositor-Interprete-e-Ouvinte , extraido do site Scribd

Levic

terça-feira, 24 de maio de 2011

93- Inglaterra - séc.XX- 13- Peter Maxwell Davies


Na verdade, estava pensando em colocar este compositor no século XXI, mas acabei achando que este século ainda não tem uma característica tão marcante, no meio operístico, que possa destacá-lo. Assim, ele foi incluido aos seus colegas que têm entrosamentos comuns.

Sir Peter Maxwell Davies, CBE ( a Mais Excelente Ordem do Império Britânico) , nasceu em 8 de setembro de 1934 e é um compositor inglês e maestro, sendo atualmente o "Master of Music" da Rainha.

Maxwell Davies é um dos compositores britânicos mais interpretados, além dos mais prolíficos, com algumas centenas de obras no seu curriculum, abrangendo, entre outros, os gêneros concertante, orquestral, sinfônico e operístico. "The Lighthouse", ou O Farol, pertence a este último, sendo igualmente a ópera deste compositor que maior sucesso obteve. O próprio Maxwell Davies encarregou-se do libreto e, para tal, inspirou-se numa história que teve tanto de verdadeira como de misteriosa.

Em dezembro de 1900, um barco passou perto do farol das ilhas Flannan, pertencentes à Escócia, e reparou que este tinha a luz desligada. Foi, então, enviado um barco para averiguar o que se passava, e o que a tripulação descobriu, quando lá chegou, é ainda hoje assunto de muitas conversas. O farol encontrava-se vazio, sem nenhum dos seus tres guardas no interior, constando que em cima da mesa encontravam-se os restos de uma refeição não terminada. É certo é que os guardas nunca mais foram vistos, nem os seus corpos apareceram, havendo as mais diversas explicações para o que poderá ter sucedido.




Davies nasceu em Salford, Greater Manchester. Ele teve aulas de piano e composição a partir de uma idade precoce. Depois recebeu educação em Leigh Boys Grammar School, estudou na Universidade de Manchester e no Royal Manchester College of Music , onde teve como seus colegas estudantes como Harrison Birtwistle, Alexander Goehr, Elgar Howarth e John Ogdon. Juntos, formaram o "New Music Manchester", um grupo comprometido com a música contemporânea.

Após graduar-se em 1956, estudou com Goffredo Petrassi em Roma, antes de trabalhar como Diretor de Música na Cirencester Grammar School de 1959-1962.

Em 1962, ele garantiu uma vaga de "Harkness Fellowship" na Universidade de Princeton, com a ajuda de Aaron Copland e Benjamin Britten , onde estudou com Roger Sessions, Milton Babbitt e Kim Earl. Ele então se mudou para a Austrália, onde foi compositor em residência no Conservatório de Música de Elder, University of Adelaide de 1965-66.

Retornou ao Reino Unido e se mudou para as ilhas Orkney, inicialmente em Hoy em 1971 e, posteriormente, em Sanday, onde vive com seu parceiro Colin Parkinson.

Orkney (especialmente sua capital, Kirkwall) hospeda o St Magnus Festival, um festival de artes fundada por Davies em 1977. Ele freqüentemente pode usá-lo para a estreia de novas obras (muitas vezes tocada pela orquestra da escola local).

Davies foi Diretor Artístico da Escola de Verão Dartington em 1979-1984 e ocupou outros diversos cargos.

De 1992 a 2002 foi maestro adjunto / compositor da Orquestra Filarmônica da BBC e tem se apresentado em uma série de outras orquestras de destaque, incluindo a Philharmonia Orchestra, a Orquestra de Cleveland, a Boston Symphony Orchestra e da Orquestra Gewandhaus de Leipzig.

Em 2000, Davies foi artista residente no Festival de Música de Barossa, quando apresentou algumas de suas músicas, como as obras de teatro e trabalhou com estudantes da Primavera Barossa Academy. Davies é também compositor laureado da Scottish Chamber Orchestra, para quem ele escreveu uma série de dez concertos de Strathclyde.

A ele tem sido atribuído um número de doutorados honorários em várias instituições. Ele foi presidente do Making Music (Federação Nacional das Sociedades de Música) desde 1989. Davies recebeu uma CBE em 1981 e nomeado cavaleiro em 1987. Também foi nomeado Mestre de Música da rainha por um período de dez anos, desde de março de 2004.

A Oxford University concedeu-lhe um doutor honorário do grau Músico em julho de 2005. Em 25 de novembro de 2006, Sir Peter foi nomeado membro honorário da Canterbury Christ Church University em um serviço na Catedral de Cantuária. Ele também é professor visitante de composição na Royal Academy of Music.

Davies foi um dos primeiros compositores clássicos em abrir um site de download de músicas, MaxOpus, (em 1996). O site tem estado indisponível desde a prisão em junho de 2007 de Michael Arnold (um dos diretores do MaxOpus) por fraude em encargos decorrentes da falta de dinheiro das contas de Davies nos negócios. Em novembro de 2009, Michael Arnold foi condenado a 18 meses de prisão. O site Maxopus.com foi relançada no início de 2009

Davies era conhecido como um 'enfant terrible' da década de 1960, cuja música freqüentemente chocou platéias e críticos. Um dos últimos comentários fez abertamente críticas chocantes de suas peças teatrais, principalmente a peça "Oito Músicas para um Rei Louco" (1969). Foi escrita ao mesmo tempo da versão de Jimi Hendrix do "Star Spangled Banner" e utilizada como "paródia musical", da mesma forma que Hendrix tinha feito também. Em "oito canções para um rei louco", Davis pegou um pedaço canônicos da música de Handel - o Messias, e subverteu-o para atender suas próprias necessidades, assim como Hendrix tinham subvertido o Hino Nacional dos EE.UU..

Este compositor tem um grande interesse em ambientalismo. Ele escreveu "A Revue Yellowcake", uma coleção de estilo cabaré, que são peças que ele realizou com a atriz Eleanor Bron, em protesto contra planos de minério de urânio na mina em Orkney. É a partir deste conjunto de peças que o seu famoso instrumental "canção triste- interludio" levou-o à obra "Farewell to Stromness" a ser teatrializada. A lenta linha de baixo que permeia a obra Farewell retrata os moradores da aldeia de Stromness tendo que deixar suas casas como resultado de contaminação por urânio.









O primeiro 'revew' foi realizado no St. Magnus Festival, em Orkney, por Bron, com o compositor ao piano, em junho de 1980. Stromness, a segunda maior cidade em Orkney, teria mais de duas milhas do núcleo da mina de urânio, e é um dos centros mais ameaçados pela poluição.

Davies é abertamente gay. Em 2007, surgiu uma controvérsia a respeito de sua parceria civil, quando ele foi informado que a cerimônia não poderia ter lugar no Sanday Light Railway. Mais tarde, ele abandonou estes seus planos.

Davies é conhecido informalmente como "Max", depois de seu nome do meio "Maxwell". Um repórter do "The Independent humor" recordou a essa confusão provocada quando Davies estava em Las Vegas. Ninguém parecia capaz de localizá-lo em qualquer hotel, apesar de tentar "Maxwell Davies", "Davies", "Max", "Sir Peter" e outras permutações imagináveis. Finalmente, foi descoberto que o hotel registrou-o como "Mavis", que inspirou o compositor para produzir a peça orquestral "Mavis em Las Vegas".

Davies é um compositor prolífico, que escreveu a música em uma variedade de estilos e expressões durante sua carreira, muitas vezes combinando estilos díspares em uma mesma peça.

Primeiras obras incluem a "Sonata Trumpet" (1955), escrita quando ele estava na faculdade, e seu primeiro trabalho orquestral, "Prolation" (1958), escrito quando sob a tutela de Petrassi.

Nas primeiras obras ele começou por usar técnicas de série (por exemplo Sinfonia para orquestra de câmara, 1962), por vezes combinadas com medieval e renascentista como métodos de composição. Fragmentos de canções são muitas vezes utilizados como fonte de material básico para serem adaptados e desenvolvidos de várias maneiras.

Peças dos anos 1960 ocupam estas técnicas e tendem para o experimental, com um caráter violento - estas incluem "Revelação" e "Fall" (baseado em um poema de Georg Trakl), peças de teatro musical, "oito músicas para um rei louco" e Icones Vesalii, e a ópera "Taverner".

"Taverner ", é uma ópera na qual ele mostra novamente um interesse em música renascentista, tendo como tema o compositor John Taverner( o renascentista), composta por peças semelhantes às formas usadas na música da Renascença.

A peça orquestral "St Thomas Wake" (1969) também demonstra este interesse, e é um exemplo particularmente evidente poliestilismo, onde Davies combinando um conjunto de foxtrots (interpretada por uma banda de vinte anos de dança de estilo), uma pavana por John Bull e outras peças do próprio músico (música de trabalho descrito por ele como um foxtrot "para orquestra de uma pavana por John Bull".

Davies é conhecido por seu uso de quadrados mágicos como fonte de materiais musicais e como um fator estrutural. Em sua obra "Ave Maris Stella" (1975) usou um quadrado 9x9 numerologicamente associada com a lua, módulo reduzido de 9 a produzir um quadrado latino, para permutar as notas de uma melodia de cantochão com o mesmo nome da peça e para governar as durações das notas.

Alguns têm atraído uma comparação entre o estilo do compositor com a música de Jean Sibelius. Entretanto, o seu estilo atual é considerado muito mais acessível, a ponto de Harrison Birtwistle já não mais considerá-lo como um modernista.

Desde sua mudança para Orkney, Davies frequentemente começou a usar os temas escoceses em sua música, e tem, por vezes, usado as palavras do escritor Orcadian George Mackay Brown.

Ele escreveu uma série de outras óperas, incluindo "O Martírio de São Magnus" (1976), "The Lighthouse" (1980, sua ópera mais popular), e "O Médico de Myddfai" (1996). "O ambicioso", "Ressurreição" que é uma parábola niilista (1987), onde inclui peças para uma banda de rock, e que levou quase vinte anos de gestação.



Davies também se interessou nas formas clássicas, completando sua primeira sinfonia em 1976. Ele já escreveu oito sinfonias, numeradas desde a um ciclo sinfônico do nºs 1 Symphonies-7 (1976-2000), a Sinfonia N º 8 intitulada "Antarctic '(2000), uma Sinfonia Concertante (1982), bem como a série de dez concertos Strathclyde para vários instrumentos (peças nascidas fora de sua associação com a Orquestra de Câmara da Escócia, 1987-1996).

Em 2002, ele começou a trabalhar em uma série de quartetos de cordas, o Quarteto de Cordas Maggini para gravar em Naxos Records (o chamado Naxos Quartetos). A série foi concluída em 2007, e é considerada pelo compositor como uma novela em dez capítulos.

Davies incluiu em suas obras orquestrais o Mavis em Las Vegas e o Casamento Orkney, Com Sunrise (que possui a gaita de foles), bem como um número de peças de teatro para crianças e uma boa dose de música com fins educacionais. Além disso, ele escreveu as trilhas dos filmes de Ken Russell , "The Devils" e "The Boy Friend".

Ele também escreve com afinidade especial para jovens e não-artistas profissionais, como por exemplo, a Fanfare: Homenagem a Dennis Brain, e compôs óperas para crianças, tais como "Um conto Selkie" , "The Great Bank Robbery Revenge" e "The Spider's". Outras obras infantis incluem "Chat Moss" e um calendário "Hoy", ambos escritos para o desempenho com as crianças do Colégio de St Edward de Liverpool.

Um "Hino ao Espírito de Fogo" foi encomendado pela Catedral Metropolitana de Concertos de Liverpool , como o ponto culminante da cidade da Capital da Cultura em 2008 e teve sua estréia mundial na Catedral.

Seu Concerto para Violino N º 2 recebeu a estreia no Reino Unido em setembro de 2009 (aniversário do compositor, 75 anos), no Royal Albert Hall, Londres, como parte da temporada 2009 da Proms da BBC.

Em 13 de outubro de 2009, o sexteto de cordas - 'Island The Last' - foi apresentado, pela primeira vez, pelo Nash Ensemble no Wigmore Hall em um concerto de aniversário de 75 anos para o compositor.

Levic

domingo, 22 de maio de 2011

92- Inglaterra - séc. XX -12 - John Tavener

Eu ia esquecendo de focalizar o nome de um grande compositor inglês do século XX , que é Sir John Tavener, que embora não tenha se dedicado tanto às óperas (mas realizou algumas de grande sucesso), é considerado um expoente na música litúrgica. Foi uma de suas músicas, inclusive, que tocou nos funerais de Lady Dy (1997), a 'Song for Athene', com versos extraídos de Shakespeare e apresentada como "Othodox Funeral Service".

Ele é descedente direto do grande compositor inglês do século XV, John Tavener (Lincolnshire, 1490 — Boston, 18 de outubro de 1545) que foi um dos principais compositores ingleses renascentistas, deixando uma obra muito rica.

John Tavener nasceu em 28 de janeiro de 1944 em uma família presbiteriana em Wembley Park, norte de Londres. Ele recebeu uma educação religiosa e os seus talentos musicais foram incentivados desde cedo, quando começou a compor e a improvisar no piano desde criança. Conseguiu ganhar uma bolsa de estudos de música, onde ele teve oportunidade de estudar piano, órgão e composição, como também compor para a orquestra da escola.

Escreveu músicas para "Presbyterian St Andrew's Church" em Frognall, Hampstead, onde seu pai era organista, sendo primeiro um Credo realizado em 1961 e, em seguida, em 1962, um oratório curto 'Genesis'.

Depois passou a estudar na "Royal Academy of Music", em 1962, com a intenção de se tornar um pianista de concerto. Entretanto, teve problemas durante os estudos de piano e decidiu dedicar-se à composição, estudando com Berkley e Lumsdaine . Este último apresentou-o a Boulez, Messaien e Ligeti, em Londres e estes contatos tiveram grande influência sobre suas obras.

Na época que deixou a Academia, ele já tinha realizado sua ópera de um ato "A Cappemakers ', e John Noble havia cantado sua" Three Holy Sonnets", e John Donne apresentou a sua cantata "Caim e Abel", realizada pela Sociedade Bach de Londres para a transmissão, e nisto o compositor, com esta realização, recebeu o prêmio do Príncipe Rainier.

Mas foi a primeira aparição de "The Whale" (A Baleia), em 1968, que ele foi descoberto como uma inovação no pop, bem como do mundo clássico. O concerto inaugural se deu através da Sinfonieta de Londres, no Queen Elizabeth Hall, sob a direção de David Atherton .

Outro sucesso foi em 1968 com "Em Alium", encomendado por Sir William Glock para a temporada de Proms.Tavener foi o menino prodígio do ano: "The Guardian" chamou de" a descoberta musical do ano, e o Times chamou de "entre os melhores talentos criativos de sua
geração".

Em 1969, viriam a estréia de sua 'Celtic Requiem', outra comissão no Sinfonietta, que é um trabalho que combina os rituais de uma missa para os mortos, com jogos para crianças no playground e outros acessórios.

Os Beatles começaram a tomar nota de suas obras: Ringo Starr recebeu uma fita de "The Whale" e Tavener conhece John e Yoko num jantar e numa noite de música em Kensington. No dia seguinte, Lennon decidiu colocar a música de Tavener na etiqueta da Apple recém-formada, incluindo as obras A baleia, Celtic Requiem, Coplas e Nomine Jesu.

Também neste mesmo ano ocupou, no Trinity College, o cargo como professor de composição, e no mesmo ano, Britten o convidou para escrever uma ópera de corpo inteiro para a Royal Opera House. Ele ainda estava na casa dos vinte anos e não havia preocupações de que ele estava subindo muito rápido.

Talvez, como consequência de sucesso rápido, a ansiedade tomou conta dele, tornando-o cada vez mais perseguido por "períodos mortos", começando a temer que nunca iria compor mais uma vez, que cada trabalho seria o seu último.

A ópera demorou muito tempo para aparecer na sua vida: na primeira, ele começou a definir a "Notre Dame des Fleurs ' de Genet, mas esta ideía foi abandonada.

Entretanto, ele recebeu uma grande comissão de Mario di Bonaventura, para compor os "Ultimos Ritos", a serem apresentadas na Catedral de St Bavo em Haarlem, na Holanda. Ele levou três anos para terminar, mas incorporou duas peças anteriores: 'Nomine Coplas' e 'Jesu "da década de setenta. No entanto a inspiração para Últimos Ritos veio do Crucifixus , de Bach na Missa em Si menor, que ele ouviu no rádio do carro. Os textos dos trabalhos eram de São João da Cruz, "A noite escura 'da alma'".

O trabalho exigiu certos arranjos espaciais dos músicos: solistas e grupos nas extremidades do edifício do cenário, enquanto os outros artistas estão dispostos centralmente, sob a forma de uma cruz. Esse tipo de arranjo espacial foi uma característica comum da época, muito usado
por Stockhausen, entre outros.

Tavener não estava satisfeito consigo mesmo, e então começou a brincar com a ideia de uma ópera sobre a vida de Santa Teresa. O dramaturgo irlandês, Gerard McLarnon concordou em escrever o libreto. Mas Tavener teve o seu projeto bloqueado. O progresso foi doloroso, pois precisava de ajuda financeira externa e as estruturas para a apresentação foram então procuradas: formar um palíndromo, como foi construída em Lulu de Berg. Ele obteve uma casa cheia na sua apresentação, em 1979, mas a imprensa crítica arrasou com o seu trabalho.

Ficou claro que algo tinha que mudar, e assim em 1977 ele foi recebido na Igreja Ortodoxa Russa, onde Gerard McLarnon era também um converso. Ele descreveu a entrada na igreja ortodoxa como «um regresso à casa". Apesar de sua nova fé, a vida era ainda uma luta: ele
estava bebendo demais e deprimido com o rompimento de seu primeiro casamento, em 1974, com Vicky Maragopoulou, uma bailarina bem mais nova que ele, e assim ficou sem um senso de direção.

Desde a sua conversão, seus trabalhos tem sido cada vez mais adaptados às necessidades litúrgicas da Igreja. Enquanto os anos progrediam, a sua música tornou-se cada vez mais espiritual na concepção, na sua expressão contemplativa e mais popular com audiências no
mundo inteiro, durante as duas décadas seguintes.

No início de 1980 sua saúde começou a deteriorar-se (ele tem síndrome de Marfan, o que provoca anomalias cardiovasculares), e com isso, tornou-se cada vez mais introspectivo.

Conseguiu traçar 'O Apocalipse" enquanto estava gravemente doente, aguardando a cirurgia de coração em 1990. Um tumor teve que ser removido de seu maxilar. A morte passou a ser uma companheira constante na sua obra musical e metafísica. "Antes de minha doença, eu sempre tive um medo mórbido de morte, mas desde a operação, a morte tornou-se para mim um cônjuge. Não é mais aterrorizante. A possibilidade da vida eterna está sempre lá, mas ninguém pode dizer. Mas nós não sabemos o juízo de Deus - ninguém sabe ".

Ele queria alcançar alguma permanência com sua segunda esposa Maryanna, mais uma vez muito mais jovem que ele, que se casou em 1991. Ele estava preocupado na situação de ter filhos que isso poderia parar a sua composição, mas finalmente decidiu colocar a sua fé na
oração"Paternidade". Ele teve duas filhas.

A partir da década de 1990 os seus interesses religiosos foram diversificados e sua música abraçou muitas tradições diferentes: Hinduísmo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e da espiritualidade dos índios americanos.

A ópera Maria do Egito, estreou no Festival de Aldeburgh em 1992. No mesmo ano, um grande documentário, "Visões do Paraíso" foi transmitido pela BBC2. Seu aniversário de 50 anos, foi marcado em 1994 por ícones da BBC Festival, bem como obteve outra comissão Proms para o "O Apocalipse".

Em 1997, o desempenho da "Song for Athene" no final do funeral da princesa Diana mostrou que o efeito profundo de sua música chegou muito além do concerto para o público.



A estréia de um novo começo foi estabilizado nos minutos finais de 1999, no Millennium Dome de Londres. Depois, em 4 de janeiro de 2000, "Queda e Ressurreição" foi estreada na Catedral de São Paulo, e transmitida na televisão e no rádio. Recebeu o título de Cavaleiro na Lista de Honras do Milênio, e mais tarde no mesmo ano, South Bank Centre, em Londres, apresentou um grande festival de sua música.

O número de encomendas do exterior aumentaram, nomeadamente com "Lamentações e Louvores" (2000) para o San Francisco, cuja gravação do trabalho ganhou o prêmio Grammy de Melhor Composição Clássica Contemporânea em 2003 e sua obra "Ikon de Eros" (2001)
foi apresentada pela Orquestra de Minnesota.




Levic

sexta-feira, 20 de maio de 2011

91- Inglaterra - séc. XX - 10 -Mark-Anthony Turnage e 11 -Thomas Adès


Mark-Anthony Turnage

Mark-Anthony Turnage (nascido em 10 de junho 1960 em Corringham,) é um compositor inglês de música clássica. Ele também foi fortemente influenciado pelo jazz, e por Miles Davis, em particular. Seus primeiros estudos musicais foram com Oliver Knussen, Lambert John, e mais tarde com Gunther Schuller.

A música de Turnage tem um estilo característico pessoal, com forte impulso rítmico, envolvendo harmonias do jazz, orquestra com sons vibrantes e uso proeminente de percussão, com acordes de vários sons orquestrais que lembram os de Duke Ellington. Ele goza da reputação de ser um dos poucos compositores clássicos modernos que pode escrever jazz moderno adequadamente.
Ele é autor de óperas, peças orquestrais e obras de câmara.

Grego é uma ópera apresentada pela primeira vez em 1988, e baseia-se em Steven Berkoff que é uma adaptação de Édipo Rei e uma outra é O Tassie Prata, que foi mostrada pela primeira vez em 2000, e baseia-se na peça de Sean O'Casey.



Outros trabalhos incluem três "Screaming Papas" (após as pinturas de Francis Bacon) e Sr Rockaby, um concerto para saxofone e orquestra, e um concerto para trombone e orquestra: "Yet Another Set To", dedicada a Christian Lindberg.

Em 1990, o posto de compositor no Radcliffe, em associação com a City of Birmingham Symphony Orchestra, foi criado e Turnage foi nomeado.
Em 2006, Turnage foi nomeado um co-compositor-residente da Orquestra Sinfônica de Chicago, uma posição que ele irá realizar ao lado do argentino compositor Osvaldo Golijov.

No outono de 2005, ele foi apontado com o Royal College of Music 's Research Fellow, com o prêmio em composição. Em setembro de 2006, casou-se com a violoncelista Gabriella Swallow. Eles têm um filho, Milo.

São suas óperas:
Grego (1986-88), em dois atos
Country of the Blind (1997), ópera de câmara
O Tassie Prata (1997-99), em quatro atos.


Thomas Adès (nascido em Londres, 1 de março 1971) é um compositor britânico, pianista e maestro.
Adès estudou piano com Paulo Berkowitz e composição com Robert Saxton na Guildhall School of Music and Drama, Londres. Ele estreiou primeiro em 1992 no King's College, em Cambridge, onde estudou com Alexander Goehr e Robin Holloway.

Ele, como Britten, foi professor de Composição na Royal Academy of Music, e em 2004 recebeu um doutoramento honoris causa pela Universidade de Essex.

Em 2007, um festival de retrospectiva de sua obra foi apresentada no Barbican Arts Centre em Londres e foi o foco do Festival Radio France, anual de música contemporânea, e de Helsínquia Festival.

O festival Barbican, "Traced Overhead: O Mundo Musical de Thomas Ades", contou com a estréia no Reino Unido de um novo trabalho com Simon Rattle e a Filarmônica de Berlim.

Na Primavera de 2007, The Tempest retornou à Royal Opera House.

Em 2006, ele entrou em uma parceria civil com o cineasta britânico e artista gráfico Tal Rosner.

Em 1993, na idade de vinte e dois anos, Adès deu seu primeiro recital público de piano em Londres, como parte da série Grupo Park Lane.

Estreiou no Symphony Hall, Birmingham, em outubro de 1997 sob a direção de Simon Rattle e com a City of Birmingham Symphony Orchestra em 1997 BBC Proms. Este trabalho também recebeu o Prêmio Grawemeyer de Composição Musical, em 2000, tornando Adès o mais jovem a receber este prêmio.

Adès conduziu a Orquestra Sinfônica da BBC em Londres à estréia do trabalho quando, em 7 de setembro de 2002, Simon Rattle deu seu primeiro concerto como regente principal da Orquestra Filarmônica de Berlim com Asyla e Sinfonia N º 5, de Gustav Mahler, ambos sendo lançados em CD e DVD pela EMI. A Asyla desde então tem sido realizada em todo o mundo, inclusive na recente visita ao Extremo Oriente por Rattle e a Filarmônica de Berlim.

A obra Arcadiana foi gravada em 1998 junto com outros trabalhos do período 1993 a 1994.

"América: uma Profecia" foi encomendada pela Orquestra Filarmônica de Nova York em novembro de 1999 e recebeu a sua estreia no Reino Unido no Festival de Aldeburgh em junho de 2000.


"Tevot", para orquestra, estreou em Berlim, com Simon Rattle e a Filarmônica de Berlim em 21 de fevereiro de 2007, e recebeu a sua estréia americana, como parte do Berlim em Lights Festival no Carnegie Hall. O trabalho tem sido aclamado como um trabalho inovador pelos críticos, tais como Anthony Tommasini do The New York Times e Richard Morrison do The Times.

Em Sete Dias, obra para piano, orquestra e seis telas de vídeo, foi estreada pela London Sinfonietta, conduzido por Adès no Royal Festival Hall em Londres, em 28 de abril de 2008. Segmento de vídeo foi criado pelo Tal Rosner, parceiro de Adès. O trabalho foi co-encomendada pelo Banco Centro-Sul e da Filarmônica de Los Angeles.


As Óperas
"Powder Her Face", ópera de Adès de 1995, com um libreto de Philip Hensher, ganhou boas críticas e notoriedade para a sua representação musical . A ópera foi encomendada pela Opera Almeida, e desde então tem sido dadas novas produções de grupos de câmara da ópera em todo o mundo.

A duquesa retratada na ópera é a notória Margaret Campbell, duquesa de Argyll, cujo comportamento escandaloso na Grã-Bretanha, na década de 1960, foi revelado durante seu processo de divórcio com provas de fotografias de seus vários atos sexuais. A música da ópera combina com influências que vão de Alban Berg, Igor Stravinsky e Benjamin Britten, de Kurt Weill aos tangos de Astor Piazzolla em um campo espirituoso, e de forma muito individual.








A tempestade, com um libreto de Meredith Oakes adaptado da obra de Shakespeare , foi estreada com aclamação da crítica, no Royal Opera House, Covent Garden, em fevereiro de 2004, seguido por produções na Ópera de Estrasburgo e de Copenhagen Opera House mais tarde, em 2005. Sua estréia nos EE.UU. ocorreu na Santa Fe Opera , em 29 de julho de 2006. A ópera foi revivida em Covent Garden, em março de 2007 com grande aclamação. Em março de 2008, The Metropolitan Opera anunciou planos para realizar A Tempestade em sua temporada de 2012-13.

Adès foi o primeiro diretor musical do Birmingham Contemporary Music Group 1998-2000. Ele atuou como Diretor Artístico do Festival de Aldeburgh de 1999-2008, sendo sucedido em 2009 pelo pianista Pierre-Laurent Aimard.

Em 2000, ele foi o compositor-residente do Festival de Ojai, na Califórnia (junto com Mark-Anthony Turnage). Enquanto estava lá, foram incluídas:"Asyla","Darkness Visible", "Ainda Entristecendo" interpretadas pela pianista Gloria Cheng.

É também um pianista notável, tendo sido vice-campeão na BBC Young Musician na concorrência, ganhando em 1990.

A EMI lançou um CD de Adès como artista solo chamado "Thomas Ades: Piano" e de vários CDs como acompanhante, freqüentemente com Ian Bostridge, Steven Isserlis e outros. Como Adès foi um percussionista, ele é conhecido por ter tocado percussão na "Stravinsky 's Les Noces", de Sir Simon Rattle.

Ele residia com a Filarmônica de Los Angeles durante as temporadas de 2005 /7 como parte da orquestra "On Location", série no Walt Disney Concert Hall.

Levic