domingo, 31 de outubro de 2010

52- O Romantismo na música




Encontrei este site http://www.lebizarre.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=69&PN=1 , chamado "Fórum Lebizarre : Historia da Música", que simplesmente achei maravilhoso o seu resumo sobre o romantismo na música.

Peço com toda admiração e respeito que me licencie para transcrever parte do seu texto, que eu não faria melhor. Se houver algum constrangimento, peço desculpas pela minha ousadia e eu posso retirar imediatamente. Mas é que vale a pena colocá-lo no meio dos meus posts, bem no momento que encerro a era do Romantismo. Ei-lo:

"A Revolução Francesa não mudou apenas o regime político da França. Abalou a Europa inteira e repercutiu em todo o mundo, sob a forma de um surto de liberalismo. Nos primeiros anos do século XIX, os Direitos do Homem, a democracia e a liberdade de expressão tomavam conta da mentalidade européia, modificando os seus critérios de valor."

"Por toda parte o espírito religioso passava a um plano de fundo. Por toda parte a arte se desligava das amarras do passado. E pouco a pouco a música deixava os salões, pondo-se ao alcance do povo, apresentada nas casas de concerto."

"Os compositores passaram a colorir suas peças com produtos da cultura popular, mas o subjetivismo se impôs como a principal característica da música Romântica. A estilização ganhou um ar de defeito: diminuía a força da expressão individual."

"Paganini (1782-1840) encarnava bem essa nova ideologia artística, colocando em destaque a sua figura estranhamente feia para enfatizar o seu virtuosismo "diabólico"."

"Em seus seiscentos lieder, Schubert (1797-1828) expunha a sua natureza terna e delicada. Mendelssohn (1809-1847) contava através da música as suas impressões de viagem, nas sinfonias Italiana e escocesa."

"Na Itália, a ópera aderiu ao romantismo e, conseqüentemente, teve que reformar os padrões de interpretação até então vigentes. Agora, o cantor tinha que se dar inteiramente ao público e empolgá-lo também por seu próprio talento teatral."

"
Profundamente influenciados por textos literários, Rossini (1792-1868), Bellini (1801-1835) e Donizetti (1797-1848) tornaram-se os senhores da criação operística romântica, que logo cruzou as fronteiras italianas e se popularizou em outros países. No entanto, as guerras contra Napoleão parecem ter exacerbado a consciência nacional dos povos europeus, levando-os à busca de formas próprias."

"A primeira reação à música lírica da Itália partiu de Carl Maria von Weber (1786-1826), que germanizou a ópera, inspirando-se na época medieval e na mitologia da Alemanha."

"Seu herdeiro seria Richard Wagner (1813-1883), que, em busca de "uma obra de arte integral", criou o Drama Musical. Este reunia a pintura, a poesia e a arquitetura, além da música. Mas, não contente com um drama isolado, Wagner compôs então uma Tetralogia (conjunto de quatro dramas). As suas experiências no campo tonal deram à obra wagneriana uma tal originalidade que se criou para os demais compositores românticos um problema: ou seguiam Wagner ou lutavam contra ele."

"Na França, Giacomo Meyerbeer (1791-1864) optou pela criação monumental, desenvolvendo a Grande Ópera. Jacques Offenbach (1819-1880) preferiu a leveza e criou a opereta."

"O realismo e a intensa força dramática das óperas do italiano Giuseppe Verdi (1813-1901) celebrizaram-no em pouco tempo e sua influência estendeu-se a músicos românticos de todo o mundo.
Carlos Gomes (1836-1896) foi um deles."

"Durante muito tempo a Europa vivera sob a influência da música da Itália, que só foi atenuada pelo barroco de Händel e Bach. A ópera romântica de Weber e o drama musical de Wagner eliminaram esse monopólio italiano.

"Mas em compensação criou-se outro na Alemanha, pelo fato de traçar as linhas mestras que orientavam o romantismo."

"Em Paris, onde se refugiara da ameaça do czarismo russo, o polonês Frédiric Chopin (1810-1849) ganhou fama tocando ao piano as
mazurcas e polonaises que compunha, numa evocação dos ritmos típicos de sua terra."

"Por volta da mesma época, um prodigioso pianista húngaro chamado Franz Liszt (1811-1886) percorria o continente encantando as platéias com a agilidade rítmica das suas Rapsódias Húngaras.


Inspirado pela brilhante arte orquestral do seu contemporâneo Hector Berlioz (1803-1869), introduziu o poema sinfônico, cujas liberdades de forma levaram-no a um dos primeiros planos no panorama romântico."

"Na Rússia, Michail Glinka (1804-1857) liderou um movimento nacionalista que originou o famoso Grupo dos Cinco: Rimsky-Korsakov(1834-1908), Cesar Cui (1835-1918), Balakriev (1837-1910), Borodin (1833-1887) e Moussorgsky (1839-1881). Afastando-se da música ocidental, esses imaginosos autodidatas buscaram deixar de lado o sistema tonal tradicional para cultuar os exóticos sons modais da música sacra eslava e do folclore russo."

"Pyotr Ilitch Tchaikowsky (1840-1893) também buscou dar à música da Rússia uma expressão autêntica. Mas fêz o contrário dos "Cinco", assimilando da música ocidental de Mozart, Berlioz, Liszt e Délibes muitos elementos que fundiu com os do patrimônio cultural russo nas suas composições."

"A Tchecoslováquia teve dois representantes notáveis do romantismo nacionalista: Bedrich Smetana (1824-1884) e Antón Dvorak (1841-1904)."

"Na Noruega, foi durante esse período que surgiu o maior dos seus compositores: Edvard Grieg (1843-1907). O mesmo ocorreu na Finlândia com Jan Sibelius (1865-1957), considerado o expoente máximo da música naquele país."

"O exotismo e a riqueza dessa música de raízes folclóricas foram sem dúvida fatores importantes para a elevação do romantimo ao seu nível mais alto. E a reação de Johannes Brahms fôra romântico quando jovem, mas a obra de Bach mudou-lhe as idéias, tornando-o um antiwagneriano ferreno, na maturidade."

"Outro notável compositor do romantismo foi o belga César Franck (1822-1890), criador da forma cíclica, pela qual constrói uma obra inteira, baseando-se num único tema."

"Vicent D'Indy (1851-1931), Chabrier (1841-1894) e Fauré (1845-1924) fizeram evoluir as concepções do mestre em obras marcadas pela irregularidade intencional de ritmo e harmonia, as quais já preludiavam o fim do Romantismo."

Assim, a época do romantismo ficou bem amarrada nestas explicações.

Levic

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

51- Ópera Brasileira- séc.XIX- Carlos Gomes e A. Nepomuceno


Ópera Brasileira
Antonio Carlos Gomes ( 1836 - 1896) Em 4 de setembro de 1861 vai à cena a primeira ópera de Carlos Gomes, ¨A Noite do Castelo¨, sob a regência do próprio compositor, com versos de Antonio José Fernandes dos Reis, baseados no poema homônimo de Antonio Feliciano de Castilho, no Teatro Lírico Fluminense.

Em 15 de setembro de 1863 estréia sua segunda ópera, ¨Joana de Flandres¨, no Teatro Lírico Nacional, sobre libreto original de Salvador de Mendonça. Já agraciado pelo Imperador com a Ordem da Rosa, e após grande êxito, Carlos Gomes recebe uma pensão para ir estudar na Europa.

Apresentação da ópera "Joanna de Flandres"


Em 8 de dezembro de 1863 partia para a Itália, com o objetivo de cursar o Conservatório de Milão. Entrou para a classe do Maestro e compositor operístico Lauro Rossi. Três anos depois, Carlos Gomes recebia o diploma de Maestro e Compositor.

Em 19 de março de 1870 estréia no Teatro Alla Sacla sua terceira ópera, a primeira escrita na Itália: ¨Il Guarany¨, baseada no romance homônimo de José de Alencar, com libreto inicial de Antonio Scalvini, terminando por Carlo d´Omerville, grande sucesso de crítica e público. Logo após sua estréia, foi encenada em todas as principais capitais européias. Por esse sucesso, recebe o título de Cavaleiro da Ordem da Coroa.

Em agosto desse ano retorna ao Brasil. No Rio de Janeiro é recebido como herói, ovacionado publicamente. Organiza então, a estréia nacional do ¨Il Guarany¨, levada a efeito no Teatro Lírico Fluminense a 02 de dezembro de 1870.

Trecho da ópera " O Guarani", cantada por Elis Regina.


Sergio Chnee e Orquestra Petrobrás Sinfônica -- Abertura da Ópera "O Guarani" --


Adriane Queiroz e Richard Bauer cantando o dueto "Sento una forza indomita" do 1º Ato de "Il Guarany", de Carlos Gomes. Regência : Roberto Duarte - Belém - 2007


Segunda parte do bailado do 3º Ato de Il Guarany, de Carlos Gomes. Coreografia : Ana Unger - Regência : Roberto Duarte - Belém - 2007


Em 16 de fevereiro de 1873, no Teatro Alla Scala de Milão, estréia a ópera ¨Fosca¨, com libreto de Antonio Ghislanzoni, tendo obtido um sucesso menor.

O dueto da ópera "Fosca".


Em 21 de março de 1874 estréia no Teatro Carlo Felice de Gênova sua ópera Salvator Rosa e em 27 de março de 1879, no Teatreo Alla Scala de Milão sua ópera Maria Tudor.

Soprano Eliane Coelho canta a ária "O miei notti d'amor" da ópera "Maria Tudor", em Viena,2006.


Da ópera "Maria Tudor", o Finale do Atto II "Vendetta! Vendetta! Vendetta!", com Eliane Coelho (Maria Tudor) The Sofia National Opera Orchestra & Chorus Luiz Fernando Malheiro.Ver no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=rZb9Xos6SRY

Em 1880, de volta ao Brasil, dirige na Bahia, as encenações de ¨Il Guarany¨ e ¨Salvator Rosa¨, logo em seguida tendo ido ao Rio de Janeiro com os mesmo propósitos e realizações.

Nesse ano, ainda na Bahia, faz apresentar a estréia de seu ¨Hino à Camões¨, realizada no Teatro São José.

Em novembro desse mesmo ano retorna à Itália e lá permanece por dois anos, trabalhando febrilmente em vários libretto, os quais jamis serão terminados.

Volta novamente ao Brasil em 1882 e, a partir de então, passa a viver parte do tempo em seu país natal e parte no seu país de adoção e glórias. Nesse ano realiza uma execução pelo norte do país com muito sucesso.

A 7 de setembro nasce sua filha Ítala Maria, que irá escrever sua biografia. Em 1883 inicia a composição da ópera ¨Lo Schiavo¨, com libreto de Rodolfo Paravicini, a qual estréia no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Princesa Isabel (a quem é dedicada) a 27 de setembro de 1889.

"Alvorada", música brasileira no alvorecer do séc.XX de Antônio Carlos Gomes, abertura da ópera Lo schiavo (O escravo), baseada numa história do Visconde de Taunay, com libreto de Rodolfo Paravici.


Com a proclamação da República, a 15 de novembro de 1889, Antonio Carlos Gomes perde o apoio oficial que sempre obteve do Imperador Pedro II e, também a esperança de tornar-se diretor do Conservatório de Música do Rio de Janeiro, devendo, por isso, ter de retornar a Milão a fim de, conseguindo novas encomendas, tentar acertar as suas já inúmeras dificuldades financeiras.

Doente e em situação financeira muito delicada, escreve seu último trabalho completo, o que ele próprio chamou Poema Vocal Sinfônico denominado ¨Colombo¨, um oratório em quatro partes para coro, solistas e orquestra, escrito para comemorar em 1892, o quarto centenário do descobrimento da América, sobre o poema de Albino Falanca.

Em 1894 recebe uma proposta de trabalhar pelo novo governo brasileiro republicano que concorda em lhe pagar 20000 libras, pela composição do Hino da República. Dizendo-se fiel ao Imperador deposto, e sobretudo, monarquista, recusa e não recebe o dinheiro.

Falece aos 60 anos, vitimado pelo tumor maligno, em 16 de setembro de 1896. Os funerais foram grandiosos.



Alberto Nepomuceno (1864- 1920)
Nascido em Fortaleza, Ceará, exerceu papel decisivo no desenvolvimento de um estilo musical brasileiro. Homem de reconhecimento saber musical, passou longos anos de estudos na Europa, tendo por professores, entre outros, Cesare de Sanctis na Itália e Theodor Lechetitzky em Viena.

Diplomou-se pelo Conservatório Stern de Berlim. De volta ao Brasil, procurou, em suas obras, unir os elementos musicais nacionais a um estilo que utilizava as técnicas de composição da época. Cosmopolita, tendo conhecido pessoalmente Grieg, Saint-Saens, d'Indy e Mahler, Nepomuceno foi um grande incentivador da nascente música nacional, ajudando vários jovens compositores.

Em suas óperas foi um dos primeiros a utilizar o idioma português, o que o levou a intensa polêmica com a crítica conservadora. Deixou por concluir uma comédia lírica intitulada "O Garatuja", baseada no romance homônimo de José de Alencar.

Deixou as seguintes composições:
Ártemis, episódio lírico em um ato, com libreto de Coelho Neto. A estreia foi em 1898.

Nesta obra ele fez uso de uma orquestra de proporções wagnerianas, ainda desconhecida do público brasileiro. A partitura é muito influenciada pelo estilo do compositor alemão, com cenas puramente instrumentais nas quais a orquestra sozinha exprimem sentimentos que agitam as almas de Hélio e Héstia. Entretanto a música foi considerada perfeitamente ajustada à ação dramática.

Abul, é uma ação lendária em tres atos e quatro quadros, com libreto do próprio compositor, inspirado em conto de Herbert Ward. A estreia foi em Buenos Aires em 1913.
É a ópera mais importante de Nepomuceno, tendo sido bem recebida pela crítica brasileira e internacional. O libreto original em português tem também uma versão em italiano para as apresentações fora do Brasil.

Não encontrando trechos da ópera, deixo as "Trovas", feitas por ele e interpretadas por Robson Tavares e Rafael Feitosa



Serenata - Alberto Nepomuceno - Orquestra ESPROARTE






Para baixar as suas composições para piano, deixo o maravilhoso blog PQP-
http://pqpbach.opensadorselvagem.org/alberto-nepomuceno-1864-1920-obras-para-piano/

Levic

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

50- Ópera Tcheca/Polonesa sécXIX-Smetana,Dvorák,Moniuszko


Ópera Tcheca



Bedrich Smetana (1824 - 1884)Sua obra mais famosa é " O Moldava" (Vltava) do poema sinfônico "Minha Pátria" (Má Vlast). A maior parte da obra musical de Smetana é composta por peças de temática folclórica e nacionalista.

Notabilizou-se também como compositor de óperas, todas com libreto em checo, a saber: "Braniboři v Čechách (Brandemburgueses na Boêmia); Prodaná Nevěsta (A Noiva Vendida); Dalibor; Libuše; Dvě Vdovy (As Duas Viúvas); Hubička (O Beijo); Tajemství (O Segredo).

"A Noiva Vendida" foi considerada o protótipo da ópera folclórica e marcou Smetana como nacionalista, diante das críticas de que ele era mais wagneriano do que músico russo. Isso o irritou bastante, mas graças a essa ópera ele foi reconhecido como músico patriota.

A abertura é imensamente popular como peça de concerto e de alegria com os seus trinados que abrem o espetáculo de maneira irresistível.
"The Bartered Bride" ou "Prodaná Nevesta" ou " A Noiva Vendida" na sua abertura peça condução de
Mariss Jansons.





Da mesma ópera uma ária cantada por Lucia Popp.


Antonín Dvorák (1841 - 1904) foi um compositor checo do período romântico que usou nas suas obras muitas melodias populares da Morávia e da sua Boêmia natal. É um compositor com larga lista de composições muito bonitas e românticas.

No que se refere às óperas ele fez "King and Charcoal Burner" (Král a uhlíř); The Stubborn Lovers (Tvrdé palice); Vanda, 1875; The Cunning Peasant (Šelma sedlák);Dimitrij; The Jacobin; The Devil and Kate (Čert a Káča); Rusalka; Armida.

Após seis meses de ele ter completado sua comédia "Catarina e o Diabo", Dvorak anunciou que estava à procura de um novo libreto. Um jovem de 31 anos , Jaroslav Kvapil, lhe procurou com um texto pronto e assim foi feita Rusalka , cujo tema afastava-se muito dos temas populares em Praga na época.

Mas Rusalka é uma obra- prima de lirismo na história da ópera tcheca. A sua última ópera, Arminda, ele escolheu um libreto quase barroco, o que é bem curioso, tendo em vista as pressões para música nacionalista.

Rusalka


Ópera Polonesa

Stanislaw Moniuszko ( 1819 - 1872) foi um compositor polonês, autor de canções, operetas, balés e óperas da era romântica. Considerado o fundador da ópera nacional polaca.

Escreveu cerca de 20 óperas , entre as quais figuram Halka, Hrabina, Stranszny dwor, 6 missas, um Requiem, 4 Litanie ostrobramskie, cantatas, 270 melodias.
,Das suas óperas a mais famosa é Halka, cujo libreto de Wlodimiersz Wols, com base na história de K.W. Wojcicki.

Abertura de "Halka".


Esta ópera ele fez aos 25 anos, a qual conta a história da paixão de uma camponesa pelo proprietário das terras onde vive, que a abandona para casar-se com uma jovem de sua posição social. Halka, a camponesa, enlouquece, acabando por se afogar numa corredeira da montanha, perto da igreja onde se desenrola o casamento.

Levic

terça-feira, 19 de outubro de 2010

49- Inglaterra - séc. XIX - Gilbert & Sullivan parte 5






As duas óperas finais e o desfecho da dupla.







Utopia Limitada, ou "The Flowers of Progress"
(As Flores do Progresso)





Estreou em 7 de outubro de 1893 no Teatro Savoy e ficou em cartaz por 245 apresentações. Foi a penúltima colaboração entre Gilbert e Sullivan, dois anos após " The Gondoliers", na sequência de uma disputa legal entre Gilbert, por um lado e Carte e Sullivan, por outro, no famoso caso do "tapete Quarrel". Apesar de suas tentativas subseqüentes para consertar seu relacionamento, eles nunca mais seriam, nos mesmos termos, o que haviam sido durante os anos oitenta do séc. XIX.



Utopia foi a mais extravagante de todas as óperas do Savoy. Ela exige um elenco muito grande. O libreto de Gilbert é menos bem construído do que seus anteriores e, para alguns, a música representa o ponto mais baixo de produção criativa de Sullivan. Isto pode explicar porque ela é montada com menos freqüência do que as óperas anteriores. Mas a peça não fica sem admiradores. George Bernard Shaw disse: "Eu apreciei a música de Utopia mais do que qualquer uma das óperas anteriores apresentadas no Savoy".





A história se passa em uma ilha dos mares do Sul, chamada Utopia, governada por um rei déspota, Paramount I, que tem tamanha adoração pela cultura britânica, ao ponto de enviar sua filha Zara para estudar numa universidade em Londres. O rei, na verdade, é um fantoche nas mãos dos Juízes Schaphio e Phantis, tidos como sábios anciões. Eles manipulam o rei e mantêm as finanças da ilha sob controle.

Zara retorna, depois de cinco anos, e vê a trágica situação de seu pai. Junto com ela veio uma comitiva de importantes representantes da elite inglesa, incluindo um oficial da Cavalaria da Marinha e um advogado ilustre. Este último sugere ao rei que transforme a ilha em uma Empresa Limitada , para que se desenvolva mais rapidamente e para que o capital investido fique, praticamente, imune a perdas. O rei aceita com satisfação as sugestões dos britânicos, apelidados de “flores do progresso”, e faz de Utopia uma Empresa Limitada. A partir daí, o público acompanha, em cenas divertidas, como os habitantes reagem ao choque cultural que começa a acontecer com a instalação do novo sistema de administração em Utopia.








"The Grand Duke", ou "The Statutory Duel"

Inaugurou sua apresentação em 7 de março de 1896 no Savoy Theatre, Londres. Esta foi a última ópera da dupla, que esteve em cartaz somente em 123 performances.




No Grão-Duque, Gilbert e Sullivan faz um círculo completo, de volta ao tema de sua primeira colaboração: uma trupe de atores tem poder político nas mãos. A história contém uma série de momentos hilariantes e personagens engraçados, as configurações são coloridas e a música é alegre e saborosa.







Ludwig, um ator, substitui o gerente da empresa, Ernest, e em seguida, ele substitui o avarento Grão-Duque de Rudolph Pfennig Halbfennig, depois de "matar" a cada um deles, chamando o ás de um baralho de cartas em dois duelos. Ao vencer os duelos oficiais, Ludwig assume todos de Ernest Rudolph e os direitos e obrigações. Logo ele se encontra com mulheres e as esposas prospectivo, que ele sabe o que fazer. Nunca medo: uma vez mais, um advogado resolve o problema e tudo termina bem.








Utopia, Limited (1893), sua penúltima ópera, foi um sucesso muito modesto, e a posterior, o Grão-Duque (1896) foi um fracasso total. Nem a obra entrou para o "cânone", realizada regularmente com as obras de Gilbert e Sullivan, até que o D'Oyly Carte Opera Company apresentou as gravações profissionais das duas óperas na década de 1970.

Gilbert também havia oferecido a Sullivan outro libreto, "Sua Excelência" (1894), mas a insistência de Gilbert no elenco da atriz Nancy McIntosh, sua protegida da Utopia, levou à recusa de Sullivan, e assim "Sua Excelência" foi composta por F. Osmond Carr. Entretanto, o Savoy Theatre continuava na apresentação de revivals das óperas de Gilbert e Sullivan, entre as novas peças, e a empresa de Carte D'Oyly de turismo também jogou-as no repertório.

Depois de O Grão-Duque, os parceiros não viram nenhuma razão para trabalhar juntos novamente. A última vez que se encontraram foi no teatro Savoy em 17 de novembro de 1898 na celebração do 21 º aniversário da primeira apresentação da obra "O Feiticeiro". Eles não falaram um com o outro. Sullivan, por esta altura estava com uma saúde extremamente frágil, morrendo em 1900, embora até o fim, ele tenha continuado a escrever óperas cômicas de novo para o Savoy com outros libretistas, a maioria com sucesso, como Basil Hood em "A Rose of  Persia" (1899).




Gilbert também escreveu vários trabalhos com outros colaboradores na década de 1890. Na época da morte de Sullivan, em 1900, Gilbert escreveu que qualquer memória da sua fenda havia sido "totalmente superada", e "as relações já eram cordiais entre nós." Ele afirmou que Sullivan foi "um compositor de rara genialidade que era tão modesto e tão singelo como um neófito deve ser, mas raramente o é .... eu lembro de tudo que ele fez por mim em permitir que seu gênio pudess lançar alguns de seu brilho em meu nome humilde. "

Richard D'Oyly Carte morreu em 1901, e sua viúva, Helen, continuou a dirigir as atividades do Oyly D'Carte na Opera Company e no Savoy. Gilbert entrou em semi-aposentadoria, embora continuasse a fazer revivals das óperas no Savoy e escreveu peças novas ocasionalmente.


                                                     O Teatro Savoy, lápis e aquarela por Charles John Phipps, Londres, 1881.


Entre 1906 e 1909, ajudou a Sra. Carte no repertório de duas temporadas no Teatro Savoy. Elas eram muito populares e reavivaram o interesse do publico pelas obras. Gilbert foi condecorado durante a primeira temporada do repertório. Após a morte de Sullivan, Gilbert escreveu apenas mais uma ópera cômica, "Fallen Fairies" , em 1909, que não foi um sucesso.

"The Grand Duke", ou "The Statutory Duel", inaugurado em 7 de março de 1896 no Teatro Savoy, em Londres foi a última ópera de Gilbert e Sullivan e teve apenas 123 apresentações.


Consultar site http://www.vam.ac.uk/content/articles/t/the-first-musicals/



E assim encerramos a parte de Gilbert e Sullivan.

Até a próximo post.

Levic

terça-feira, 12 de outubro de 2010

48- Inglaterra séc.XIX Gilbert & Sullivan parte4


Gilbert e Sullivan discutiam muito e muitas vezes ameaçaram acabar com a dupla de parcerias nas obras de operetas, tão bem aceitas pelo público e bastante incentivadas por Carte.
Mas no final, era mais uma ópera.
"The Yeomen of the Guard", ou "The Merryman and His Maid"


"O Yeomen da Guarda" (1888) ou Merryman e sua empregada doméstica" , o seu único trabalho com um fim dramático, diz respeito a um par de atores ambulantes, um palhaço e uma menina cantora, que são apanhados em uma intriga, na Torre de Londres, durante o século 16. O diálogo, embora em prosa, é num estilo de inglês moderno, e não há nenhuma sátira às instituições britânicas. Para alguns dos elementos do enredo, Gilbert voltou a sua tragédia de 1875, "Broken Hearts".





The Times elogiou o libreto: "... Deve ser reconhecido que o Sr. Gilbert sinceramente esforçou-se para deixar sulcos familiares elevando o tema aos patamares mais elevados. Apesar de não ser uma grande ópera, o libreto deu oportunidades a Sullivan de escrever sua partitura mais ambiciosa até agora. Os críticos, que recentemente elogiaram o compositor por sua oratória de sucesso, em A Lenda de Ouro, consideram Yeomen , incluindo a sua abertura, que foi escrita em forma de sonata, e não como um pout-pourri de músicas da ópera, que se apresentavam até então, como a melhor obra escrita por Sullivan.







A história de Yeomen se passa na Torre de Londres nos tempos de Shakespeare.
Coronel Fairfax, um cavalheiro, soldado e cientista, foi condenado a ser decapitado, dentro de uma hora, sob uma falsa acusação de feitiçaria. Para não deixar seus bens para o seu acusador, que é o seu primo, e com a ajuda do tenente da Torre, ele se casa secretamente com Elsie Maynard, uma cantora. A noiva concorda em ficar com os olhos vendados durante a cerimônia e espera ser uma viúva bem paga, em uma hora. Com a ajuda da família Meryll, Fairfax escapa, deixando a Torre em confusão e surpreendendo Elsie, que se vê em desespero junto a seu mentor, o bufão Jack Point, que a ama. Mas Fairfax, disfarçado como Leonard Meryll, corteja Elsie, e após uma série de complicações, ela se apaixona por Fairfax e deixa Jack Point de coração partido.





Yeomen foi um sucesso, funcionando há mais de um ano, com fortes produções de turismo a Nova York. Durante a execução, em 12 de março de 1889, Sullivan escreveu a Gilbert: "Perdi o gosto pela escrita da ópera cômica, e tenho graves dúvidas quanto à minha capacidade em fazê-la ... Você diz que, em uma ópera séria exige muito sacrifício de si mesmo. Eu digo que isto é justamente o que eu tenho feito em todas as nossas peças comuns, e, mais ainda, faço para que elas sejam sucesso."





Sullivan insistiu em que a ópera seguinte devia ser uma grande ópera. Gilbert, não sentindo que poderia escrever um libreto de ópera séria, ofereceu um compromisso que Sullivan finalmente aceitou. Os dois iriam escrever uma ópera leve para o Savoy, e ao mesmo tempo, uma grande ópera, Ivanhoe, para um novo teatro que Carte estava construindo para apresentar grandes óperas britânicas. Depois de um breve impasse sobre a escolha do tema, Sullivan aceitou uma ideia ligada a Veneza e da vida veneziana.

"The Gondoliers" ou "The King of Barataria"


Os gondoleiros, ou, "The King of Barataria", foi a décima segunda ópera escrita em conjunto por Gilbert e Sullivan, cuja estreia foi em 7 de dezembro de 1889 no Teatro Savoy.

The Gondoliers teve 554 apresentações e foi a sua última ópera que alcançou grande popularidade. Sua musica é, talvez, a mais radiante e melódica para adaptação à dança.





Gilbert retorna, nesta ópera, à sátira sobre o esnobismo entre as distinções de classe e começa o seu fascínio por esse tema , que irá desempenhar um papel ainda maior na ópera seguinte, Utopia Limited, usando a convergência absurda de pessoas singulares e entidades coletivas. Novamente ajustando seu trabalho longe da mãe Inglaterra, Gilbert é encorajado a endurecer as críticas sobre a classe nobre, e a instituição da monarquia em si.



Dois recém-casados gondoleiros de Veneza estão informados pelo Grande Inquisidor que um deles acaba de se tornar o Rei de "Barataria", mas apenas a sua mãe adotiva, sabe quem é. Como Barataria precisa de um rei para acabar com agitação no país, eles viajam para lá para reinar em conjunto, deixando para trás suas esposas em Veneza, e vão até à velha senhora para entrevistá-la. Acontece que o rei se casou na infância com a bela filha do Duque de Plaza Toro, e assim parece que ele é um bígamo involuntário. Evidentemente, a bela filha está apaixonada por um funcionário comum! Quando a jovem espanhola, filha do duque, e as duas esposas venezianas aparecem querendo saber qual delas é a rainha, as complicações surgem. A verdadeira identidade do rei é revelada, e tudo é espetacularmente bem encadeado para o fim.





A ópera teve uma temporada maior do que qualquer dos seus outros trabalhos em conjuntos, com exceção da HMS Pinafore, Patience e The Mikado. A Gondoliers foi apresentada para a rainha Victoria e a família real no Castelo de Windsor em 1891, a primeira ópera de Gilbert e Sullivan a ser tão honrada. Gondoliers foi o último grande sucesso de Gilbert e Sullivan.

Gilbert e Sullivan, por vezes, tinha uma relação tensa de trabalho, causada em parte pelo fato de que cada homem viu que seu trabalho estava subjugado ao outro e, em parte causada pelas personalidades opostas dos dois. Gilbert foi muitas vezes visto com atitudes conflituosas e notoriamente à flor da pele, enquanto Sullivan evitava sempre os conflitos. Além disso, Gilbert imbuído de que os seus libretos em "Topsy-Turvy",  refere-se  a situações em que a ordem social fica virada de cabeça para baixo, eram a atração maior.

Depois de um tempo, esses assuntos estiveram muitas vezes em desacordo com o desejo de Sullivan, que era de apresentar uma ópera com realismo e de conteúdo emocional. Além disso, a sátira política de Gilbert muitas vezes zombava dos ricos e poderosos, a quem Sullivan procurava para amizade e patrocínio.



Gilbert e Sullivan discutiram várias vezes sobre a escolha de um tema. Depois de Princess Ida e Ruddigore, que foram menos bem sucedidos do que os sete outras óperas , Sullivan pediu para deixar a parceria, afirmando que ele encontrou partes repetitivas de Gilbert e que as óperas não foram artisticamente satisfatórias para si.

Embora os dois artistas trabalhassem em suas diferenças, Carte manteve o Savoy aberto com revivals das suas obras anteriores. Em cada ocasião, após uma pausa de alguns meses, Gilbert respondeu com um libreto que atendia as acusações de Sullivan, e a parceria foi capaz de continuar com êxito.

Durante o período de "The Gondoliers", no entanto, Gilbert desafiou Carte sobre os gastos da produção. Carte tinha cobrado o custo de um tapete novo para o átrio do Teatro Savoy à parceria. Gilbert acreditava que esta era uma despesa de manutenção que devia ser imputada ao Carte sozinho.

Afinal, o tapete foi apenas uma de uma série de itens contestados, e a verdadeira questão não residia no mero valor de dinheiro dessas coisas, mas em se Carte poderia ser de confiança com os assuntos financeiros de Gilbert e Sullivan. Gilbert afirmou que, na melhor das hipóteses, Carte tinha feito uma série de erros graves nas contas, e pior, deliberadamente tentou fraudar os outros. Não é fácil de resolver os erros e acertos da questão a essa distância, mas parece bastante claro que havia algo muito errado com as contas naquele momento.

Gilbert escreveu para Sullivan em 28 de maio de 1891, um ano após o fim da "querela", que Carte tinha admitido "uma sobrecarga acidental de cerca de £ 1.000 nas contas de iluminação eléctrica.
Sullivan ficou do lado de Carte, que era construir um teatro em Londres para a produção de grandes óperas, com Ivanhoe de Sullivan como a obra inaugural.

Enquanto a prolongada disputa ia para os tribunais e em público, Gilbert escreveu "O Mountebanks" com Alfred Cellier e "Haste Flop" para o casamento de George Grossmith, e Sullivan também escreveu "Haddon Hall" com Sidney Grundy.

Em 1891, depois de muitas tentativas frustradas de reconciliação da dupla e seu produtor, Richard D'Oyly Carte, Gilbert e Sullivan, e o editor de música, Tom Chappell, interveio para mediar entre dois de seus artistas mais rentáveis, e dentro de duas semanas ele tinha conseguido reunir a dupla.


Levic

sábado, 9 de outubro de 2010

47- Inglaterra - séc.XIX -Gilbert & Sullivan - parte 3

A dupla continuou fazendo sucesso com as suas populares operetas de músicas alegres e melodiosas, e com os temas satíricos.

"Princess Ida, ou "Castle Adamant"



Princess Ida (1884) se refere à educação das mulheres dominadas pelo machismo falsificado, que é uma ideia que continuou no tema da Iolanthe, ou seja, da guerra entre os sexos. A ópera baseia-se no poema The Princess: A Medley de Tennyson .





Gilbert tinha escrito uma farsa em verso com base no mesmo material, em 1870, e reutilizou uma boa parte do diálogo para o libreto da Princesa Ida. Ida é o trabalho de Gilbert e Sullivan apenas com o diálogo inteiramente no 'verso em branco' e é também a única de suas obras em três atos. Lillian Russell tinha sido contratada para criar o papel-título, mas Gilbert não acreditou que ela fosse dedicada o suficiente, e quando ela perdeu um ensaio,  foi então demitida.






Princess Ida foi a primeira das óperas de Gilbert e Sullivan, que, pelos padrões anteriores da parceria, não foi um sucesso. Um verão particularmente quente em Londres, não ajudou a venda de bilhetes. A peça correu para uma comparativamente curta das 246 apresentações e não foi reavivada em Londres até 1919.




Sullivan havia ficado satisfeito com o libreto, mas dois meses depois de estreia de Ida, Sullivan disse a Carte que "é impossível para mim fazer uma outra parte do que já foi escrito por eu e Gilbert." Como Princesa Ida mostrou sinalização, Carte percebeu que, pela primeira vez na história da parceria, nenhuma nova ópera estaria pronta. Em 22 de março de 1884, ele deu a Gilbert e Sullivan um aviso contratual que uma nova ópera seria necessária em tempo de seis meses. Entretanto, quando Ida acabou sua temporada, Carte produziu um renascimento do O feiticeiro (The Sorcerer).




The Mikado



A mais bem sucedida das óperas no Savoy foi  "The Mikado" (1885), que zombava da burocracia inglesa, disfarçada por uma configuração japonesa. Gilbert inicialmente havia proposto uma história para uma nova ópera sobre uma pastilha mágica que iria mudar os personagens, mas que Sullivan achou-a artificial e desprovida de "interesse humano", bem como sendo muito semelhante à sua ópera anterior, O feiticeiro.




O autor e compositor estavam em um impasse, até que em 8 de maio de 1884, quando Gilbert abandonou a idéia e concordou em fornecer um libreto sem elementos sobrenaturais.







A história centra-se em um alfaiate "barato", Ko-Ko, que é promovido para o cargo de Lord High Executioner da cidade de Titipu. Ko-Ko ama a sua pupila, Yum-Yum, mas ela ama um músico, que é realmente o filho do imperador do Japão (o Mikado) e o que está usando um disfarce para escapar à atenção da amorosa Katisha. Na verdade, o filho do Mikado do Japão, disfarçado como um menestrel errante, está a fim de escapar a ordem de seu pai para se casar com a 'idosa' Katisha, mas descobre que a garota que ele ama está prestes a se casar com o Lord High Executioner de Titipu. Entretanto, essa é a menor de suas preocupações quando o pai de Katisha aparece procurando por ele.





The Mikado decretou que as execuções deveriam retomar sem demora em Titipu. Quando chega a notícia de que o Mikado estará visitando a cidade, Ko-Ko assume que ele está vindo para verificar se realizou as execuções. Tímido demais para executar qualquer uma, os cozinheiros de Ko Ko fazem uma conspiração para desorientar o Mikado, o que dá errado. Eventualmente, Ko-Ko deve persuadir Katisha a se casar com ele, a fim de salvar sua própria vida e as vidas dos outros conspiradores.







Com a abertura do comércio entre a Inglaterra e o Japão, as importações japonesas, arte e estilos se tornaram moda em Londres, tornando este o momento ideal para uma ópera que falasse do Japão. Gilbert disse:
"Eu não posso lhe dar uma boa razão para a nossa peça ser estabelecida no Japão. É ...o que temos são possibilidades oferecidas para o tratamento pitoresco, cenário e figurino, e eu acho que a idéia de um magistrado, que é juiz e carrasco real talvez possa agradar o público.



Definindo a ópera no Japão, um local exótico longe da Grã-Bretanha, permitiu a Gilbert e Sullivan para satirizarem a política britânica e as instituições mais livremente em armadilhas superficiais do japonês. Gilbert escreveu, "The Mikado é uma ópera onde um monarca imaginário de um período não pode, por qualquer exercício de criatividade, ser considerada como uma bofetada a uma instituição existente."



"The Mikado" se tornou a mais longa de execução no palco, atingindo a 672 apresentações no teatro Savoy, que era o segundo maior para executar qualquer obra de teatro musical, superando as 571 apresentações de Pinafore e 576 da Paciência, tornando-se um dos mais longos períodos de qualquer peças de teatro até aquele momento.

The Mikado continuou a ser a mais freqüentemente realizada no Savoy Opera e foi traduzida em várias línguas e é uma das mais visitadas peças de teatro musical da história.


"Ruddigore, ou The Witch's Curse"The Witch's Curse"






Ruddigore ou "The Witch's Curse" (1887), um Topsy-Turvy que vai assumir o melodrama vitoriano, teve menos sucesso do que a maioria das colaborações anteriores com uma tiragem de 288 apresentações.











O título original, Ruddygore, juntamente com alguns dos dispositivos do lote, incluindo a revivificação de fantasmas, atraiu comentários negativos dos críticos. Gilbert e Sullivan fez uma série de alterações e cortes e no entanto, a peça foi rentável, e as análises não eram de todo ruins.











Levic

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

46- Inglaterra - séc.XIX - Gilbert & Sullivan parte 2

Gilbert & Sullivan continuaram fazer operetas com muito sucesso durante 25 anos. A seguir, mostraremos outras.

"The Pirate King" ou "The Slave of Duty"
O libreto de HMS Pinafore invocando tipos de personagens de ação, muitas das quais eram familiares de ópera europeias: o protagonista heróico (tenor) e seu amor e interesse (soprano) ; a mulher mais velha com um segredo ou uma língua afiada (contralto), o barítono lírico como pai da menina, e um vilão clássico (baixo-barítono).



Gilbert e Sullivan, acrescentou o elemento da cantor cômico como personagem. Com o sucesso do HMS Pinafore, a Carte D'Oyly manteve um repertório e o seu sistema de produção foi cimentada com cada ópera fazendo uso desses tipos de personagens de ações.



Antes de "The Sorcerer", Gilbert construiu suas peças em torno das estrelas, o que era estabelecido em qualquer teatro. Baseando-se na equipe que ele havia reunido para The Sorcerer, Gilbert não contratou estrelas, ele as criou. Ele e Sullivan selecionou os artistas intérpretes ou executantes, escrevendo óperas para seus elencos em vez de estrelas individuais.



O sistema deste repertório assegurou que o personagem John Wellington Wells, se tornaria o governante da marinha da rainha como Sir Joseph Porter em HMS Pinafore, em seguida, indo ingressar no exército como major-general Stanley em The Pirates of Penzance, e assim por diante.

Da mesma forma, a Sra. Patinha em "The Sorcerer" transformado em "Little Buttercup" em Pinafore, em seguida, Ruth, a empregada pirata-para-toda-obra nos piratas. Performances relativamente desconhecidas a quem Gilbert e Sullivan, engajados no início da colaboração de ficar com a empresa durante muitos anos, tornando-se estrelas da fase vitoriana. Estes incluíram George Grossmith, o cômico principal; Rutland Barrington, o barítono lírico; Richard Temple, o baixo-barítono e Jessie Bond, a mezzo-soubrette soprano.


"The Pirates of Penzance Eve" (Ano Novo, 1879), concebido em um ajuste de pique na pirataria de direitos autorais americanos, também zombou de convenções da grande ópera, no sentido do dever, na obrigação da família, na respeitabilidade "da civilização e da nobreza, e da importância de uma educação liberal.







A história fala do tema de gente incompetente em cargos de autoridade, na pessoa do Major que tem conhecimento sobre tudo, exceto das práticas militares. O Major-General e as suas filhas querem escapar do líder dos Pirates of Penzance, que são todos órfãos, argumentando o falso fundamento de que ele mesmo é um um pobre órfão.Os piratas sabem do engano e recapturam o major-general, mas quando lhes é revelado que os piratas são todos os colegas, o major-general ordena: "retomar as suas fileiras e funções legislativas, e também às minhas filhas, as quais são pura belezas! "



A peça estreou em Nova York que foi outro grande sucesso de crítica e público. Gilbert, Sullivan e Carte tentaram por muitos anos em controlar os direitos autorais americanos sobre o desempenho de suas óperas, mas sem sucesso. No entanto, Piratas foi um sucesso, em Nova York com mais uma vez criando numerosos imitadores e, em seguida, em Londres, e tornondo-se uma das mais freqüentemente realizadas, traduzidas e parodiadas das obras de Gilbert e Sullivan, desfrutando de uma bem sucedida revival, em 1981, da Broadway por Joseph Papp.

Em 1880, Sullivan escreveu a cantata à mártir de Antióquia, apresentada na Trienal de Canções no Festival de Música, com um libreto de um poema épico de 1822 de Henry Hart Milman sobre o martírio de Santa Margarida de Antióquia, no século 3. Sullivan foi o maestro do festival de Leeds no início em 1880 e conduziu a sua apresentação. Pode-se dizer que foi uma ópera, a 15ª da parceria, uma vez que a Companhia de Ópera Carl Rosa apresentou a obra como uma ópera, em 1898.

Company, que então produziu todas as suas óperas seguintes.




"Patience", ou "Bunthorne's Bride"


Patience (1881) satirizou o movimento estético, em geral, e os seus poetas coloridos, em especial, que combinam aspectos de Algernon Charles Swinburne, Dante Gabriel Rossetti, Oscar Wilde, James McNeill Whistler e outros poetas rivais de Bunthorne e Grosvenor.



O trabalho satiriza a vaidade masculina e o machismo nas forças armadas. A história diz respeito a dois poetas rivais , que atraem a atenção das moças da aldeia, sendo que tinham sido contratados como membros de um regimento de cavalaria. Mas os dois poetas tratam a todos com amor e paciência, até que o leiteiro da aldeia, que detesta um deles, sente que é seu dever evitar o outro, apesar de seu amor por ele.







Richard D'Oyly Carte era o gerente de reserva para o Oscar Wilde, um proponente, em seguida, menos conhecido do esteticismo, e despachou Wilde em uma turnê americana para uma palestra em conjugação com o correr da ópera nos EE.UU., de modo que o público americano pudesse entender melhor do que a sátira tratava.



Durante o período de Paciência, Carte construiu o grande e moderno Savoy Theatre, que se tornou sede permanente da parceria. Foi o primeiro teatro (na verdade, no mundo é o primeiro edifício público) a ser totalmente iluminado por luz elétrica. Patience mudou-se para o Savoy, após seis meses na Ópera Comique e fez um total de 578 apresentações, superando o HMS e se tornando a segunda maior organização de trabalho do teatro musical até aquele momento da história.



Iolanthe

"Iolanthe", ou "The Peer and the Peri"
Iolanthe (1882) foi a primeira das óperas para abrir no Savoy. O Savoy totalmente elétrico possibilitou inúmeros efeitos especiais, como espumante varinhas mágicas para o coro feminino de fadas. A ópera zombou de Direito Inglês e da Câmara dos Lordes e fez grande parte da guerra entre os sexos. Os críticos achavam que o trabalho de Sullivan em "Iolanthe" tinha tomado um passo a frente.



"The Daily Telegraph", escreveu: "O compositor tem aumentado a sua oportunidade, e estamos dispostos a levar em conta que "Iolanthe" apresenta os seus melhores esforços em todas as séries do Gilbertian." Do mesmo modo, o Teatro afirmou que "a música de "Iolanthe" é o carro-chete das obras de Dr. Sullivan . A qualidade como um todo é mantida em um nível mais elevado do que em qualquer uma das suas primeiras obras".









Iolanthe é uma peça de uma série de obras de Gilbert, incluindo o mundo ímpio (1873), Broken Hearts (1875), Princess Ida (1884) e Fallen Fairies (1909), onde a introdução dos homens e "amor mortal" em um mundo tranquilo das mulheres faz razias com o status quo. Gilbert tinha criado várias comédias "de fadas" no Teatro de Haymarket no início dos anos 1870. Estas peças, influenciadas pelo trabalho de fadas de James Planche, estão fundadas na idéia de auto-revelação, por personagens sob a influência de alguma mágica ou alguma interferência sobrenatural.





Em 1882, Gilbert tinha um telefone instalado em sua casa e na mesa de comandos no Teatro Savoy, para que pudesse acompanhar os desempenhos e os ensaios também de sua casa. Gilbert tinha referido a nova tecnologia em Pinafore em 1878, apenas dois anos depois que o dispositivo foi inventado e antes de Londres teve mesmo serviço telefônico.

Sullivan havia instalado um, bem como, e em 13 de Maio de 1883, em uma festa para comemorar o aniversário do compositor de 41 anos, onde os convidados, incluindo o Príncipe de Gales (mais tarde Edward VII), ouviu uma retransmissão direta de peças de Iolanthe do Savoy. Esta foi provavelmente a primeira transmissão "ao vivo" de uma ópera.





Durante o período de Iolanthe, em 1883, Sullivan foi nomeado cavaleiro pela rainha Vitória. Apesar de ter sido as óperas com Gilbert, que lhe renderam a maior fama, a honra foi conferida por seus serviços à música séria.





A criação musical, e muitos críticos, acredita que ele deva pôr fim à sua carreira como compositor de ópera-bufa, já que um cavaleiro musical não deve inclinar-se abaixo do oratório ou da grande ópera. Sullivan, apesar da segurança financeira mantida pela escrita da Savoy, viu cada vez mais seu trabalho com Gilbert como insignificante, abaixo de suas habilidades, e um tanto repetitivo. Além disso, ele estava infeliz por ter de simplificar a sua música para garantir que as palavras de Gilbert pudessem ser ouvidas.

Mas, paradoxalmente, em fevereiro de 1883, logo após a abertura de Iolanthe , Sullivan havia assinado um acordo de cinco anos com Gilbert e Carte, obrigando-o a produzir uma nova ópera cômica com seis meses de antecedência.




Levic