quinta-feira, 28 de outubro de 2010

51- Ópera Brasileira- séc.XIX- Carlos Gomes e A. Nepomuceno


Ópera Brasileira
Antonio Carlos Gomes ( 1836 - 1896) Em 4 de setembro de 1861 vai à cena a primeira ópera de Carlos Gomes, ¨A Noite do Castelo¨, sob a regência do próprio compositor, com versos de Antonio José Fernandes dos Reis, baseados no poema homônimo de Antonio Feliciano de Castilho, no Teatro Lírico Fluminense.

Em 15 de setembro de 1863 estréia sua segunda ópera, ¨Joana de Flandres¨, no Teatro Lírico Nacional, sobre libreto original de Salvador de Mendonça. Já agraciado pelo Imperador com a Ordem da Rosa, e após grande êxito, Carlos Gomes recebe uma pensão para ir estudar na Europa.

Apresentação da ópera "Joanna de Flandres"


Em 8 de dezembro de 1863 partia para a Itália, com o objetivo de cursar o Conservatório de Milão. Entrou para a classe do Maestro e compositor operístico Lauro Rossi. Três anos depois, Carlos Gomes recebia o diploma de Maestro e Compositor.

Em 19 de março de 1870 estréia no Teatro Alla Sacla sua terceira ópera, a primeira escrita na Itália: ¨Il Guarany¨, baseada no romance homônimo de José de Alencar, com libreto inicial de Antonio Scalvini, terminando por Carlo d´Omerville, grande sucesso de crítica e público. Logo após sua estréia, foi encenada em todas as principais capitais européias. Por esse sucesso, recebe o título de Cavaleiro da Ordem da Coroa.

Em agosto desse ano retorna ao Brasil. No Rio de Janeiro é recebido como herói, ovacionado publicamente. Organiza então, a estréia nacional do ¨Il Guarany¨, levada a efeito no Teatro Lírico Fluminense a 02 de dezembro de 1870.

Trecho da ópera " O Guarani", cantada por Elis Regina.


Sergio Chnee e Orquestra Petrobrás Sinfônica -- Abertura da Ópera "O Guarani" --


Adriane Queiroz e Richard Bauer cantando o dueto "Sento una forza indomita" do 1º Ato de "Il Guarany", de Carlos Gomes. Regência : Roberto Duarte - Belém - 2007


Segunda parte do bailado do 3º Ato de Il Guarany, de Carlos Gomes. Coreografia : Ana Unger - Regência : Roberto Duarte - Belém - 2007


Em 16 de fevereiro de 1873, no Teatro Alla Scala de Milão, estréia a ópera ¨Fosca¨, com libreto de Antonio Ghislanzoni, tendo obtido um sucesso menor.

O dueto da ópera "Fosca".


Em 21 de março de 1874 estréia no Teatro Carlo Felice de Gênova sua ópera Salvator Rosa e em 27 de março de 1879, no Teatreo Alla Scala de Milão sua ópera Maria Tudor.

Soprano Eliane Coelho canta a ária "O miei notti d'amor" da ópera "Maria Tudor", em Viena,2006.


Da ópera "Maria Tudor", o Finale do Atto II "Vendetta! Vendetta! Vendetta!", com Eliane Coelho (Maria Tudor) The Sofia National Opera Orchestra & Chorus Luiz Fernando Malheiro.Ver no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=rZb9Xos6SRY

Em 1880, de volta ao Brasil, dirige na Bahia, as encenações de ¨Il Guarany¨ e ¨Salvator Rosa¨, logo em seguida tendo ido ao Rio de Janeiro com os mesmo propósitos e realizações.

Nesse ano, ainda na Bahia, faz apresentar a estréia de seu ¨Hino à Camões¨, realizada no Teatro São José.

Em novembro desse mesmo ano retorna à Itália e lá permanece por dois anos, trabalhando febrilmente em vários libretto, os quais jamis serão terminados.

Volta novamente ao Brasil em 1882 e, a partir de então, passa a viver parte do tempo em seu país natal e parte no seu país de adoção e glórias. Nesse ano realiza uma execução pelo norte do país com muito sucesso.

A 7 de setembro nasce sua filha Ítala Maria, que irá escrever sua biografia. Em 1883 inicia a composição da ópera ¨Lo Schiavo¨, com libreto de Rodolfo Paravicini, a qual estréia no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Princesa Isabel (a quem é dedicada) a 27 de setembro de 1889.

"Alvorada", música brasileira no alvorecer do séc.XX de Antônio Carlos Gomes, abertura da ópera Lo schiavo (O escravo), baseada numa história do Visconde de Taunay, com libreto de Rodolfo Paravici.


Com a proclamação da República, a 15 de novembro de 1889, Antonio Carlos Gomes perde o apoio oficial que sempre obteve do Imperador Pedro II e, também a esperança de tornar-se diretor do Conservatório de Música do Rio de Janeiro, devendo, por isso, ter de retornar a Milão a fim de, conseguindo novas encomendas, tentar acertar as suas já inúmeras dificuldades financeiras.

Doente e em situação financeira muito delicada, escreve seu último trabalho completo, o que ele próprio chamou Poema Vocal Sinfônico denominado ¨Colombo¨, um oratório em quatro partes para coro, solistas e orquestra, escrito para comemorar em 1892, o quarto centenário do descobrimento da América, sobre o poema de Albino Falanca.

Em 1894 recebe uma proposta de trabalhar pelo novo governo brasileiro republicano que concorda em lhe pagar 20000 libras, pela composição do Hino da República. Dizendo-se fiel ao Imperador deposto, e sobretudo, monarquista, recusa e não recebe o dinheiro.

Falece aos 60 anos, vitimado pelo tumor maligno, em 16 de setembro de 1896. Os funerais foram grandiosos.



Alberto Nepomuceno (1864- 1920)
Nascido em Fortaleza, Ceará, exerceu papel decisivo no desenvolvimento de um estilo musical brasileiro. Homem de reconhecimento saber musical, passou longos anos de estudos na Europa, tendo por professores, entre outros, Cesare de Sanctis na Itália e Theodor Lechetitzky em Viena.

Diplomou-se pelo Conservatório Stern de Berlim. De volta ao Brasil, procurou, em suas obras, unir os elementos musicais nacionais a um estilo que utilizava as técnicas de composição da época. Cosmopolita, tendo conhecido pessoalmente Grieg, Saint-Saens, d'Indy e Mahler, Nepomuceno foi um grande incentivador da nascente música nacional, ajudando vários jovens compositores.

Em suas óperas foi um dos primeiros a utilizar o idioma português, o que o levou a intensa polêmica com a crítica conservadora. Deixou por concluir uma comédia lírica intitulada "O Garatuja", baseada no romance homônimo de José de Alencar.

Deixou as seguintes composições:
Ártemis, episódio lírico em um ato, com libreto de Coelho Neto. A estreia foi em 1898.

Nesta obra ele fez uso de uma orquestra de proporções wagnerianas, ainda desconhecida do público brasileiro. A partitura é muito influenciada pelo estilo do compositor alemão, com cenas puramente instrumentais nas quais a orquestra sozinha exprimem sentimentos que agitam as almas de Hélio e Héstia. Entretanto a música foi considerada perfeitamente ajustada à ação dramática.

Abul, é uma ação lendária em tres atos e quatro quadros, com libreto do próprio compositor, inspirado em conto de Herbert Ward. A estreia foi em Buenos Aires em 1913.
É a ópera mais importante de Nepomuceno, tendo sido bem recebida pela crítica brasileira e internacional. O libreto original em português tem também uma versão em italiano para as apresentações fora do Brasil.

Não encontrando trechos da ópera, deixo as "Trovas", feitas por ele e interpretadas por Robson Tavares e Rafael Feitosa



Serenata - Alberto Nepomuceno - Orquestra ESPROARTE






Para baixar as suas composições para piano, deixo o maravilhoso blog PQP-
http://pqpbach.opensadorselvagem.org/alberto-nepomuceno-1864-1920-obras-para-piano/

Levic

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