sexta-feira, 15 de julho de 2011

104- Hungria - séc. XX - Zoltán Kodály



Zoltán Kodály, em húngaro Kodály Zoltán (Kecskemét, 16 de Dezembro de 1882 - Budapeste, 6 de Março de 1967) foi um compositor, etnomusicólogo, educador, linguista e filósofo da Hungria.

Kodály foi um dos mais destacados músicos húngaros de todos os tempos. O seu estilo musical atravessou num estágio inicial uma fase pós-romântica vienense e evoluiu para um período de mistura de folclore e complexas harmonias, num estilo partilhado com Béla Bartók.

Estudou em Galánta, cidade a que dedicou as suas conhecidas Danças, e em Nagyszombat. Depois, em Budapeste, foi aluno na Academia de música Franz Liszt, onde estudou com Hans von Koessler.

Em 1906, depois de terminado o curso de letras, fez uma viagem de estudo a Berlim. Começou nesse ano a investigar sobre o folclore húngaro, tarefa essa que contaria com o apoio posterior de Bartók.

Kodály compôs durante toda a sua vida. Chegou a recolher mais de 100.000 canções, peças, trechos e melodias populares húngaras, as quais aplicava nas suas composições com singular perfeição técnica.

Em 1907 passa a lecionar na Academia Franz Liszt, onde dá aulas de composição. Dessa época são as suas produções de dois quartetos de cordas (op.2, 1909 e op.10, 1917 respectivamente), uma sonata para violoncelo e piano (op.4, 1910) uma sonata para violoncelo (op. 8, 1915), e um duo para violino e violoncelo (op.7, 1914).

Todos estes trabalhos são de grande originalidade de forma e conteúdo, misturas de grande interesse da mestria ocidental da tradição da composição clássica, romântica, impressionista e modernista com o profundo conhecimento e respeito pelas tradições folclóricas húngaras,
eslovacas, búlgaras, albanesas e de outros países do leste europeu.

Devido à Primeira Guerra Mundial e às consequentes mudanças geopolíticas na região, e também devido a uma certa timidez pessoal, só em 1923, com a obra "Psalmus Hungaricus" estreado no concerto de celebração do 50º aniversário da união de Buda e Pest, Kodály atinge uma consagração definitiva e fama mundial.

Com a morte de Bartók (1945) continuou sozinho suas pesquisas e juntou outros títulos e nomeações. Tornou-se membro da Academia Húngara de Ciências (1945) e seu Presidente (1946-1949), Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford (1960), pela Universidade de Berlim-Leste (1964) e pela Universidade de Toronto (1966), membro honorário da Academia das Artes e das Ciências dos E.U.A. (1963), entre outros.

Outros destaques de brilho foram a ópera cômica Háry János (1926), o Te Deum (1936), uma das grandes obras no gênero, e a Sinfonia em dó maior (1961), uma das suas últimas obras importantes. Morreu em Budapeste, aos 84 anos. Tem seu nome associado ao Método Kodály, que revolucionou o sistema de aprendizagem musical, que tornou-se muito aplicado em escolas de música.
No entanto, não foi o autor isolado dos princípios diretores do método: a sua filosofia da educação serviu de inspiração aos seus discípulos que coletivamente compilaram e desenvolveram o método ao longo dos anos.

Na ópera, sua marca é pequena, tendo criado apenas uma: "Hary Janos", que é a história de um camponês sem muita cultura mas com grande imaginação, que gosta de contar histórias ou façanhas criadas por ele, despertando grande interesse nos aldeões. A narração é baseada naquilo que Hary gostaria que fosse, onde não tem nada a ver com a realidade. No prólogo alguém pergunta:"Que história será que Hary Janos vai contar hoje? Um estudante aponta para o retrato de Napoleão, o que Hary retruca: eu o fiz prisioneiro com as minhas próprias mãos, certa vez." E daí passa a relatar sua relação com Maria Luiza, a imperatriz austríaca e a sua corte napoleônica.









Permaneceu em Budapeste durante a Segunda Guerra Mundial, algo que os húngaros sempre viram como sinal de amor patriótico. Faleceu como herói nacional, respeitado na Hungria e internacionalmente.

Levic

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