Gloriana é uma ópera em três atos, de Benjamin Britten com um libreto inglês feito por William Plomer, baseado em Elizabeth e Essex, escrito por Lytton Strachey. A primeira apresentação foi realizada no Royal Opera House, Londres, em 1953, durante as celebrações da coroação da rainha Elizabeth II.
Gloriana foi o nome dado pelo poeta do século 16, Edmund Spenser, para seu personagem que representa a rainha Elizabeth I, em seu poema "The Faerie Queene". Tornou-se o nome popular dado a Elizabeth I. Há registros de que as tropas em Tilbury saudou-a com gritos de "Gloriana, Gloriana Gloriana", após a derrota da Armada Espanhola em 1588.
Gloriana foi a oitava ópera feita por de Benjamin Britten (embora no estilo esteja classificada no 1º período), e foi o seu primeiro fracasso real. Os críticos atualmente colocam-na como uma grande ópera, mas a desaprovação feita pela rainha Elizabet II , na época, fez esta obra ser reconhecida como escândalo na estreia e depois ficar na gaveta, até quase os dias de hoje.
Em 1952, Britten decidiu escrever uma "Ópera Nacional", baseado no livro de Lytton Strachey, Elizabeth e Essex, e a idéia foi recebida com aprovação real e a garantia de que, se o Covent Garden não pudesse pagar as despesas de comissão, o Tesouro Real o faria. Gloriana, composta para a comemoração da coroação da rainha Elizabeth II, foi apresentada pela primeira vez no Covent Garden durante a Semana da Coroação, de 1953, e baseia-se na relação entre Elizabeth I e Lorde Essex.
A condução do enredo da ópera parece ter irritado a jovem rainha, que não gostou da sua famosa antecessora ser representada em flertes amorosos. Há quem diga que teve outros motivos. Quaisquer que sejam as razões, a recepção geral para Gloriana não foi positiva para a rainha e o público manifestou desprezo, tédio e desdém, além da imprensa crítica ter ficado descontente com o trabalho. Britten sentiu-se desanimado e deprimido por sua falha e durante sua vida, esta ópera permaneceu esquecida, embora um revival em 1966 por Sadler's Wells, em comemoração ao aniversário de Britten 50 anos, tenha podido resgatá-la do seu esquecimento. Gloriana recebeu apresentações mais freqüentes e gravações nos últimos anos.
A ópera se passa na Inglaterra em torno de 1600.
Em um torneio real, o ambicioso conde de Essex provoca uma luta com Mountjoy e é ferido. A punição dada pela rainha Elizabeth aos dois é que, doravante, deverão comparecer no tribunal sempre juntos. Eles se tornam amigos.
Cecil ( secretário do Conselho) adverte a sua majestade sobre a indisciplina de Essex, e sobre a ameaça provável de uma Armada da Espanha. Trabalhando por obter apoio, Essex lisonjeia a rainha e pede-lhe para ser nomeado seu vice na Irlanda, para sufocar o rebelde Tyrone . Elizabeth, vê nele a esperança de uma nação e consciente de sua posição como monarca, mas também preocupada com a sua impetuosidade, concede-lhe o pedido.
O fracasso de Essex na Irlanda está ligado à esperança da rainha no futuro do país e daí a sua frustração tomar proporções maiores. Essex deseja vê-la e nesse encontro ela desabafa sua decepção e o acusa de não haver justificado a confiança que nele depositou. Essex assegura-lhe a sua devoção, mas a indignação da soberana se transforma em dor. Sua decisão, no entanto, é tomada quando Penélope faz um pedido a favor de Essex, afirmando que este merece o perdão não só pelos serviços prestados à rainha mas pela posição que ocupa. Enfurecida, e enciumada, Elizabeth manda que lhe tragam a ordem de prisão, para assiná-la na presença da mulher que acaba de lhe mostrar o perigo de Essex.
Gloriana e seu compositor foram duramente atacados injustamente. A corte e a imprensa inglesas consideram um insulto mostrar o lado mais humano, e nem tão real, da rainha antecessora. A ópera é muito bonita e bem feita e se vê o empenho do compositor em compor uma ópera nacional para uma grande ocasião.
Entrando no 2º período, a ópera de câmara, vamos falar de "The Rape of Lucretia".
"The Rape of Lucretia"(O Estupro de Lucrécia) é uma ópera em dois atos e o libreto de Ronald Duncan, com base na peça "Le Viol de Lucrèce" de André Obey, sendo que sua estreia se realizou em Glyndebourne em 1946. Depois, essa montagem saiu em turnê pela Inglaterra, com elenco duplo.
A história se passa em Roma e seus arredores, 500 anos a.C.
Num acampamento, os oficiais discutem o resultado da aposta que fizeram na noite anterior, quando voltassem as suas casas sem avisar, para surpreender suas mulheres. Só Lucrécia, mulher de Colatino, foi encontrada no lar, pois todas as outras estavam em situações comprometedoras.
Tarquinio, príncipe de Roma, proclama que Colatino ganhou a aposta e que Júnio está sendo corneado. Tarquinio e Júnio começam a brigar, mas são separados por Colatino. Júnio sai furioso da tenda e, terrivelmente enciumado da castidade de Lucrécia, jura vingar-se e, assim, sugere a Tarquinio que nem ele ousaria pôr em prova a castidade de Lucrécia.
Lucrécia está em seu lar, quando chega Tarquinio que vem lhe pedir a hospitalidade , a qual Lucrécia não pode recusar. À noite, Tarquinio invade o quarto de Lucrécia e confessa o seu desejo de amá-la. Lucrécia implora piedade e Tarquinio trata de dobrar a sua resistência. Lucrécia pega uma espada para defender-se, mas Tarquinio consegue subjugá-la, possuindo-a à força.
No dia seguinte, Lucrécia surge vestida de roxo, em sinal de luto, e manda chamar Colatino. Conta para o marido o ocorrido, evocando a dor e a vergonha para ambos. Colatino quer perdoá-la, mas ela acaba por se apunhalar, morrendo em seus braços.
No final da ópera o coro masculino canta que nem tudo está acabado, pois Jesus se encarregará de tudo.Assim, finaliza abrindo um caminho à ética cristã para extrair um moral dessa história pagã. Alguns críticos apelaram que esta entrada é bem uma apelação.
Levic
terça-feira, 12 de abril de 2011
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