"Les Plaisirs de L'Ile Enchantée" (Os Prazeres da Ilha Encantada) foi o nome dado a um festival para a comemoração do início das obras da construção de Versailles ( que se estenderam de 1664 a 1674), e cuja duração destas festividades abrangeu 7 dias (de 7 a 13 maio de 1664), realizadas em Versailles, a convite do Rei.
Versailles na perspectiva de um pintor, 1668
As obras foram um motivo, mas o festival foi realizado em honra de Ana de Áustria, mãe de Louis XIV e da rainha Maria Theresa, uma celebração cujo tema girou em torno da história de Ariosto sobre a feiticeira Alcina e seu romance com Roger e seus cavaleiros, presos no palácio. Ação, amor e magia que suscitava o tema levou a corte a sonhar. Entretanto, o festival foi dedicado, de fato, a Sra. de la Valliere, amante do rei.
As celebrações que Louis XIV fez durante o seu reinado foram de uma grandiosidade sem par, onde ele convidava a participar todos os tipos de homens famosos, aumentando a glória da nação. Foi nesse festival, conhecido como a Ilha Encantada, que Molière apresentou La Princesse d'Elide (A princesa de Elis), uma comédie-ballet em cinco atos, com parceria com Lully. Na verdade, a peça é mais classificada como uma comédia galante com música de batalha e entradas de ballet, entre os atos. Assim, esta obra de Lully e Molière foi representada, pela primeira vez, em Versailles, no dia 8 de maio de 1664 e foi dada ao público a partir do teatro do Palais Royal, em 9 de novembro de 1664, com a trupe de Molière patrocionada pelo Senhor (como era chamado o irmão do Rei).
"Les Plaisirs de L'Ile Enchantée"
Versalhes começou a nascer nos jardins projetados pelo paisagista André Le Nôtre. Para transformar o imenso pântano em bosques, cercas vivas, lagos e fontes, foi necessário o trabalho de 20 mil homens entre 1661 e 1664. Marca registrada do estilo de Le Nôtre, os jardins formais foram planejados com arbustos cuidadosamente aparados, compondo verdadeiros desenhos geométricos.
A festa de comemoração das obras foi batizada de "Les Plaisirs de L'Ile Enchantée" (Prazeres da Ilha Encantada), e esta festança durou uma semana, onde teve torneios, dos quais o rei participava, alem dos balés, concertos, banquetes e apresentação das comedies-ballets (a novidade da corte) com a apresentação da peça "La Princesse d´Elide", de Molière, escrita especialmente para a ocasião. Molière não teve tempo de escrever a peça toda em versos, e assim por apressá-lo, a metade do texto ficou mesmo em prosa.
O ponto alto foi o desfile do rei, montado em seu cavalo com arreios de ouro com brilhantes. O pajem vinha atrás (Duque St Aignan), carregando o escudo com oemblema do sol. Foi a primeira vez que Louis XIV comparou-se publicamente a Apolo, o deus do sol.
A festa marcou o começo da era Versailles da história da França. Tudo em Versalhes é muito grande, com seus grandes salões, refúgios reais no meio do bosque, como o Petit Trianon, (lugar preferido de Maria Antonieta, anos depois), e o Grand Trianon, para onde Louis XIV gostava de escapar com as suas amantes. São tantas esculturas valiosas, tantos afrescos belíssimos, tanta mobília dourada, tantos cristais maravilhosos, tantas tapeçarias riquíssimas, que ao sair do palácio é possível entender o exato motivo da Revolução Francesa, em 1779.
O projeto de Versailles abrangeu uma dimensão enorme de área, onde tudo foi planejado: a sede do governo, capelas e igrejas, zoológico, imensos jardins e bosques, labirinto, ornamentações aquáticas, e mais o Teatro Royal de Versailles. Este foi inaugurado com a ópera de Lully chamada "Persée", que ele escreveu em 1682, o ano em que Louis XIV se mudou para o palácio, e é aí também onde, bem mais tarde, em 16 de maio de 1770, realizou-se a celebração do casamento do delfim - o futuro Luís XVI com Marie-Antoinette.
O Royal Opera pode servir tanto como um teatro de ópera, como para peças de teatro, orquestra ou eventos, quando é possível acomodar um público de 712 lugares, ou como um 'salle des festins, quando o piso do nível da orquestra do auditório pode ser elevado ao nível do palco. Nessas ocasiões, o Royal Opéra pode acomodar 1200 pessoas.
A primeira das grandes festas em Versailles por Louis XIV é a que estabeleceu definitivamente o mito de Versailles como um lugar de celebração. Assim, Versalhes, ainda em construção, que se estenderam de 1664 a 1674, foi o palco de muitas festas regadas com bebidas finas e lautos jantares, preparadas por um "officiel de bouche" e supervisionadas por um "maître d´hotel", animadas por encenações de toda ordem, inclusive com brilhantes espetáculos aquáticos à luz de fogos de artifício, que visavam celebrar estes bons tempos em que o reino vivia com tanta prosperidade.
Além disso, o rei estimulava a presença do teatro na corte por meio da Comédie-Française, tanto o cômico (Molière) como o trágico (Racine e Corneille), fazendo com que alguns espaços no palácio se transformassem numa espécie de teatro de Dionísio, acolhendo apresentações dos maiores autores dramáticos daquele século. Deste modo, especialmente nos seus tempos áureos, entre 1670-1685, Versailles eclipsou durante um bom tempo a influência cultural de Paris, enquanto os teatrólogos procuravam expor, por detrás dos seus personagens, os principais embates políticos e culturais que corriam pelo reino.
A corte se tornou no árbitro da vida cultural francesa, onde uma boa acolhida de uma peça, da parte dos grandes, significava sucesso no restante do país. A encenação da tragédia tinha a função de expor os sofrimento das casas reais, as dilacerações que os príncipes e suas famílias padeciam frente a um designio cruel. Eles podiam estar cercados por festas e prazeres, mas nunca deveriam esquecer as perigosas armadilhas do destino.
Deste modo, durante reinado do grande Louis XIV, não houve arte ou ofício que não tenha prestado serviços à divulgação da presença de Louis XIV pela França inteira.
Afinal ele era o Rei-Sol. Deste modo, ele aliou sua inclinação pessoal pelo teatro e pela dança com a necessidade de afirmar sua soberania divina, fazendo do Estado Monárquico francês o primeiro Estado-espetáculo que se conheceu no Ocidente, tendo no rei o seu personagem central, como o único protagonista da sua própria glória. Distanciando-se do povo, colocou-se acima dos mortais como se dotado de uma força advinda da sua ligação com o poder sobrenatural.
Então, "Les Plaisirs de L'Ile Enchantée" foi uma festa de arromba. Nestas festanças, cada dia tinha uma programação especial, incluindo as peças teatrais com canto e músicas (as comédies-ballets), onde a apresentação da comédia de Molière "La Princesse d'Élide" ( A princesa de Elis) foi a primeira atração. Nos outros dias tiveram destaques "le Ballet du Palais d'Alcine, Les Fâcheux, le Mariage forcé" (que são de Lully).
Carlo Vigarani ficou encarregado da decoração, Benserade e Périgny foram os responsáveis pelas canções, as músicas ficaram a cargo de Lully, a comédia ficou sob a incumbência de Molière e o Duque St Aignan ( primeiro cavalheiro de quarto do rei e excelente bailarino) selecionou o tema principal, inspirado em Ariosto.
Foi neste lugar maravilhoso, onde toda a corte se hospedou por 15 dias, sendo que o rei convidou mais de 600 pessoas, além de um número infinito de pessoas necessárias para dança e comédia, e artesãos de todos os tipos de Paris, que isso parecia um pequeno exército, que foi apresentada toda a composição de "Les Plaisirs de L'Ile Enchantée".
A idéia de organizar festas para vários dias, exigiu que estas fossem baseadas em um tema que servisse como uma diretriz e assim escolheram as cenas da "l'île d'Alcine" (ilha de Alcina), no Palácio de Alcina, as quais foram retiradas de Orlando Furioso de Ariosto. O texto de Ludovico Ariosto (1532), fala de uma festa com este título de "Prazeres da Ilha Encantada" e é daí que toda a festa de Versailles foi baseada, com destaque para o capítulo 06, "Roger dans l’île d’Alcine".
Roger chegando à Ilha de Alcina
O grande organizador da festa foi o duque de Saint-Aignan, primeiro cavalheiro da câmara (de quarto), e em segundo lugar, para a realização da festa em si, foi chamado o maquinista de palco e decorador Vigarani. Eles organizaram tudo num curto espaço de tempo, o necessário para a realização das festividades: casas de madeira e lona pintada com as armas do rei, um espaço de atuação para o palco e um outro destinado à corte, um prodigioso número de velas de cera branca, quando as celebrações, assim, puderam começar.
O tema das festividades baseada no livro de Ariosto (1474-1533) Orlando, o Furioso (também chamado de Rolando) dá ensejo a uma variedade enorme de personagens, onde se destacam três histórias nucleares à volta das quais as outras se formam: o amor de Orlando por Angelica, que é a de maior importância; a guerra entre cristãos (liderados por Carlos Magno) e mouros (liderados por Agramante) perto de Paris, que constitui o cenário épico para toda a narrativa; e o amor entre Roger e Bradamante, uma mulher guerreira cristã.
O lendário personagem principal, Orlando, era tido como neto de Carlos Magno. Ele enlouqueceu ( furioso ), porque o seu amor pela bela Angélica não lhe foi correspondido. Eventualmente, ele recupera sua inteligência e se junta às fileiras do Exército. Outros temas são a guerra entre cristãos e sarracenos, e a história secundária do amor de Roger, um dos campeões da pagã Agramante, com Bradamante, uma mulher guerreira cristã. O casamento deles está marcado, mas Roger cai sob o feitiço de Alcina na sua ilha mágica. Ela é a irmã de Morgan Le Fay das lendas do rei Artur.
Um dos contos mais interessantes é o do castelo mágico do mago Atlante, onde cavaleiros vagueiam por meio de suas passagens, atraídos por seus desejos insatisfeitos. Orlando Furioso apresenta uma rica variedade de personagens, um romance misto de épico e poesia lírica, que faz ironias com as antiquadas maneiras dos contos de cavalaria, mas não no espírito de Don Quixote, que apareceu muito mais tarde (1605-1615).
A história de Orlando Furioso de Ariosto, foi encenada em volta do parque de Versalhes, que tinha sido organizado e decorado para a ocasião, onde foi incluido a montagem do Palácio da Alcina. O rei atuou como Roger, o Sr. Duque foi Roland, em seguida, vieram os cavaleiros: o dinamarquês Oger , Renaud de Montauban e outros, cujos nomes eram familiares aos leitores de Orlando Furioso.
Todos estes cavaleiros estavam montados em cavalos ricamente cobertos de alegorias e plumas de penas de avestruz, seguido por seu escudeiro com suas lanças. A suntuosidade de suas roupas e suas jóias eram as mais ricas, com sedas coloridas, brocados, brilhantes com diamantes e pedras preciosas, couraças e capacetes de prata e ouro, plumas de penas, tudo tinha sido feito para a realidade dos persogens da história.
Como chefe da procissão, montado num cavalo, estava Louis XIV, seguido imediatamente dos altos dignitários da Corte.
Um arauto abriu o desfile com os cavalheiros do Tribunal (Corte), a cavalo, ricamente vestidos, seguidos por pagens e músicos (trompetes e tímpanos). Cada um deles era um personagem na obra de Ariosto. Roger foi interpretado por Louis XIV, o Duque de Saint-Aignan, o Sauvage Guidon, o Duque de Noailles, Oger o Dinamarquês, o duque de Guise, Aquilant o Negro, o duque de Foix, Renaud.
Mademoiselle de Brie, Catherine Leclerc du Rosé, que fazia parte da trupe de Molière, representou o século Bronze, quando começou a recitar os versos de um pequeno pedaço em louvor a Apolo e esta peça foi incluida para servir como uma introdução para o carrossel e a corrida. Esta peça curta mostrava os quatro séculos de Apollo. A corrida começou logo após o anel, e durou até o anoitecer. O rei e os nobres todos participaram. Os vencedores receberam ricos presentes.
A história de Orlando Furioso, começa com a França invadida pelos sarracenos (muçulmanos) que estão prestes a sitiar Paris. É uma história totalmente ficcional, de Orlando, o famoso campeão da batalha do cristianismo, neto de Carlos Magno, que se apaixona pela linda princesa de Cathay, Angelica. Rinaldo imediatamente se apaixona por ela também e Carlos Magno a coloca sob os cuidados de Nenno, Duque da Baviera, para que ela possa ser dada como esposa a qualquer dos dois campeões que executar a maioria das lutas bravamente, na batalha que parece iminente. A batalha acaba por ser uma derrota surpreendente, e Angelica escapa de ambos, fugindo a cavalo.
Angelica parece estar sempre escapando de um ou de outro apaixonado, candidato a amante. Depois de várias tentativas, Angelica escapa sob a asa de uma espécie de ave, que acaba por ser um mago do mal. Ele a transporta para a costa da Irlanda, e enquanto ela está inconsciente tenta estuprá-la. O mágico envelhecido, no entanto, não pode obter o seu intuito, e finalmente abandona-a.
Ela é capturada pelos nativos que se viram ofendidos pelo deus do mar, Proteus, e tem que sacrificar uma linda donzela periodicamente para um monstro marinho chamado de "orc". Angelica é acorrentada à rocha, tendo como vigia um dragão (outra versão da história de Perseu).
Enquanto isso, Bradamante e Ruggerio (Roger) se encontraram e ficam apaixonados um pelo outro, mas aparece diante deles uma figura no céu montando um hipogrifo, que é uma espécie de leão, cavalo, águia, e fica atordoando Roger, e o outro cavaleiro, com os raios de seu escudo a brilhar.
Aparece o mago, o Atlante, que tinha cuidado de Roger desde a infância, e quer protegê-lo do perigo de sua conversão ao cristianismo. Ele carrega Roger e o outro cavaleiro volta ao seu castelo, enquanto Bradamante tenta chocar-se com seu escudo. Ela finge estar inconsciente, para ganhar forças e prender Roger, mas ele escapa, sobe no hipógrifo, e voa para longe, deixando Bradamante desesperada. Antes de tocar na terra novamente, o hipógrifo voa ao redor do mundo, aterrando na Inglaterra, onde Roger o amarra a uma árvore de murta.
Alcina, uma feiticeira má, mantem Roger como amante até que ela se canse dele, e depois irá transformá-lo em uma árvore, assim como o fez com seus amantes anteriores. Apesar de advertido, Roger é seduzido por Alcina em uma vida de luxo e de lassidão, até ser resgatado pela padroeira de Bradamante, a feiticeira boa, Melissa.
Alcina em sua verdadeira forma era muito feia e velha, mas ela aparece para os outros, através de seus encantos, sendo uma linda mulher sedutora.
Enquanto isso, os mouros fazem um cerco a Paris com incursões sangrentas pela cidade, e Angélica, depois de uma multidão de escapes, finalmente, se apaixona por um jovem sarraceno, e vão para a floresta, cravando seus nomes nas árvores.
Roger e Bradamante novamente caem nas mãos do mago, Atlantes, mas são resgatados com Orlando e muitos outros por Astolfo, que monta o hipogrifo e voa em aventuras ainda mais corajosas.
Orlando encontra os nomes esculpidos nas árvores, e percebendo que ele perdeu Angelica, cai em um rompante insano, querendo destruir ou matar tudo em seu caminho. Astolfo acaba no misterioso reino da Etiópia cristã, no coração da África, e rende-se ao imperador, libertando-o da harpias que o atacam na hora das refeições e sujam sua comida. Astolfo faz uma viagem à lua em carruagem do Elija.
Este é o lugar onde todas as coisas perdidas na terra se encontram, e assim ele encontra o juízo de Orlando e o traz de volta para ele. Antes de retornar, recolhe um grande exército da Etiópia. O juízo de Orlando é restaurado, os sarracenos são levados para longe da Europa, e Bradamante e Roger, depois de um longo desencontro, estão finalmente casados. Como o casamento se aproxima da mulher guerreira, faz nascer nela uma nova mulher incrivelmente recatada e dessa união nasce Este.
Estas são apenas algumas das muitas linhas do enredo da história, e mesmo estas foram drasticamente simplificadas, que foram atuadas durante o dia das festividades.
Ao anoitecer, 34 concertos foram tocados e o ballet de " les Quatre Saisons" com a participação dos Doze Signos do Zodíaco que se apresentaram com uma nova coreografia. Primavera (mademoiselle du Parc), Verão (le sieur Du Parc), Autumn (le sieur de la Thorillière), Winter (le sieur Béjart) entraram uma por uma, acompanhadas por uma série de 48 funcionários. Os doze primeiros foram os atributos da Primavera, e assim igualmente para as outras estações. Depois entraram Pan e atrás dele a Diana. Outras figuras simbólicas, em seguida, trouxeram os outros pratos e As Quatro Estações introduziram a refeição com uma nova peça pequena em verso, acompanhada por 36 violinos.
Nem é preciso dizer que todas as músicas foram escritas por Lully para os dias de festividades, que deviam muito a contribuir para a sua aprovação e foram.
Quando o segundo dia veio, Sua Majestade foi para mais uma rodada, e na mesma linha, ele e seu séquito continuaram avançando em direção ao lago, onde fingia ser o palácio de Alcina. O objetivo deste segundo dia foi para que Roger e seus Cavaleiros contassem as suas maravilhas e todo o resto das suas aventuras e de seu amor por Bradamante.
Ainda no mesmo projeto para entretenimento, após a cena da Ilha Flutuante, que aparece a gigantesca Baleia, deram o prazer a Sua Majestade da representação de uma comédie-ballet no palco, apresentando a peça de Lully e Molière, "La Princesse d´Elide. Assim que o palco foi aberto, um grande concerto com vários instrumentos foi ouvido, e Aurora, representada por Mlle Hilaire, abriu o palco e cantou esta história.
Assim começa o interlúdio primeiro, antes da comédia A Princesa de Elis, peça em cinco atos. A comédia foi intercalada com a música e os atos de ballets - seis interlúdios ao todo, colocados no início e no final cada ato. A música e interlúdios de dança têm uma relação estreita com o enredo da peça. Máquinas são usadas, para fazer uso nos cenários.
A princesa de Elis é uma bela e jovem insolente, mais atraída para os prazeres da caça do que para o prazer com os amantes, e assim mostra que não tem a mínima pressa, quando seu pai lhe propõe para escolher uma marido, entre seus muitos pretendentes. Um deles, Euryale, fica meditando sobre quais os meios que irão chegar ao coração de insensível da princesa.
Esta peça, mais tarde, foi apresentada em Paris, em torno de 25 apresentações, com uma despesa fabulosa, a qual se encontra registrada nos arquivos. Entretanto, Molière não a terminou completamente, permanecendo como foi apresentada em Versailles.
Um fato significativo da vida de Molière quanto a sua contribuição para os festivos dos Prazeres da Ilha Encantada, em Versailles de 1664, é que ele audaciosamente apresentou uma versão em três atos de sua grande sátira contra a hipocrisia religiosa Tartuffe (Tartufo). E mesmo o rei Louis foi obrigado a reconhecer que ele havia ultrapassado as medidas. O rei proibiu-o de apresentar a peça em público, e cinco anos se passaram até que o público da cidade pudesse ver a peça no palco em sua forma reelaborada e final.
Tartuffe
Resumindo: o primeiro dia foi dedicado à encenação de partes de Orlando Furioso de Ariosto, além de ballets, concertos, e o Ballet das Quatro Estações. Já no segundo dia, o melhor foi a representação de La Princesse d'Elide, Comédie Galante e d'Entrées de Ballet, desempenhada pela trupe de Monsieur, irmão do Rei.
O terceiro dia foi dedicado, entre outras atividades, ao Le Ballet du Palais d'Alcine, com surpreendentes figuras como ninfas, gigantes e anões (interpretados por crianças), monstros demônios que são chamados por Alcina, enquanto a feiticeira boa, Melissa, dá o anel que deu a liberdade a Roger.
O ballet terminou com uma impressionante queima de fogos que queimaram o palácio de Alcina, marcando tanto a derrota da bruxa como a vitória dos cavaleiros que ela mantinha na prisão. A altura e o número dos foguetes, fizeram um show tão grande e bonito, que nada poderia ser melhor para completar todo o encantamento da festa.
Os outros dias restantes foram dedicados a torneios, a encenação de Les Fecheaux e "Mariage forcé"(comedies-ballets), visita ao zoológico, loterias e jogos, representação de Tartufo de Molière.
Sob o verniz e aparência da opulência destas maravilhosas festas, havia muita miséria do povo.
La Princesse d'Élide
Les Plaisirs de L'Ile Enchantée
Levic
Incrível!
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