quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

65- Ópera - As famosas óperas de Puccini 1


É considerado, depois de Verdi, o maior compositor italiano de óperas, prestigiado em vários países. Puccini pode ainda ser considerado o pai do teatro musical moderno – que se desenvolveria posteriormente com artistas como Vincent Youmans, Victor Herbert e Cole Porter.
Giacomo Puccini (1858 - 1924) foi um compositor italiano de óperas. São suas óperas: Le Villi (1884)
Edgar (1889),
Manon Lescaut (1893), La Bohème (1896), Tosca (1900), Madama Butterfly (1904), La Fanciulla del West (1910), La rondine (1917), Il trittico (óperas curtas em ato único, 1918, Il tabarro, Suor Angelica, Gianni Schicchi ), Turandot (póstuma, 1926,tendo composto a ária * nessun dorma* ). Nasceu em Lucca, uma das regiões da Toscana, e pertecia a uma família de músicos que por várias gerações, foram organistas da igreja de São Martinho em Lucca,tendo passado o cargo de pai para filho, desde o século XVIII.

Giacomo estudou órgão com o pai, até à morte deste, em 1864, quando ainda não havia completado seis anos de idade. Para seguir a tradição secular da cidade de Lucca, o governo municipal decretou que Giacomo herdaria o cargo do pai, desempenhado por diversos professores, que repartiam com a viúva os modestos vencimentos anuais.

Começou a cantar no coro da igreja, aos dez anos de idade, parecendo destinado a seguir a tradição da família a ser um músico de igreja, até que um dia, em 1876, já aos 18 anos, ouviu a Aida de Verdi, despertando nele uma tal paixão, que percebeu em si mesmo uma inclinação imperiosa para composição de óperas.

Conseguiu então uma bolsa de estudos da rainha Margherita e assim entrou para o Conservatório de Milão, onde foi aluno de Amilcare Ponchielli.

Graduou-se em 1883 com o "Capriccio Sinfonico", peça que parecia anunciar um compositor de sinfonias, tamanho o brilho de sua orquestração.

Surgiu, então, a sua primeira ópera, Le Villi, composta em 1883, para participar de um concurso. Não ganhou o primeiro prêmio, mas chamou a atenção de Giulio Ricordi, dono da Editora Musical Ricordi, que lhe encomendou uma segunda ópera, a qual lhe deu o nome de Edgar, e que foi friamente recebida, quando estreou no Teatro Scala de Milão, em 1889. Essas duas primeiras óperas de Puccini, são as únicas que são raramente encenadas, hoje em dia.

Le Villi - Maria Jose Siri (Aria) Se come voi Piccina


A seguir, da ópera "Edgard",o dueto de "Tigrana et Edgar",ato 2, apresentada no Teatro Regio de Torino-Italia. em 2008,sob regência de Yoram David e nas vozes de José Cura e
Julia Gertseva.


Manon Lescaut foi a sua terceira ópera, que estreou no Teatro Regio de Turim, em 1893, sendo um sucesso enorme, apesar da ousadia de Puccini, que utilizou uma história sobre a qual o compositor francês, Jules Massenet já havia composto uma ópera poucos anos antes, tornado um sucesso internacional. O editor Giulio Ricordi tentou demovê-lo da idéia, obviamente arriscada, do ponto de vista financeiro, mas Puccini com teimosia retrucou:"Massenet trata a Manon como um francês, com minuetes e pó-de-arroz! Eu vou tratá-la como um italiano, com paixão desesperada. Por que não duas óperas? Uma mulher como Manon pode ter mais de um amante."

Placido Domingo e Renata Scotto, no último ato, numa cena dolorosa que se passa numa planície na fronteira de Nova-Orleans, um cenário de grande desolação. Perseguidos pelas intrigas e pelos ciúmes, MANON e DES GRIEUX deixaram a cidade. Agora lamentam a desgraça que se abateu sobre eles, e MANON, pressentindo a proximidade da morte, pede a DES GRIEUX que a deixe morrer sozinha. Desesperado, DES GRIEUX parte em busca de auxílio, e só, como pedira, MANON exprime a sua desolação. O cavaleiro regressa, mas encontra-a agonizante.


O compositor provou ter acertado, embora tenha gente que prefira a Manon de Massenet, que é mais romântica e sentimental, em comparação a de Puccini, mais quente e sensual. Massenet chegou a mover uma ação na justiça contra Puccini, mas no final ficou decidido que a ópera de Massenet se chamaria simplesmente Manon, enquanto que a de Puccini seria Manon Lescaut, para evitar confusão entre as duas.

A mesma cena anterior com outros artistas: Manon Lescaut -o final, com Natalie Dessay - Manon Lescaut, Rolando Villazon - Le Chevalier Des Grieux.


Ainda de Manon Lescaut alguns trechos lindos para quem quiser ver.
http://www.youtube.com/watch?v=-N2uRFa8dKo
http://www.youtube.com/watch?v=SlXAl0KLAMc
http://www.youtube.com/watch?v=8vWmGMH-HAE

A quarta ópera de Puccini, La Bohème, estreou também no Teatro Regio de Turim, em 1896, sob a regência de Arturo Toscanini, que se tornaria amigo de Puccini pelo resto da vida. Artistas, mulheres bonitas, paixões, ciúmes, humor e dor. La Bohème é um retrato de uma humanidade intensa, feita de romantismo e boemia numa Paris quase mítica.
Uma Paris apenas lida nos livros e, até então, nunca visitada pelo compositor, e uma discussão de café que desencadeou uma polêmica: eis a origem de La Bohème, a ópera que pouco depois da sua estréia, no Teatro Regio de Turim, em 1O de fevereiro de 1896, sob a direção de Arturo Toscanini, se converteu numa das favoritas do público.


Roberto Alagna canta maravilhosamente no papel de Rodolfo num dueto com Leontina Vaduva como Mimi, o dueto "Che gelida manina", sob a regência de James Conlon, e tendo como diretor de cena Jonathan Miller,no ano de 1995,no teatro Opera Bastille, Paris.


A mesma cena com Pavarotti e Ileana Cotrubas com o Maestro Carlos Kleiber, no Teatro alla Scala, 1979.
http://www.youtube.com/watch?v=Z2R_KS9J9mU

Rolando Villazon " Che gelida manina" de La boheme.


Anna Netrebko como Mimie e Rolando Villazon como Rudolfo num filme de 2008.


Jose Carreras e Tereza Stratas cantam "O SOAVE FANCIULLA" do 1ºato , de "LA BOHEME", apresentada no Metropolitan Opera House, em 1982, sob a regência de James Levine.


Jane Powell canta "Quando men vo", ária de Musetta, da ópera La Boheme, no filme "ROMANCE CARIOCA" (Nancy goes to Rio).


Em fevereiro de 2003, no Teatro alla Scala, "Quando me n vo (Musetta's walts)", com
Mimi: Cristina Gallardo -Domas, Rodolfo: Marcelo Alvarez, Musetta: Hei-Kyung Hong,Marcello: Roberto Servile, Schaunard: Natale de Carolis, Colline: Giovanni Battista Parodi,Alcindoro: Angelo Romero,e com o maestro Bruno Bartoletti, e diretor de cena Franco Zeffirelli.
http://www.youtube.com/watch?v=YtxjBNCuqrU



Levic

3 comentários:

  1. Olá estou aqui pra saber o nome de uma ária da qual gosto muito, mas não faço idéia do nome. Tenho somente uma dica: o comediante Tom Cavalcante costumava interpretá-la no Sai de Baixo e no Especial do Roberto Carlos de 94 ele a imita dentre outros nomes...(Tem vídeo no You Tube). A Ária parece não ter letra e fica só no 'bapapa, papapapa papapa...' não é Papageno.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Identificado como Concerto pour une voix (1969). Entretanto, não é trecho de ópera, mas uma composição do grande músico francês Saint-Preux, nascido em 1950.
      Confere em https://www.youtube.com/watch?v=XlErAmq_TYw

      Excluir
  2. Obrigado, pelo blog e pela paixão a música...

    ResponderExcluir