


Naquela altura Honegger vivia em Le Havre, que fica a perto de 200Km de Paris, e deslocava-se à capital de comboio. Daí talvez tenha nascido o seu fascínio por locomotivas, que serviu de inspiração para uma das suas mais conhecidas e bem sucedidas obras, Pacific 231 (2 pequenas rodas laterais à frente, 3 grandes rodas centrais e 1 roda atrás), composta em 1923 e estreada no dia 8 de Maio de 1924 pelo maestro Serge Koussevitzky (1874-1951).

Inspirados nos mistérios católicos medievais, este seu trabalho é motivo de uma reflexão musico-dramática, em que a heroina nacional francesa se envolveu numa série de episódios da sua vida, desde a sua infância campesina até ao momentos sociais e políticos culminando na sua morte.
Arthur Honegger:Pacific 231 , sob regência de Marc Andreae.


Jeanne d'Arc au bûcher


Darius Milhaud (Marselha, 4 de setembro de 1892 – Genebra, 22 de junho de 1974) foi um compositor e professor francês, um dos mais prolíficos do século XX, tendo sua obra muito conhecida por conciliar o uso da politonalidade (múltiplas tonalidades ao mesmo tempo) e do jazz.


Diga-se de passagem que esta época marcou muito sua vida, refletindo-se em obras como a suíte de dança "Saudades do Brazil" ou a famosa peça "Scaramouche".
Corcovado da suite Saudades do Brasil:
Em 1922, numa viagem aos Estados Unidos ouviu o jazz "autêntico" nas ruas do bairro de Harlem em Nova Iorque. Ficou tão influenciado que passou a compor com arranjos de jazz as suas composições "La Création du monde" ("A Criação do mundo"), que é um balé em seis cenas contínuas, com movimentos naquele estilo.

Mudou-se para os Estados Unidos em 1940, por motivos da guerra e durante a mesma lecionou no Mills College de Oakland, Califórnia.
Entre 1947 e 1971 alternou períodos de docência em Mills e no Conservatório de Paris até que, devido a sua saúde já debilitada que o mantinha preso a uma cadeira de rodas, acabou se aposentando.
Morreu em Genebra, Suíça, aos 81 anos de idade.

Milhaud compôs muitas obras, sendo só de ópera chega ao número 443 obras. Também é importante ressaltar que Milhaud costumava fazer várias versões da mesma peça, como Scaramouche, que pode ser para saxofone e orquestra, saxofone e piano, dois pianos, clarinete e orquestra.
Suas óperas mais conhecidas são: - Les Malheurs d'Orphée (1926), -Christophe Colomb (1928), -Maximilien (1930), -Médée, com texto de Madeleine Milhaud, sua prima e esposa (1938), -Bolivar (1943), --Le Pauvre Matelot( O Marinheiro Pobre), -L'Enlèvement d'Europe(O Rapto da Europa), L'Abandon d'Ariane(O Abandono de Ariadne),-Les Choéphores.

No vídeo abaixo Darius Milhaud que fez várias cenas com Paul Claudel , inclui uma passagem de Electra na morte de seu pai, o rei Agamennom, com a mezzo-soprano Hélène Bouvier como Electra. A ópera é Les Choéphores.
Darius Milhaud: L'Enlévement d'Europe, Op.94 (1927)
No site abaixo, tem vários vídeos de Darius Milhaud. Muito bons.
http://www.nme.com/artists/darius-milhaud
La Déliverance de Thésée (1928) Opéra-Minute em seis cenas, com o barítono Bogdan Makal.
L'Abandon d'Ariane (1928) Opéra-Minute em cinco cenas, com o barítono Bogdan Macal.
Le Bœuf sur le toit - Darius Milhaud (1892-1974) - Part II
"Le Boeuf sur Le Toit, Op.58" 'A surrealistic cabaret...'
Prelude para órgão,Op 231b No 1 (1942)
"Sob uma calma aparente, numa fisionomia quase imóvel, uma grande agitação interior, uma paixão contida, uma vida intensa" - assim se refere Paul Landormy em recente estudo sobre o compositor, sua vida e sua obra.
Levic
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