quinta-feira, 24 de junho de 2010

31.4- Verdi, o maior 14- A Força do Destino, Don Carlos






As óperas deste post: A Força do Destino e Don Carlos

24- A Força do Destino
A Força do Destino
24ª ópera (49 anos)
Libreto:
Piave de Saavedra e Schiller
Estreia:
São Petersburgo, Teatro Imperial, 10 Novembro 1862





Das 28 óperas escritas por Verdi apenas 6 foram estreadas fora da Itália. Dessas 6, 3 subiram pela 1ª vez a cena em Paris, na Opéra. As estreias das outras 3 tiveram lugar em Londres, no Cairo e em São Petersburgo.É esta última, estreada na capital do império do Czar Alexandre, que vamos apresentar aqui esta noite. Trata-se da "Força do Destino" escrita por Verdi em 1861 entre "Um Baile de Máscaras" e "Dom Carlos".

Quando recebeu o convite para escrever uma ópera para São Petersburgo, Verdi começou por propor como tema "Ruy Blas" de Victor Hugo, que não agradou à censura de Alexandre II que o considerou pouco respeitoso para com a monarquia. O compositor virou-se então, de novo, para a literatura espanhola, que já lhe fornecera algumas lendárias absurdidades como "O Trovador", e foi buscar um melodrama de 1835 de Angelo Perez de Saavedra que obtivera algum sucesso quando da estreia em Teatro.

A qualidade do enredo era igualmente medíocre, mas estava, talvez por isso mesmo, recheada de situações dramáticas, o que agradou ao compositor. Aliás, em 1861, Verdi já era um homem com grande experiência do ofício, e sabia que nem sempre as melhores peças de teatro davam uma boa ópera, já que, em princípio, as grandes obras teatrais se bastam a si próprias, e que o elemento "música" se revela frequentemente como um elemento redutor. Saavedra iria funcionar. Piave escreveu o libreto, e, entre junho e novembro, Verdi escreveu a música.

 A estreia teve lugar um ano mais tarde, no dia 10 de novembro, no Teatro Imperial de São Petersburgo.

A Abertura da ópera A Força do Destino de Verdi possui uma orquestração envolvente, cheia, repleta de um espírito de força.




SINOPSE:


Local: Espanha e Itália
Épóca: por volta de 1750


1.º Ato
A ação desenrola-se na Espanha e na Itália durante o século XVIII, e a ópera inicia-se num castelo perto de Sevilha onde o Marquês de Calatrava vem visitar a sua filha Leonora, Condessa de Vargas. O que o velho Marquês ignora é que ela se prepara para fugir precisamente essa noite com Don Alvaro, um peruviano desprezado pela fidalguia.

Quando ele sai, Leonora confessa à sua aia, Curra, os remorsos que sente por romper com a família. Aparece Don Alvaro a quem a jovem propõe adiar a fuga para a noite seguinte para poder voltar a ver o pai uma última vez. Mas Don Alvaro pensa que esta atitude não é mais do que uma desculpa, acreditando que Leonora já não o ama. Ela diz que isso não é verdade, que está disposta a segui-lo até ao fim do mundo.

Alertado pelo barulho das vozes, o Marquês regressa e surpreende os dois apaixonados. Acusa então Don Alvaro de ter seduzido a filha, ao mesmo tempo que o insulta chamando-o mestiço. Don Alvaro defende-se, afirma que as suas intenções são as mais puras, e, em sinal de submissão, entrega as armas. Só que, infortunadamente, uma das pistolas, ao cair no chão, dispara e atinge mortalmente o Marquês.

Antes de morrer, o velho Calatrava tem ainda fôlego para lançar uma maldição sobre a filha. Assim termina o 1º ato.





2.º Ato
O 2º ato inicia-se numa estalagem onde Leonora, disfarçada de homem, está na companhia de Trabuco, um negociante de mulas. A jovem reconhece entre os visitantes o seu irmão, Don Carlos de Vargas, que ali se encontra também sob um disfarce de estudante.

Leonora aproveitara a confusão gerada pela morte do pai para fugir, não com Don Alvaro, que nunca mais vira, mas para procurar um convento onde pretende terminar os seus dias. Por seu lado Don Carlos assumiu como missão procurar o assassino e vingar a morte do Marquês.


Leonora esconde-se para não ser reconhecida, e Don Carlos e os seus companheiros escutam as propostas de Preziosilla, um oficial da Boêmia que se dedica ao negócio de recrutar jovens para o exército. Depois de narrar a guerra, que acaba de eclodir na Itália com as cores mais apetecíveis, lê as mãos de Don Carlos nelas descobrindo que ele não é um estudante, e que o seu Destino não é dos mais invejáveis.

Passa então um grupo de peregrinos aos quais todos os presentes se juntam nas orações. Todos menos Don Carlos que nada faz para desviar a atenção do seu único objetivo: a vingança. Perturbado pela presença de Leonora, que acaba de avistar sem a reconhecer, Don Carlos interroga a Trabuco acerca dela. Mas Trabuco responde apenas com evasivas, iniciando por sua vez a sua própria investigação.

É assim que fica sabendo dos planos do falso estudante, transmitindo-os a Leonora, que, pelo que o seu companheiro lhe revela, compreende que Alvaro ainda vive, e que a abandonou à sua sorte.

No quadro seguinte vemos Leonora chegar à porta do convento ao alvorecer. Vem cansada da caminhada, e faz uma breve oração à Virgem antes de bater. Ao postigo aparece Frei Melitone que, achando imprópria a hora, a manda voltar mais tarde.

Acaba, no entanto, por ceder, e leva Leonora até ao Superior do Covento. Este assusta-se ao compreender tratar-se não apenas duma mulher mas de Leonora de Vargas, mas a jovem implora-lhe que a veja apenas como uma penitente cujo único desejo é o de viver enclausurada numa cela isolada, contígua ao mosteiro. Então o Superior do Convento convoca toda a congregação fazendo jurar a todos nunca se aproximarem do eremitério de Leonora. Em caso extremo, a reclusa poderá fazer soar um sino para alertar o Superior.

O ato termina com uma oração dominada pela voz de Leonora.





3.º Ato
No 3º ato vamos encontrar Don Alvaro que, sob um nome falso, se tornou capitão dos exércitos espanhóis que combatem na Itália.

No acampamento de Velletri, caminhando dum lado para o outro entre as tendas, Don Alvaro lamenta o seu miserável destino: o seu pai, um espanhol, casou com uma princesa inca, e tentou fundar um estado independente no Peru, e ele nasceu na prisão pouco tempo antes da execução dos pais. Agora a desgraça persegue-o no seu malogrado amor por Leonora, que julga morta.

É tirado das suas reflexões com um grito, e precipita-se para salvar a vida de um oficial envolvido numa rixa. Esse oficial não podia ser outro se não Don Carlos de Vargas, aquele que o jurou de morte. Os dois homens nunca se tinham visto, e juram amizade eterna. A confusão do combate põe termo a esta cena comovente, e ambos correm para a frente de batalha.

No quadro seguinte vemos Don Alvaro ser transportado gravemente ferido para a tenda de Don Carlos, que o felicita pela sua bravura e lhe promete a Ordem de Calatrava. Ao ouvir pronunciar aquele nome, Don Alvaro estremece. Presa dum terrível pressentimento, entrega ao amigo a chave dum pequeno cofre, fazendo-o jurar que o destruirá se alguma coisa lhe acontecer. Don Carlos jura.

Os enfermeiros levam Don Alvaro, e Don Carlos fica só. Examina com curiosidade o cofre que lhe foi confiado, e, sentindo uma estranha premonição, decide abri-lo. A sua intuição não o enganara: dentro do cofre está um retrato de Leonora. O seu companheiro de armas é mesmo o inca maldito que procura há tanto tempo. Se sobreviver aos ferimentos, morrerá à suas mãos. O médico está otimista, e Don Carlos dá largas à alegria.

Passados dois meses, numa praça de Velletri, junta-se uma multidão: soldados espanhóis, soldados italianos, monges e gente do povo. É aí que Don Alvaro encontra Don Carlos que lhe pergunta se já se sente com forças para se bater em duelo. "Com quem?" - pergunta Don Alvaro. Quando Don Carlos lhe revela a sua verdadeira identidade, e o informa que Leonor ainda vive, Don Alvaro começa por recusar desembainhar a espada.

Apenas alguns insultos o fazem tomar essa decisão. Mas os dois adversários são separados por outros combatentes, e Don Alvaro compreende que não lhe resta outro destino que não seja o convento. O ato termina com algumas cenas pitorescas onde intervêm Frei Melitone, Preziosilla e Trabuco.





4.º Ato
O último ato passa-se 5 anos mais tarde, e inicia-se nos claustros do mosteiro onde se juntou uma multidão de mendigos que esperam as esmolas. É Frei Melitone quem está encarregue de as distribuir. Fá-lo como quem faz um frete, e os mendigos lamentam a ausência do bom Frei Rafael, que tão bem os tratava. Frei Melitone enfurece-se, o que lhe vale uma reprimenda do Superior do Convento.

Ouve-se o sino. Aparece Don Carlos que pergunta por Frei Rafael. Com a resmunguice da praxe, Frei Melitone vai chamá-lo. Frei Rafael não é outro se não Don Alvaro, e Don Carlos rejubila. O mestiço escondeu-se em vão! Mas Don Alvaro recusa a espada que o outro lhe estende, pede clemência, e Don Carlos esbofeteia-o dizendo que "os sangues misturados só geram covardes".Então Don Alvaro vê-se obrigado a aceitar o desafio, e os dois saem para se confrontar fora do convento.

Á porta da sua ermida, Leonora reza pela paz. Um barulho confuso fá-la regressar precipitadamente ao seu refúgio. Esse barulho é o do duelo. Don Carlos cai ferido mortalmente, e reclama a presença dum padre. Enquanto Don Alvaro se desespera por ter voltado a matar contra sua vontade, Leonora toca o sino para chamar a presença do Superior do Convento.

É então que reconhece Don Alvaro, que, em breves palavras, a põe ao corrente do que se passou. Leonora corre para junto do ferido e, horrorizada, reconhece o irmão, que, num último esforço, a apunhala. Desesperado, Don Alvaro acusa os Céus por lhe trazerem tanta desgraça, o Superior do Convento tenta acalmá-lo, e a ópera termina com Leonora, moribunda, clamando por amor e resignação.








25- Don Carlos




Don Carlos
25ª ópera (55 anos)
Libreto:
Méry e DuLocle sobre poema de Schiller
Estreia:
(Paris) Operá 11 de Março de 1867

Versão italiana revista por DuLocle
Tradução de Lauzières e Zanardini
Milão: Teatro alla Scala 10 de Janeiro de 1884





Don Carlos é uma ópera em cinco atos composta por Giuseppe Verdi com libreto, em francês, de Camille du Locle e Joseph Méry, baseada na peça Don Carlos, Infante de Espanha, de Friedrich Schiller. A história é baseada em conflitos na vida de Carlos, Príncipe das Astúrias (1545-1568) após o seu noivado com Elisabeth de Valois que acabou casando com o pai de Carlos, Filipe II da Espanha, como parte do tratado de paz que terminou a Guerra Italiana de 1551-1559 entre as Casas de Habsburgo e Valois. Recebeu a sua primeira representação no Théâtre de l'Opéra Impérial (Opéra Le Peletier) em 11 de março de 1867.

Existem versões em língua italiana e língua francesa.




"Jerusalem" foi a primeira ópera que Verdi apresentou em Paris, a convite do Grande Teatro de Ópera da capital francesa. Isso aconteceu em 1847. Alguns anos mais tarde, a Academia Imperial de Música francesa encomendou-lhe uma nova ópera, para ser apresentada durante a Primeira Exposição Universal do Segundo Império. Assim nasceria "As Vésperas Sicilianas" que obteria um êxito extraordinário, apesar do tema que relatava o massacre dum Regimento francês às mãos dos patriotas sicilianos.

O segundo convite da Academia Imperial surge 10 anos mais tarde, em 1865, altura em que Verdi se encontrava em Paris para assistir à apresentação de "MacBeth". Essa segunda encomenda destinava-se à Segunda Exposição Universal do Segundo Império, altura em que seriam apresentadas em Paris duas novas operetas de Offenbach, "La Vie Parisienne" e "La Grand-Duchesse de Gerolstein".

Este convite da Academia Francesa vinha acompanhado dum libreto de Joseph Méry e de Camille du Locle baseado no "Don Carlos" de Schiller, o que agradou ao compositor que se sentia próximo dos ideais românticos, patrióticos e liberais do poeta alemão, cujas obras já tinham servido de fonte de inspiração para algumas das suas óperas. Acontece que, curiosamente, iria ser precisamente o libreto que se revelaria o maior obstáculo para Verdi, quer pela sua complexidade, quer pelo seu carácter monumental.




A escrita da música foi iniciada durante os primeiros meses de 1866, e os primeiros ensaios tiveram lugar em setembro desse mesmo ano e marcariam os primeiros cortes na partitura.

"Don Carlos" estreou-se em Paris no dia 11 de 1867, sendo recebida com pouco entusiasmo, o que se deveu ao fato de ser considerada demasiado extensa e, sobretudo, pouco à maneira de Verdi. Houve até quem o acusasse de se ter convertido aos ideais estéticos de Wagner, sacrificando os tradicionais recitativos, árias e duetos, ao Sprechgesang, o falar cantando ou fala cantada.

"Don Carlos" marca, de fato, uma mudança importante na obra musical de Verdi, mudança que prosseguiria com "Aïda", o Requiem, "Otello" e "Falstaff", e que não escapa ao olhar atento de críticos como Théophile Gautier que dirá mesmo que "um novo Verdi acaba de nascer, sinfonista e melodista".

"Don Carlos" iria sofrer numerosos cortes ao longo das representações que se seguiram à estreia parisiense. Em Londres, três meses mais tarde, foi apresentada sem o 1º ato, sendo recebida com bastante entusiasmo. O maior triunfo, no entanto, aguardaria Verdi em Bolonha quando da primeira apresentação da versão em italiano.




O Don Carlo, é talvez para muitos, como a melhor opera de Verdi. É sem sombra de dúvida a mais wagneriana de todas as suas obras e provavelmente a mais escura de todas, pelo seu carácter histórico-religioso.

Foi originalmente composta em francês, numa encomenda da ópera de Paris, tendo estreado em 1867. Dos cinco actos da versão francesa, foi depois reduzida para quatro na versão italiana, já que os italianos não estão para perder tempo com muitas filosofias e bailaricos, o que levou a que por vezes o italiano ficasse completamente atabalhoado e difícil de cantar. Essa versão foi revista e alargada para cinco atos.





Don Carlos é uma ópera em cinco atos composta por Giuseppe Verdi com libreto, em francês, de Camille du Locle e Joseph Méry, baseada na peça Don Carlos, Infante de Espanha, de Friedrich Schiller. A história é baseada em conflitos na vida de Carlos, Príncipe das Astúrias (1545-1568) após o seu noivado com Elisabeth de Valois que acabou casando com o pai de Carlos, Filipe II da Espanha, como parte do tratado de paz que terminou a Guerra Italiana de 1551-1559 entre as Casas de Habsburgo e Valois. Recebeu a sua primeira representação no Théâtre de l'Opéra Impérial (Opéra Le Peletier) em 11 de março de 1867.

Existem versões em língua italiana e língua francesa.

Don Carlos  é uma grande ópera composta por Giuseppe Verdi para um libreto em francês de Joseph Méry e Camille du Locle, baseado na peça dramática Don Carlos, Infante de Espanha de Friedrich Schiller. Além disso, tem sido observado por David Kimball que a cena Fontainebleau e auto da fé foram os pedidos emprestados de vários incidentes de uma peça de teatro contemporâneo sobre Philip II de Eugène Cormon.




Dada a sua estréia no Salle Le Peletier em 11 de março 1867, a história da ópera é baseada em conflitos na vida de Carlos, Príncipe das Astúrias (1545-1568), depois de sua prometida Elisabeth de Valois ter casado com seu pai Filipe II de Espanha, como parte do acordo de paz que terminou a Guerra Italiana de 1551-1559 entre as Casas de Habsburgo e Valois. Foi encomendada e produzido pelo Théâtre Impérial de l'Opéra ( Paris Opera ).

Quando realizada em uma de suas várias versões italianas, a ópera é geralmente chamada de Don Carlo. A primeira versão italiana dada na Itália foi em Bolonha em março de 1867. Revisada novamente por Verdi, foi dada em Nápoles, em novembro / dezembro de 1872. Por fim, duas outras versões foram preparadas: a primeira foi vista em Milão em janeiro de 1884 (em que os quatro atos foram baseados em algum texto original em francês que foi traduzido). Agora é conhecida como a "versão Milan". A segunda, também sancionada pelo  compositor, era a "versão Modena" e apresentada naquela cidade em dezembro de 1886. Ele acrescentou a "Fontainebleau" no primeiro ato ao Milan, na versão de quatro atos.




Ao longo dos 20 anos seguintes, cortes e adições foram feitas para a ópera, resultando em uma série de versões que estão disponíveis para diretores e condutores. Nenhuma outra ópera de Verdi tem tantas versões. Em toda a sua extensão (incluindo o balé e os cortes feitos antes da primeira performance), contém cerca de quatro horas de música e é a mais longa ópera de Verdi.

Verdi fez uma série de cortes em 1866, depois de terminar a ópera, mas antes de compor o ballet, simplesmente porque o trabalho foi se tornando muito longo. Estes eram um dueto para Elisabeth e Eboli no ato 4, cena 1; um dueto para Carlos e o rei após a morte de Posa no ato 4, cena 2;  e um intercâmbio entre Elisabeth e Eboli durante a insurreição na mesma cena.




Após o ballet ter sido composto, verificou-se durante o período de ensaio em 1867 que, sem novos cortes, a ópera não iria terminar antes da meia-noite (o tempo em que os clientes teriam de deixar a fim de capturar os últimos trens para os subúrbios de Paris). Verdi então autorizou alguns novos cortes, que foram, em primeiro lugar, a introdução de ato 1 (com um coro de lenhadores e suas esposas, e incluindo a primeira aparição de Elisabeth); em segundo lugar, um solo de entrada curto para Posa ( J'étais en Flandres ) no ato 2, cena 1; e, em terceiro lugar, parte do diálogo entre o rei e Posa no final do ato 2, cena 2.

A ópera, como publicada pela primeira vez na época da estréia, consistiu de concepção original, de Verdi, menos todos os cortes acima mencionados, mas incluindo o ballet.




Após a première e antes de deixar Paris, Verdi autorizou as autoridades do Opéra para acabar do ato 4,a cena 2, com a morte de Posa (omitindo, assim, a cena da insurreição) se eles achassem bom o ajuste. Depois de sua partida, ainda mais cortes (não autorizadas) foram aparentemente feitos durante as performances restantes. Parece ter sido um "problema para o Opéra, e desapareceu do repertório depois de 1869.

Era uma prática comum na época para a maioria dos teatros (com exceção daqueles em comunidades de língua francesa) para executar óperas em italiano, e uma tradução italiana de Don Carlos foi preparada no outono de 1866, por Achille de Lauzières.

Em 18 de novembro de 1866 Verdi escreveu a Giovanni Ricordi, oferecendo a editora os direitos italianos, mas insistindo em que a ópera pudesse ser realizada em sua totalidade, uma vez que seria realizada pela primeira vez no Ópera de Paris. Don Carlos é uma ópera em cinco atos com ballet: se, no entanto, a gestão dos teatros italianos gostassem de emparelhá-lo com um ballet diferente, este deveris ser colocado antes ou depois da ópera sem cortes, nunca no meio.




No entanto, a tradução italiana não foi realizada pela primeira vez na Itália, mas em Londres no Royal Italian Opera House, Covent Garden em 04 de junho de 1867 (agora a Royal Opera House ), onde foi produzida e realizada por Michael Costa, mas não como Verdi desejava: foi com cortes e de forma alterada. O primeiro ato foi removido, o ballet no ato 3 foi omitido, e a ária de Carlo "Io la vidi" (originalmente em ato 1) foi deslocado para atuar no 3, pouco antes do terceto. O dueto entre Filipe e o Inquisitor foi encurtado por quatro linhas, e a ária de Elisabeth no ato 5 consistiu apenas de parte da seção do meio e da reprise.

A produção foi inicialmente considerada um sucesso, e Verdi enviou uma nota de congratulações a Costa. Mais tarde, quando Verdi percebeu as alterações, ficou muito irritado, mas a versão antecipada de Costa foi revista por Verdi em 1882-1883.

A estreia italiana em 27 de outubro de 1867, no Teatro Comunale di Bologna, conduzida por um amigo próximo de Verdi, Angelo Mariani, foi um "sucesso instantâneo", e esta versão, embora produzida em ausência de Verdi, foi a mais completa e incluiu o ballet. Para a estréia em Roma, em 09 de fevereiro de 1868, no Teatro Apollo, talvez sem surpresa, o censor Papal mudou o Inquisitor em um Grand Chancellor e o Monk / Imperador em um Solitario (Recluso).




Esta versão da ópera foi estreada em Milão no La Scala em 25 de março de 1868, e produções de prestígio na maioria das outras casas de ópera italianas se seguiram, mas não se tornou um sucesso popular. A duração da ópera era um problema particular, e desempenhos subsequentes foram geralmente cortar. A primeira produção em Nápoles, em 1871, foi, indiscutivelmente, um fracasso.

Seguindo o desempenho semsucesso em Nápoles em 1871, Verdi foi convencido a visitar a cidade para maiores performances em novembro / dezembro de 1872, e ele fez mais duas modificações para a pontuação. Estas eram adições à cena para Posa e Rei, no ato 2, cena 2 (versos italianos por Antonio Ghislanzoni ) para substituir algum do material previamente cortados. Esta é a única parte de toda a ópera que sempre foi composta por Verdi em italiano, em vez de um texto francês. Além disso, houve cortes no dueto entre Carlos e Elisabeth no ato 5.




A ideia de reduzir o alcance e a escala de Don Carlos veio originalmente de Verdi em 1875, em parte como resultado pelos relatos das produções, como a de Costa, que havia retirado o act 1 e o ballet e introduziu cortes para outras partes da ópera. Em abril de 1882, ele estava em Paris, onde estava pronto para fazer alterações. Ele já estava familiarizado com a obra de Charles-Louis-Étienne Nuitter, que havia trabalhado em traduções francesas de Macbeth, La forza del destino e Aida com du Locle, e os três passaram a gastar nove meses sobre as principais revisões do texto francês e a música para criar uma versão de quatro atos.

Este ato omitido 1 e o balé,e foi concluído por março de 1883. Uma tradução italiana deste texto francês foi revisto, re-utilizando muito da tradução original de Lauzières. A première no La Scala da versão revisada 1883 teve lugar no dia 10 de janeiro de 1884 em italiano.

Embora Verdi tivesse aceitado a necessidade de remover o primeiro ato, parece que ele mudou de idéia e permitiu um desempenho que apresentou o "Fontainebleau" com o primeiro ato junto com a versão de quatro atos revistos. Ela foi dada em 29 de dezembro de 1886, em Modena, e tornou-se conhecida como a "versão Modena", que foi publicada pela Ricordi como "uma nova edição em cinco atos sem ballet".




Performances de Don Carlo, na primeira metade do século XX foram raras, mas no período pós-Segunda Guerra Mundial, tem sido regularmente realizadas, particularmente  na"versão Milan" em italiano. Após a notável apresentação da "versão Modena" em italiano pelo The Royal Opera, Covent Garden, dirigida por Luchino Visconti e com Jon Vickers como Don Carlo, Tito Gobbi como Posa, Boris Christoff como Rei Phillip e Gré Brouwenstijn como Elisabetta, esta versão tem sido cada vez realizada em outros lugares e foi gravada por, entre outros, Georg Solti e Carlo Maria Giulini. Charles Mackerras realizou esta versão e cinco atos (completa com prelúdio original de Verdi, cena dos lenhadores e que o final original) em uma tradução em inglês para o National Opera no London Coliseum, em 1975.

Hoje, como foi traduzida para o italiano e apresentada nas versões de Milão e Modena, a ópera tornou-se parte do repertório padrão.




Em 2013 duas produções da versão de cinco ato cantada em italiano, no Royal Opera House e também em agosto no Festival de Salzburgo para comemorar o bicentenário de Verdi foram vistas. Ambas as produções tiveram Antonio Pappano na condução e Jonas Kaufmann, o "mais procurado tenor de hoje" no papel-título, com seu colega alemão, Anja Harteros, como Elizabetta. A produção Salzburg já foi lançada em DVD.

Encenações e transmissões do cinco atos versão original francesa da ópera se tornaram mais frequentes no século 21, apesar de não chegar perto de igualar o número dado em italiano. Isto é evidenciado pelo número de gravações de performances ao vivo e gravações.




O La Scala apresentou, em 1970, com Plácido Domingo e Katia Ricciarelli, mas com alguns dos principais papéis assumidos por Ruggero Raimondi como Philip, Leo Nucci como Rodrigue, e Nicolai Ghiaurov como Le Grand Inquisiteur. A performance desta versão (mas incluindo as partes que não foram realizadas na primeira première Paris, omitindo o ballet "La Peregrina"), foi encenado e realizado por Sarah Caldwell com a Companhia de Ópera de Boston em 1973. Ela apresentava John Alexander no papel-título.

Em novembro de 1983, o Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas, encenou o trabalho com Philippe II cantada por Samuel Ramey. John Pritchard realizou performances no Opera San Francisco em setembro de 1986, a Elizabeth cantada por Pilar Lorengar; O Théâtre du Châtelet novamente apresentou o trabalho (que foi lançado em CD e DVD), em 1996, com Roberto Alagna como Don Carlos, José van Dam como Philippe, Thomas Hampson como Rodrigue, e os papéis de Elizabeth de Valois e Eboli foram cantadas por karita Mattila e Waltraud Meier, respectivamente. A produção foi repetida nesse mesmo ano em novembro, com Nelly Miricioiu no elenco como Elizabeth.




A versão francesa sem cortes completa foi realizada pela primeira vez na Ópera Estatal de Hamburgo sob Ingo Metzmacher em 2001, em seguida, a mesma produção, dirigida por Peter Konwitschny, na Staatsoper de Viena, em 2004, sob Bertrand de Billy, nesta ocasião com Ramón Vargas no título papel (como filmado para DVD). San Francisco reviveu a sua produção em 2003, com Marina Mescheriakova como Elizabeth e Violeta Urmana como Eboli.  Foi apresentado no Liceu, Barcelona sob Maurizio Benini em fevereiro de 2007 com Franco Farina no papel-título e o baixo Eric Halfvarson como Le Grand Inquisiteur.

Outras produções foram encenadas em Hamburgo, em dezembro / janeiro de 2011/12 e novamente em janeiro / fevereiro de 2013. Em abril de 2012, o Houston Grand Opera apresentou a versão francesa em cinco atos. Destaque no elenco foi Christine Goerke como Eboli, Andrea Silvestrelli como o Rei, e Samuel Ramey como o Le Grand Inquisiteur. Também foi encenada no State Opera Rousse, na Bulgária, na primavera de 2013, em francês.





Personagens:



Philip II, (Filippo) Rei da Espanha baixo (voz)
Don Carlos (Don Carlo), Infante da Espanha tenor
Rodrigue (Rodrigo), Marquês de Posa barítono
O Grande Inquisidor baixo (voz)
Elisabeth de Valois soprano
Princesa Eboli mezzo-soprano Pauline Gueymard-Lauters Giuseppina Pasqua
Um monge baixo (voz) Armand Castelmary Leopoldo Cromberg
Thibault (Tebaldo), pagem de Elisabeth soprano Leonia Leveilly Amelia Garten
Uma Voz do Céu soprano
O Conde de Lerma tenor Gaspard Angelo Fiorentini
Arauto Real tenor Mermant Angelo Fiorentini
Condessa de Aremberg não canta Dominique




SINOPSE:


[Esta sinopse é baseada na versão original em cinco atos, composta para Paris e concluída em 1866. Mudanças importantes para versões posteriores são percebidas nos suportes recuados. Primeiras linhas de árias, etc., são dadas em francês e italiano].


Ato 1

[Este ato foi omitido na revisão 1883]

A Floresta de Fontainebleau, França no inverno

Um prelúdio e coro de lenhadores e suas esposas é ouvido. Eles se queixam de sua vida difícil, agravada pela guerra com a Espanha. Elisabeth, filha do rei da França, chega com seus assistentes. Ela tranquiliza as pessoas que seu iminente casamento com Don Carlos, Infante e filho de Filipe II, rei de Espanha, vai levar a guerra a um fim, e se afasta.

[Esta parte foi cortada antes da première Paris e substituída por uma breve cena em que Elisabeth atravessa o palco e distribui dinheiro para os lenhadores]


Carlos, que sai de seu esconderijo, viu Elisabeth e se apaixona por ela (Aria: "Je l'ai vue" / "Io la vidi"). Quando ela reaparece, ele inicialmente finge ser um membro do Conde da delegação de Lerma. Ela pergunta a ele sobre Don Carlos, a quem ela ainda não se encontrou. Em pouco tempo, Carlos revela sua verdadeira identidade e seus sentimentos, o que ela retribui (Dueto: "De quels transportes poignants et doux" / "Di quale de amor, di Quanto ardor").

Um tiro de canhão significa que a paz foi declarada entre Espanha e França. Thibault aparece e dá a Elisabeth a surpreendente notícia de que sua mão não é para ser reivindicada por Carlos, mas por seu pai, Philip. Quando Lerma e seus seguidores confirmam isso, Elisabeth fica devastada, mas sente-se obrigada a aceitar, a fim de consolidar a paz. Ela parte para a Espanha, deixando Carlos igualmente devastado.

Act 2

[Este é um ato na revisão 1883]

Cena 1: O monastério de Saint-Just (San Jerônimo de Yuste ) na Espanha

A cena se passa algum tempo depois de Filipe II e Elisabeth estarem casados. Monks reza pela alma do ex-imperador Charles V ("Carlo Quinto"). Seu neto Don Carlos entra, angustiado que a mulher que ele ama é agora sua madrasta.


[Na revisão de 1883, ele canta uma versão revisada da ária "Je l'ai vue" / "Io la vidi", que foi recuperada a partir do primeiro ato omitido, mas com um pouco de música diferente e um texto diferente para refletir sua situação atual. Na versão de quatro atos ele já sabe que não pode se casar com Elisabeth. No original, ao cantar a ária, ele ainda estava esperando para se casar com ela]


Um monge que se assemelha Carlo Quinto lhe oferece uma eventual consolação da paz através de Deus, um arauto precoce de um dos temas da ópera. Carlos cumprimenta seu grande amigo Rodrigue, Marquês de Posa, que acaba de chegar da terra oprimida de Flanders (Aria: "J'étais en Flandres").

[Esta foi cortada durante os ensaios na pré-estreia]


Posa pede ajuda do Infante, em nome das pessoas que sofrem lá. Carlos revela que ele ama a sua madrasta. Posa é simpático, mas encoraja-o a deixar a Espanha e ir para a Flandres. Os dois homens juram amizade eterna (Dueto: "Dieu, tu semas dans nsa âmes" / "Dio, che nell'alma infondere"). O Rei Philip e sua nova esposa, com seus assistentes, entram também para fazer uma homenagem no túmulo de Charles V, enquanto Don Carlos lamenta seu amor perdido.

Cena 2: Um jardim perto de Saint-Just

A Princesa Eboli canta a canção do Véu ("Au Palais des taxas" / "Nel Giardin del bello") sobre um rei mouro e uma beleza sedutora velada que acabou por ser sua esposa negligenciada.
 Elisabeth entra. Posa dá-lhe uma carta de França e junto, secretamente, com uma nota de Don Carlos. Em sua insistência (Aria: "L'Infant Carlos, Notre Espérance" / "Carlo ch'e sol il nostro amore"), Elisabeth concorda em ver o Infante sozinho. Sem saber dessa relação, Eboli infere que ela, é quem Don Carlos ama.

Quando eles estão sozinhos, Don Carlos diz a Elisabeth que ele é miserável, e lhe pede para pedir a Philip para mandá-lo para Flandres. Ela prontamente concorda, provocando Carlos para renovar suas declarações de amor, que ela piedosamente rejeita. Don Carlos sai em um frenesi, gritando que ele deve estar sob uma maldição.

O Rei entra e fica com raiva porque a rainha está sozinha e sem supervisão. Ele ordena que a sua acompanhante era para estar presente, a Condessa de Aremberg, para retornar à França, o que levou Elizabeth para cantar um triste adeus. (Aria: "Oh ma chère compagne" / "Não pianger, mia compagna"). O Rei se aproxima de Posa, com cujo caráter e ativismo que ele está impressionado, com a intenção de recompensá-la. Posa implora ao Rei para parar de oprimir o povo de Flandres. O rei chama o idealismo de Posa de irrealista e adverte que o Grande Inquisidor está a observá-lo; Philip, no entanto, pergunta se ele pode conceder a Posa um outro pedido.

[Este diálogo foi revisto três vezes por Verdi.]


Ato 3

[Esta é ato2 na revisão 1883]


Cena 1: Noite no jardim da rainha em Madrid

Elisabeth está cansada, e pretende concentrar-se na do dia seguinte da coroação do Rei. Para evitar o divertissement planejado para a noite, ela troca as máscaras com Eboli, assumindo que, assim, a sua ausência não será notada, e vai embora.

[Esta cena foi omitido da revisão 1883]


[Na première, o ballet (coreografado por Lucien Petipa e intitulado "La Peregrina") teve lugar neste momento]


Don Carlos entra, segurando uma nota sugerindo um encontro nos jardins. Embora ele acha que seja Elisabeth, é realmente Eboli, a quem erroneamente declara seu amor. Quando Eboli revela sua identidade e que agora ela sabe seu segredo, que ele estava esperando a rainha, Carlos fica horrorizado. Quando Posa entra, ela ameaça contar ao rei que Elisabeth e Carlos são amantes. Eboli apenas escapa de ser esfaqueada por Posa, na intervenção de Carlos, e sai em fúria vingativa. Apenas no caso, Posa pede Carlos para confiar-lhe todos os documentos políticos importantes que ele pode ter e, quando Carlos concorda, reafirmam a sua amizade.

Cena 2: Na frente da Catedral de Valladolid

Os preparativos estão sendo feitos para um " Auto-da-fé ", o desfile público e a queima de hereges condenados. Enquanto as pessoas celebram, monges arrastam o condenado à pilha de lenha. A procissão real segue, com o Rei abordando a população. Don Carlos interrompe-o, trazendo para a frente seis enviados flamengos, que suplicam ao rei pela liberdade de seu país.

Embora as pessoas e o tribunal lhe sejam simpáticos, o Rei, apoiado pelos monges, ordena a prisão dos deputados. Carlos saca sua espada contra o rei. O rei pede ajuda, mas os guardas não vão atacar Don Carlos. Posa dá uns passos convence a Carlos a entregar sua espada. O rei usa-o para dublar Posa, a pilha de lenha começa a subir em  chamas, uma voz celestial pode ser ouvida falando da paz promissora para as almas condenadas.

Ato 4

[Esta é ato 3 na revisão 1883]


Cena 1: Madrugada no estudio do Rei Philip em Madrid

Sozinho, o Rei, em um devaneio, lamenta que Elisabeth nunca o amou, que sua posição significa que ele tem que estar eternamente vigilante e - voltando a um tema central - que ele só vai dormir corretamente quando estiver em seu túmulo no Escorial (Aria: "elle ne pas m'aime" / "Ella giammai m'amò").

O cego, com noventa anos de idade, o Grande Inquisidor é anunciado e entra no apartamento de Philip. Quando o rei pergunta se a Igreja vai se opor a ele colocando o seu próprio filho à morte, o Inquisidor responde que o Rei estará em boa companhia: Deus sacrificou seu próprio filho.

O Rei tal questiona a extrema abordagem. No entanto, destemido, o Inquisidor demada que o Rei mate Posa. O rei se recusa a matar seu amigo, que ele admira e gosta, e contesta tal crueldade devassa.

No entanto, o velho monge lembra a Philip que a Inquisição pode derrubar qualquer rei; ele criou e destruiu outros governantes antes. Um tanto surpreso, o Rei sugere ao Grande Inquisidor esquecer a discussão passada. A última resposta "Peut-être" / "Forse!" - Talvez! - e sai.

Em um momento de contínuo drama, Elisabeth entra, alarmada com o aparente roubo de sua caixa de jóias. No entanto, o Rei a produz e aponta para o retrato de Don Carlos que ele contém, acusando-a de adultério. Ela protesta sua inocência, mas, quando o Rei a ameaça, ela desmaia. Em resposta a seus pedidos de ajuda, entram Eboli e Posa. Seus lamentos de suspeita ("Maudit soit le soupçon infâme" / "Ah, maledetto sii, sospetto fatale"), fazem com que o Rei perceba que ele tem prejudicado sua esposa. Posa então resolve salvar Carlos, embora possa significar sua própria morte. Eboli sente remorso por trair Elisabeth; mais tarde, recuperando-se, expressa seu desespero.

[Este quarteto foi revisto por Verdi em 1883]


Elisabeth e Eboli ficamm juntas.


[Dueto: "J'ai tudo incluído", foi cortado antes da première]


Eboli confessa que não somente ela roubou a caixa porque ela amava Carlos e que ele havia rejeitado-a, mas também porque ela foi amante do rei. Elisabeth leva isso em seu passo e diz Eboli que ela deve ir para o exílio ou entrar para um convento. Depois que ela sai, Eboli amaldiçoa o orgulho fatal que sua beleza tem derramado sobre ela, e escolhe o convento sobre o exílio, resolvendo tentar salvar Carlos da Inquisição (Aria: "O don fatal" / "O don fatale").


Cena 2: Uma prisão

Don Carlos foi preso. Posa chega a dizer que ele será salvo, mas que ele próprio terá que morrer, incriminado pelos documentos politicamente sensíveis que ele tinha pedido a Carlos confiar a ele (Aria, parte 1: "C'est mon jour suprême" / " Per me giunto è il dì supremo ").

Uma figura sombria aparece e atira em Posa no peito. Quando ele morre, diz Posa a Carlos que Elisabeth vai encontrá-lo em Saint-Just, no dia seguinte. Ele acrescenta que ele se contenta em morrer, se seu amigo puder salvar Flanders e governar sobre a mais feliz Espanha (Aria, parte 2: "Ah, je meurs, l'âme Joyeuse" / "Morro Io, ma lieto no core").

Naquele momento, Philip entra, oferecendo sua liberdade ao filho. Carlos repulsa por ter assassinado Posa. O Rei não tinha notado que Posa estava morto e grita de dor.


[Duet: Carlos e o Rei "Qui me rendra ce mort ce?" / "Chi rende a me quest'uom". Foi cortado antes da estréia e, após isso, Verdi autorizou sua remoção opcional. A música foi mais tarde reutilizada por Verdi para o Lacrimosa de sua Messa da Requiem de 1874]


Os sinos tocam quando Elisabeth, Eboli e o Grand Inquisitor chegam. A multidão ameaça o rei, exigindo a libertação de Carlos e, na confusão, Eboli escapa com Carlos. Embora as pessoas sejam corajosas o suficiente na presença do rei, elas ficam aterrorizadas pelo Grande Inquisidor, submetendo instantaneamente ao seu comando com raiva para aquietar e prestar homenagem a Felipe.

[Após a première, algumas produções terminaram este ato com a morte de Posa. No entanto, em 1883 Verdi forneceu uma versão muito mais curta da insurreição, quando sentiu que de outra forma não seria claro como Eboli tinha cumprido sua promessa de resgatar Carlos]


Ato 5

[Esta é ato 4 na revisão 1883]

O luar no mosteiro de Yuste

Elisabeth ajoelha-se diante do túmulo de Charles V. Ela está empenhada em ajudar Don Carlos em seu caminho para cumprir o seu destino, em Flandres, mas ela própria anseia apenas pela morte (Aria: "Toi qui sus le néant" / "Tu che le vanità" ). Carlos aparece e eles dizem um último adeus, prometendo se encontrar novamente no Céu (Dueto: "Au revoir dans un monde où la vie est meilleure" / "Ma lassú ci vedremo em un Migliore mondo").

[Este dueto foi duas vezes revisto por Verdi]

Philip e o Grande Inquisidor entram. O rei submeteu-se à dominação da Igreja e declara que haverá um duplo sacrifício: Posa e Carlos. O Inquisidor confirma que a Inquisição vai fazer o seu dever. O julgamento sumário seguinte, confirmao a culpabilidade putativo de Carlos.


[O julgamento foi omitido em 1883]


Carlos, invocando a Deus, saca sua espada para se defender contra os guardas do Inquisidor, quando uma figura misteriosa (o monge) de repente surge do túmulo de Charles V. Ele agarra Carlos pelo ombro, proclamando que a turbulência do mundo persiste mesmo na Igreja; mais uma vez, não podemos descansar, exceto no céu. Filipe e o Inquisitor reconhecem a voz do monge: ele é o pai do rei, Charles V. Todo mundo grita em estado de choque e terror, enquanto o monge arrasta Carlos para dentro do túmulo e fecha a entrada.















Levic

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