quarta-feira, 19 de maio de 2010

26.5-Richard Wagner 6







Óperas abordadas nesta postagem:
9- Das Rheingold (O Ouro do Reno)
10-  Die Walküre (A Valquíria)

O Ciclo do Anel

"Terminado em Wahnfried no dia 21 de novembro de 1874.
E não digo mais nada."

Foi com estas duas frases, seguidas da sua assinatura, que Richard Wagner deu por concluído o trabalho na Tetralogia, iniciado havia mais de 26 anos. Tudo começara em 1848 com a primeira revolta liberal na Alemanha. Wagner era então Mestre da Capela da Corte de Saxe, fato que não o impediu de aderir com entusiasmo às novas Ideias. Escreveu manifestos, programas políticos, distribuiu propaganda. Foi no meio desta atividade intensíssima que pensou escrever uma obra teatral inspirada em Barba Roxa.

Seguiu-se um outro herói: Jesus de Nazareth. Até que, finalmente, acabou por se fixar na lenda dos Nibelungos. Começou por escrever uma versão em prosa, depois em verso, duma ópera heróica à qual chamou "A Morte de Siegfried" . Isto passava-se em 1848.


Em 1849 Wagner inscreve-se no partido dos insurretos que irão acabar por ser neutralizados. A derrota obriga-o a fugir, procurando asilo na Suíça, mais precisamente em Zurique. E é em Zurique, em 1851, 3 anos depois de ter escrito o primeiro texto inspirado na lenda dos Nibelungos, que Wagner decide acrescentar um preâmbulo à "Morte de Siegfried", preâmbulo a que dá o nome de "O Jovem Siegfried".

"A Morte de Siegfried" e "O Jovem Siegfried" iriam transformar-se, mais tarde, em "O Crepúsculo dos Deuses" e "Siegfried", as duas últimas óperas do ciclo do "Anel".



A verdade é que o texto da Tetralogia foi escrito a partir do fim, já que, um ano depois de "Siegfried", Wagner escreve "A Valquíria" e, finalmente, "O Ouro do Reno".
O texto estava terminado.

Em 1853 Wagner inicia a escrita da música, agora pela ordem cronológica.
A música do "Ouro do Reno" foi terminada em setembro de 1854, altura em que Wagner iniciara já a escrita da música da "Valquíria", trabalho a que dedica cerca de 2 anos. Segue-se "Siegfried",que interrompe no 2º ato.

O reinicio do trabalho acontecerá passados 12 anos, numa altura em que o compositor encontrara uma certa estabilidade emocional e econômica originada pela proximidade de Cosima e do jovem Rei Luís II da Baviera. Entre 1871 e 1874 Wagner termina a música do ciclo do "Anel".
E é precisamente com o ciclo do "Anel" que inaugura o Teatro de Ópera de Bayreuth, construído especialmente para o efeito.Essa estreia histórica teve lugar em agosto de 1876 durante quatro noites seguidas.



No Prólogo desta obra monumental, "Ouro do Reno", Wagner apresenta o tema que irá desencadear toda a ação: a escolha entre o Poder (simbolizado pelo Ouro) e o Amor.
Poder - Amor. Imortalidade - Morte.

Na mitologia wagneriana os Deuses não são senhores absolutos e invulneráveis, eles sofrem e amam, e são confrontados com a Escolha, tal como as outras Criaturas.
O Deus Wotan teve 9 filhas da Deusa Erda, as Valquírias.

Mas teve também dois filhos duma Mortal, os gêmeos Siegmund e Sieglinde, que, depois da morte da mãe, se perderam um do outro pelos caminhos da Terra.
É com o encontro entre estes dois irmãos que se inicia a ação da "Valquíria".



Escolha entre o Poder e o Amor, entre a Condição Divina e a Morte - um conflito que acompanha toda a ação, iniciada no Prólogo, que apresenta precisamente o tema do Poder ligado à posse do Ouro e à renúncia do Amor.

O anão Alberich, do Povo dos Niebelungos que habita as entranhas da Terra, soube, por inconfidência das Ninfas, filhas do Reno, que quem conseguisse roubar o Ouro do Rio, e com ele forjasse um Anel, alcançaria o Poder Absoluto. Para que tal acontecesse existia uma condição: a renúncia ao Amor. Esta condição não parece afligir Alberich que rouba o Ouro e forja o Anel, passando a ser Senhor Absoluto do seu povo, e planeando tornar-se Senhor Absoluto de todos os outros povos e criaturas, mesmo dos Deuses. É com esse Poder que Alberich obriga o seu irmão Mime a forjar um Elmo Mágico que poderá torná-lo invisível ou dar-lhe as formas mais bizarras, como a de um Dragão ou de um Sapo.



A ambição levou o anão a alcançar o Poder. A ambição também irá levá-lo a perdê-lo.

Wotan, Rei dos Deuses, também é ambicioso: ele quer para si o Ouro e o Anel do anão. E consegue-o, através da astúcia de Loge, Deus do Fogo, que, ao desafiar Alberich a exibir os poderes mágicos do Elmo, o captura quando ele se transforma num Sapo. É a astúcia - que pode tornar-se uma armadilha para o astucioso.

Dois gigantes, Fasolt e Fafner, construíram Valhalla, a magnífica morada dos Deuses. Como paga, Wotan prometera uma das suas filhas, Freia. Depois, na altura de pagar... tenta enganar os gigantes prometendo entregar-lhes, em vez de Freia, o Ouro e o Anel que pretende roubar a Alberich, promessa que também não pretende cumprir.

Só que, ao ser roubado, o anão lança uma maldição sobre o Anel: ele só trará Desgraça àquele que o possuir. Ao conhecer a maldição, Wotan assusta-se e entrega o Ouro e o Anel aos gigantes. E a maldição cumpre-se de imediato: Fafner mata Fasolt e parte com o Tesouro, deixando para trás a sua Espada, da qual Wotan se apodera. E é essa Espada que Wotan crava numa árvore, lançando sobre ela um Presságio: quem a conseguir arrancar do tronco onde está cravada, tornar-se-á invencível.

                    


E Notung, a Espada Invencível, é arrancada do tronco por um filho de Wotan, Siegmund, ao fugir com a sua irmã gêmea, Sieglinde, por quem está apaixonado. E a Espada Invencível irá quebrar-se num duelo por intervenção direta de Wotan, e Siegmund morre às mãos de Hunding, marido traído de Sieglinde.

A luta pelo Poder. A maldição dos Poderosos. O Amor de Siegmund e Sieglinde. A maldição do Amor.

A desobediência da Valquíria Brünhilde que tenta salvar Siegmund e ainda ajuda Sieglinde a fugir e a procurar proteção na Floresta onde nascerá o filho dos dois irmãos gêmeos, um Herói de coração puro e sem medo: Siegfried.



A desobediência de Brünhilde. E a sua punição: Wotan condena-a à mortalidade adormecendo-a sobre um rochedo protegido pelo Fogo Mágico - sono de que só poderá acordar pela intervenção dum Herói de coração puro e sem medo. Esse Herói é Siegfried, filho de Siegmund e de Sieglinde, a figura central da Segunda Jornada do Ciclo do Anel.

Sieglinde, mãe de Siegfried, morreu com o nascimento do filho, e foi o anão Mime, do Povo dos Niebelungos, quem o criou, na esperança de que Siegfried conquistasse para ele, Mime, o Tesouro que está na posse do gigante Fafner: o Ouro, o Anel e o Elmo Mágico.



9- O Ouro do Reno
O Anel do Niebelungo - 9ª ópera (63 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth) 13 de Agosto de 1876


Personagens
Alberich, o Anão
As Ninfas do Reno
Wotan
Fricka
Os Gigantes Fasolt e Fafner
Freia
Donner
Froh
Loge
Mime, irmão de Alberich
Erda, Deusa da Terra


Resumo da Ação
O primeiro quadro de "O Ouro do Reno" passa-se no interior das águas do rio onde três Ninfas, guardiãs do ouro, brincam com o astucioso anão Alberich que tenta seduzi-las.
Durante a brincadeira, as Ninfas revelam um segredo: aquele que se apoderar do ouro do rio, e com ele forjar um anel, dominará o Mundo. Para que tal aconteça deve, porém, renunciar ao amor. Para surpresa e desespero das Ninfas, Alberich rouba o ouro e foge com ele para o seu esconderijo subterrâneo.




O segundo quadro passa-se no cimo de uns rochedos junto à entrada de Valhalla onde Wotan e Fricka contemplam o magnífico palácio dos deuses, recentemente construído pelos gigantes Fasolt e Fafner, que agora reclamam a paga prometida: Freia, filha de Wotan e de Fricka, deusa da Beleza, do Amor e da Juventude. No entanto, Wotan e os irmãos de Freia, os deuses Donner e Froh, não querem cumprir o prometido, e procuram uma astúcia que faça os gigantes desistir da sua pretensão.

É então que se lembram do ouro roubado ao rio e do anel com ele forjado pelo anão Alberich, anel que dará, a quem o possuir, total Poder sobre o Mundo. E é esse anel que eles sugerem aos gigantes como paga em troca de Freia. Os gigantes aceitam a troca, mas guardam Freia como penhor, enquanto Wotan parte com Loge para as profundezas da terra em busca do anel, o anel que Wotan pretende, de fato, guardar para si próprio.




O terceiro quadro passa-se no esconderijo dos anões onde Alberich se encontra protegido por um elmo que o torna invisível, criado para ele pelo seu irmão Mime. É sob a proteção desse elmo que o anão avista Wotan e Loge sem ser visto, profetizando o seu futuro domínio sobre a própria raça dos Deuses. Wotan tenta feri-lo em vão, mas Loge usa a astúcia, e tece rasgados elogios a Alberich, ao mesmo tempo que o desafia a manifestar o seu Poder.

Alberich cai na armadilha, e, com a ajuda do elmo mágico, transforma-se sucessivamente em Dragão e em Sapo. E é sob a forma de sapo que Alberich se vê roubado do seu elmo, acabando por ser feito prisioneiro quando regressa à forma de anão.



O último quadro passa-se em Valhalla onde Wotan promete libertar Alberich em troca do ouro roubado ao rio.

Pensando que, desde que conserve o anel, nenhum mal lhe poderá acontecer, Alberich ordena ao Povo dos Anões que traga todo o ouro roubado. Só que Wotan rouba-lhe também o anel, sobre o qual o anão, desesperado, lança uma maldição dizendo que ele trará a ruína a todos quantos o possuírem. Depois regressa às entranhas da terra.

A Valhalla chegam então os Gigantes com Freia para reclamar o tesouro prometido. A eles Wotan entrega o ouro mas dispõe-se a ficar com o anel quando Erda, a antiga Deusa da Terra, o aconselha a livrar-se também dele para fugir à maldição. Wotan lança o anel sobre o ouro que entregara aos gigantes e, cumprindo-se a maldição, Fafner mata Fasolt, partindo em seguida com o ouro e o anel.



Os Deuses ficam apavorados pressentindo catástrofes futuras, e Donner, Deus das Tempestades, sobe a um rochedo no qual desfere um golpe que afasta as nuvens e faz aparecer o arco-íris. E é caminhando sobre o arco-íris que os Deuses entram na sua nova morada, não antes de Wotan guardar para si a espada abandonada por Fafner.


SINOPSE:
Cena I
A obra é iniciada com um prelúdio que representa o fluxo eterno do rio Reno, durando cerca de quatro minutos. Em sua autobiografia Mein Leben1, Wagner menciona que a ideia surgiu enquanto estava sonolento em um hotel de La Spezia na Itália. A música cresce em poder e as cortinas se levantam. No rio, as donzelas do Reno se divertem nadando no rio, estando próximas ao "Ouro do Reno". Elas são irmãs ninfas as quais Woglinde e Wellgunde são mais jovens e inconsequentes, enquanto Flosshilde é um pouco mais velha, serena e responsável que as anteriores.

Eis que surge das profundezas Alberich, um anão nibelungo, primeiramente sem ser notado pelas jovens, e então tenta cortejá-las, demonstrando interesse em tê-las para si. Por sua feiura e repulsividade, após um susto inicial por parte das jovens, elas partem para o gracejo, enfurecendo o sujeito. Em tom de brincadeira, elas chegam a ceder momentaneamente aos elogios, mas então fogem e continuam a zombaria.



Após um ponto o nibelungo cede, exausto. Descobrindo um brilho dourado vindo de uma rocha próxima, ele pergunta para as ninfas o que era aquilo, curioso também pela reação de louvor delas ao objeto. Primeiramente incrédulas com a ignorância dele, elas respondem explicando sobre o "Ouro do Reno", e que eram responsáveis por sua guarda a pedido de seu pai. Em inconsequência infantil, Woglinde e Wellgunde acabam comentando que o tal ouro pode ser transformado em um anel mágico cujo dono se torna soberano do mundo.

Flosshilde as adverte pelo comentário indevido a um estranho, mas elas reagem com desdém, justificando que somente alguém que primeiramente renunciasse o amor poderia realizar tal feito, para elas algo improvável. As jovens pensam que não há o que se preocupar com o anão, mas este enfurecido pela zombação e interessado nos poderes místicos daquele tesouro, Alberich amaldiçoa o amor, captura o ouro e retorna para as profundezas, trazendo desilusão e lamento às guardiãs.




Cena II

Os gigantes capturam Freia

Uma característica marcante também nas outras mudanças de cena, não há corte na música nem fechamento de cortinas para a transição do cenário. As águas se transformam em nuvens, e depois em uma névoa. Então, iniciando a segunda cena, é apresentado o topo de uma montanha e um imponente castelo ao fundo.

Wotan, governante dos deuses, está dormindo no topo da montanha com sua esposa Fricka. Ela acorda e percebe o castelo e sua magnificência, anunciando que sua nova residência estava construída por completo. Os gigantes Fasolt e Fafner haviam construído o palácio, e em troca Wotan havia os oferecido Freia, irmã de Fricka e deusa do amor e da juventude.

Fricka teme por sua irmã, mas, com sua típica displicência, Wotan está confiante que não terá que completar o acordo. Segue então um pequeno desentendimento entre o casal: após ter sido questionado pela esposa pelo alto preço a pagar pela obra somente em busca de poder e prestígio, Wotan questiona a isenção de sua esposa, já que a sugestão da construção do castelo havia sido dela mesmo.



 Ela esclarece que seu desejo era criar um lar para que pudessem descansar. Ele prontamente treplica, argumentando que seria inútil tentar sossegá-lo. Após ser repreendido por Fricka, que o acusa de desrespeitar as mulheres, ele a lembra de que teve que perder um olho para tê-la como esposa (desde que o Wotan é apresentado ao público percebe-se que ele usa um tapa-olho).

Freia aparece apavorada, seguida dos gigantes (rústicos e armados com clavas), e Fasolt exige o pagamento da obra terminada. A esta altura, Wotan procura por Loge (deus do fogo), porque ele conta com sua astúcia para encontrar uma solução alternativa à barganha, e foi inclusive ele um dos estimuladores do acordo, e quem havia prometido uma solução para livrar Freia. Donner (deus do trovão) e Froh (deus da primavera) aparecem para defender sua irmã, sendo impedidos por Wotan, uma vez que ele não pode impedir os gigantes pela força, e renega o acordo. Donner, Froh, Fricka e Wotan lamentam a perda de Freia e suas maçãs.



Já impacientes com a situação, os gigantes exigem Freia. Fazendo-se de desentendido, Wotan os pergunta novamente qual era o acordo, e após ser respondido, alega que sua cunhada seria um preço muito alto. Os gigantes reagem incrédulos com o comentário: Wotan é um legislador, e em sua lança, símbolo de seu poder, há inscrições sobre o pacto; ele não deveria nem cogitar a quebra de um contrato.

Entretanto, para seu alívio, Loge aparece com seu jeito irônico. Ele conta para os presentes sobre o roubo do "Ouro do Reno" por Alberich, e que o anão havia forjado um poderoso anel com aquele material. Wotan, Fricka e os gigantes se interessam pelo assunto e começam a desejar a posse do anel, quando Loge então sugere o roubo. Já Fafner exige todo o ouro como pagamento para a liberação de Freia, e os gigantes partem tendo ela como refém.



Freia tinha o hábito de cultivar maçãs douradas que, distribuídas entre seus familiares, mantinham os deuses eternamente jovens; sem elas, eles começaram a envelhecer e se enfraquecer. Para recuperar Freia das mãos dos gigantes, Wotan é forçado a seguir Loge nas profundezas da terra em busca do anel. Para os gigantes é interessante manter essa deusa longe dos seus familiares e com a fraqueza dos deuses, eles estariam sem seu jugo. Já Loge não é afetado pela falta das maçãs pois era um semi-deus, mas entendia o que estava acontecendo.

Um interlúdio orquestral começa, representando a descida de Loge e Wotan à Nibelheim, as cavernas onde moram os nibelungos. Com o cessar da orquestra, inicia um coro de dezoito bigornas, dando a noção do trabalho árduo dos anões naquela região.



Cena III
Chegando ao local, percebe-se que Alberich havia escravizado o resto dos anões de Nibelungo. Ele também havia forçado seu irmão ferreiro Meme a criar um elmo mágico, Tarnhelm, que Meme reluta em entregar ao irmão. Alberich demonstra o poder do equipamento ao tornar-se invisível.

Wotan e Loge chegam e encontram Mime gemendo de dor, que os informa sobre o término do ano e a miséria de Nibelungo sob governo de Alberich. Então eis que surge Alberich, ordenando a um grupo de escravos para que empilhem pedras de ouro. Quando eles terminam o serviço, Alberich os dispensa e descobre os dois visitantes. Envaidecido por elogios cínicos de Wotan, ele os informa sobre seus planos para governar o mundo e sobre os poderes mágicos de seu novo elmo.



Astuto, Loge o desafia a demonstrar a mágica de Tarnhelm, e o anão se transforma em um dragão. Fingindo medo e admiração, Loge então o desafia a se transformar em uma pequena criatura, argumentando que assim seria mais fácil escapar do perigo. Alberich se transforma em um sapo, sendo rapidamente capturado por Wotan e Loge e levado à superfície.



Cena IV
De volta ao topo da montanha, Wotan e Loge forçam Alberich a trocar seus pertences (o resto do ouro e o elmo) por sua liberdade.

Apesar de primeiramente relutar e ameaçar Wotan, sua mão direita é desatada, e com o anel ele ordena que seus escravos tragam todo o ouro à superfície. Ele já planejava reaver tudo posteriormente após ser libertado, com a ajuda do poder de seu anel. Após a entrega, o anão pede o retorno do elmo Tarnhelm, mas Loge nega, alegando que faz parte da quantia de resgate.

Mesmo relutando de início, acaba acatando, ponderando que seu irmão poderia construir outro igual no futuro. Então Wotan pede para que o anel também seja entregue. Alberich se recusa e decide levar até as últimas consequências, mas Wotan tira o anel do dedo do anão, colocando em seu próprio dedo. Diferente de Wotan, extasiado pelo triunfo, Alberich está devastado por sua perda, e antes de fugir lança uma maldição ao anel: até que ele retorne para suas mãos, quem não o possuir o desejará, e quem o possuir terá infelicidade e morte.




Da névoa que persiste na região, Fricka, Donner e Froh chegam e são cumprimentados por Wotan e Loge, que os mostram o ouro que libertará sua irmã. Os gigantes Fasolt e Fafner também retornam com Freia. Fricka tenta se aproximar da irmã, sendo censurada pelos gigantes raptores, ainda incrédulos com o cumprimento da ordem de resgate. Relutante a liberá-la e já apaixonado pela moça, Fasolt insiste que deve haver ouro suficiente para esconder Freia de vista, minimizando a dor da despedida.

O ouro então é empilhado por Loge (que pede ajuda a Froh para a tarefa), e Wotan é forçado a entregar também o elmo mágico para tirar sua cunhada completamente da vista. Entretanto, o gigante percebe uma abertura na pilha de ouro através da qual podia observar a dama, e exige que Wotan também entregue o anel. Loge lembra a todos que o anel é propriedade das donzelas do Reno, e que Wotan iria devolvê-lo posteriormente. Mas tomado por extrema ganância, Wotan se recusa a entregar o anel para qualquer outra pessoa, para desapontamento de Loge e dos gigantes, e estes já se preparam para deixar as terras novamente, levando Freia embora para todo o sempre.



De repente surge Erda de uma fenda do solo, deusa da terra. Ela avisa Wotan sobre um desastre iminente, e insiste para que ele evite o anel amaldiçoado. Atordoado e tocado pela mensagem, Wotan chega a pedir mais ensinamentos àquela figura, que some de maneira tão misteriosa quanto sua chegada. Ele então entrega o anel aos gigantes e Freia é liberada. A dupla de gigantes começa então a dividir o tesouro, mas há uma disputa quanto a posse do anel e a divisão do ouro.

Fasolt está indignado e pede um julgamento justo aos deuses, sendo desprezado por aqueles. Fafner então ataca Fasolt até a morte e deixa a região levando consigo toda a quantia do resgate. Horrorizado, Wotan percebe a gravidade do terrível poder da maldição de Alberich, e Fricka tenta acalmá-lo.



Por fim, os deuses preparam-se para entrar no recém construído castelo, sua nova moradia. O céu, que estava encoberto e sinistro, é limpado por um trovão lançado por Donner. Froh então cria uma ponte de arco-íris para que os presentes possam se dirigir até a porta do castelo. Wotan lidera o grupo, e nomeia o castelo Valhala. Fricka o pergunta sobre o nome, e ele responde que seu significado será revelado posteriormente se tudo ocorrer bem.

Loge, que sabe que o fim dos deuses está chegando, observa à distância os outros se dirigindo à Valhala. Ele não oculta a si mesmo os problemas que ainda vêm. Abaixo do morro, as ninfas lamentam a perda do ouro.

Wotan questiona o fato, e Loge explica sobre as ninfas. Wotan ordena que Loge as faça parar, sendo prontamente atendido pelo semi-deus, mas as jovens recomeçam o lamento. Wotan, que havia começado uma cadeia de problemas que, segundo Erda, resultaria em desastre iminente, vê em si a responsabilidade para resolver o problema. Ele então tem uma ideia para resolver a questão.























10-  Die Walküre (A Valquíria)


A Valquíria
O Anel do Niebelungo - 10ª ópera (63 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth) 14 de Agosto de 1876


Personagens
Siegmund
Hunding
Sieglinde
Wotan
Brünhilde
Fricka
Valquírias




Resumo das cenas:
O Deus Wotan teve 9 filhas da Deusa Erda, as Valquírias. Mas teve também dois filhos duma Mortal, os gêmeos Siegmund e Sieglinde, que, depois da morte da mãe, se perderam um do outro pelos caminhos da Terra.
É com o encontro entre estes dois irmãos que se inicia a ação da "Valquíria".



Durante uma tempestade, Siegmund, que foge dos seus inimigos, procura refúgio numa cabana. Quis o Destino que essa cabana fosse a morada da irmã, Sieglinde, e de Hunding, o seu marido. Os irmãos não se reconhecem e sentem-se atraídos por uma paixão irresistível.

Sieglinde dá uma bebida mágica a Hunding, que adormece, e os dois irmãos fogem, não sem que, antes, Siegmund se apoderasse duma espada que estava cravada num castanheiro. Siegmund ignora-o, mas essa espada fora ali colocada pelo Deus Wotan, seu pai, que sobre ela lançara um poderoso feitiço: quem conseguisse arrancá-la da árvore tornar-se-ia invencível.




A  ação do 2º ato passa-se num lugar agreste e rochoso onde irá travar-se o confronto entre Siegmund e Hunding, que o persegue por lhe ter raptado a mulher, Sieglinde. Informado do que se passa, o Deus Wotan encarrega uma das Valquírias, Brünhilde, a sua filha preferida, para proteger o irmão nesse duelo.

Mas Fricka, mulher de Wotan, opõe-se: ela acha que Siegmund deve pagar pelo seu crime. Wotan cede, e ordena à Valquíria que dê a vitória a Hunding. Brünhilde desobedece e Wotan vê-se obrigado a interferir no duelo: com a lança quebra a espada de Siegmund que morre às mãos de Hunding.

Desobedecendo de novo a Wotan, Brünhilde decide proteger Sieglinde levando-a consigo para o interior da Floresta. Wotan está desesperado: Siegmund, o seu filho, morreu por culpa sua. Não devia ter cedido à vontade de Fricka. Então decide vingar-se: mata Hunding e parte em perseguição da Valquíria.





O 3º ato passa-se numa região rochosa habitada pelas Valquírias.

Brünhilde chega com Sieglinde. Diz que ela vai ser mãe dum herói e aconselha-a a procurar refúgio na Floresta. Quanto a Brünhilde... desobedeceu e deverá ser castigada: Wotan tira-lhe a imortalidade e mergulha-a num sono profundo. Adormecida sobre um rochedo, protegida pelo Fogo Mágico, a Valquíria só poderá ser libertada por um Herói de coração puro.



Die Walküre
A Valquíria

A Valquíria (em alemão: Die Walküre) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a segunda parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen ("O Anel do Nibelungo"). Sua estréia ocorreu no Teatro Nacional em Munique em 26 de junho de 1870, antes mesmo do término da ciclo do Anel. Para esta obra, Wagner se inspirou na lenda nórdica da Saga de Volsunga. A parte mais popularizada é a passagem musical da Cavalgada das Valquírias, que abre a primeira cena do terceiro ato.



Sinopse

Sieglinde oferece ao exausto Siegmund hidromel para beber.
Ato I
Cena I

A obra é iniciada com personagens cujas identidades são desconhecidas, uma técnica já usada pelo autor em outras óperas fora da tetralogia do Anel, como Lohengrin. Durante uma grande tempestade, Sigmund procura abrigo na residência do guerreiro Hunding. O local é uma habitação rude, e há uma grande árvore no centro da sala. O dono da casa não se encontra no local, mas, exaurido e caindo próximo a uma lareira, Siegmund é recepcionado por Sieglinde, esposa infeliz de Hunding.

Ele lhe conta que estava escapando de seus inimigos e que agora está ferido. Após beber um pouco de hidromel oferecido pela mulher, já se direciona para a saída alegando estar amaldiçoado pelo infortúnio. Ele acrescenta que sempre leva a desgraça onde quer que vá. Entretanto, ela o convida a permanecer, justificando que ele não pode trazer infortúnio a um lar onde a má sorte já reside, em referência a sua infelicidade.





Hunding e Sieglinde hospedam Siegmund e conhecem sua história
Cena II

Ao retornar, Hunding relutantemente oferece hospitalidade ao visitante. Marcando a transição para a segunda cena, a entrada desse novo personagem é caracterizada por compassos curtos que demonstram seu caráter sombrio. Hunding se surpreende com tamanha semelhança entre sua esposa e o forasteiro. Ele começa a conversar com o hóspede, perguntando seu nome, até então desconhecido. Siegmund responde que não pode se chamar Pacífico nem Jubiloso, mas sim Doloroso.

Sieglinde, cada vez mais fascinada pelo sujeito desconhecido, pede para que ele conte sua história enquanto os homens comem. Siegmund então descreve um dia estar voltando para casa com seu pai após caçarem juntos, encontrando sua casa incendiada, sua mãe morta e sua irmã gêmea desaparecida, raptada pelo povo Neindinge (invejoso).




Ambos passam a viver na floresta, lutando contra inimigos que por vezes apareciam. Hunding então o interrompe por um momento, mencionando que já havia ouvido falar sobre rumores dessa corajosa dupla que vivia na floresta. Siegmund continua sua história, e como o povo Neindinge os perseguiu de forma que ele perdesse contato com seu pai. Nessa hora a orquestra executa o tema da Valhala, uma referência a origem do pai de Siegmund, ainda desconhecida. Agora sozinho, ele deixa a floresta e se torna um desafortunado.

Após comentário seco de Hunding, Sieglinde pergunta ao hóspede como perdeu suas armas. Ele explica que certo dia encontrou uma garota sendo forçada a se casar, e discutiu com os parentes da moça, matando seus irmãos. Entretanto, por vingança suas armas foram quebradas e a moça morta pelo restante dos familiares.





Desarmado e ferido, ele então escapou do local, chegando eventualmente à residência de Hunding. Quando Siegmund termina, Hunding revela que é um dos seus capturadores (assume-se que é um dos membros da família que quer vingança). Ele garante uma noite de hospedagem ao estranho, mas o desafia para um duelo na manhã seguinte. Hunding então deixa a sala com Sieglinde, ignorando o desconforto de sua esposa. Antes de deixar o recinto, ela indica um ponto específico da árvore em sua sala ao visitante, que não entende o significado.




Com Sieglinde, sua irmã e noiva, Siegmund empunha sua espada, Nothung

Cena III

Iniciando outra cena, anoitece. Sozinho, Siegmund lamenta sua desgraça, citando a promessa de seu pai de que ele encontraria uma espada quando precisasse (lembrar que suas armas estavam quebradas pela batalha anterior, ele não tinha no momento outras disponíveis para duelar). Ele se sente desprotegido no local, apesar da presença da mulher adorável que acabara de conhecer. Começa então a invocar Volsa pela espada diversas vezes, um nome cujo significado é entendido posteriormente. Com o apagamento da lareira, ele percebe um clarão na árvore antes indicada por Sieglinde, e questiona o que seria aquilo.




Sieglinde retorna, explicando ter drogado a bebida de seu marido com uma erva narcótica para que repousasse profundamente. Ela diz querer mostrá-lo uma arma, e começa revelando que havia sido forçada a casar-se com Hunding após ter sido raptada. Durante a festa de casamento, um velho homem com um dos olhos cobertos apareceu e encravou uma espada no tronco de uma árvore localizada no centro da sala de sua casa, que nem Hunding nem seus comparsas conseguiam retirar. (Posteriormente descobre-se que o velho homem era Wotan, seu pai.)

Ela toma conhecimento do tal velho e a que a espada se destina, e expressa seu anseio pelo herói que poderia obter a espada para si e salvá-la de sua condição atual. Após ouvir a história, Siegmund expressa seu amor pela mulher, sendo correspondido por ela, que por sua vez tenta entender de onde já o reconhece. Deduzindo que o forasteiro era seu herói, quando ele cita o nome de seu pai, Volsa, ela declara que ele é Siegmund, e que a espada era destinada especialmente para ele. A porta se abre sozinha, assustando os dois.



Siegmund então obtém a espada para si facilmente, e ela declara que é Sieglinde, sua irmã gêmea. Ele então nomeia a espada Nothung. O ato se encerra com Siegmund chamado Sieglinde por noiva e irmã, acariciando-a, e os dois partem do local.



Apressada para se encontrar com Wotan, Fricka dirige seus carneiros furiosamente
Ato II
Cena I

Wotan está nas rochas de uma montanha com Brünnhilde, uma de suas filhas valquírias. Ambos animados, ele a instrui a proteger Siegmund de um iminente ataque de Hunding (que após acordar do longo repouso proporcionado pelas drogas, estaria furioso pela ausência de sua esposa). Ela acata o pedido exclamando o brado típico das valquírias, e então percebe que Fricka está chegando rapidamente em um carro movido a carneiros. Fricka é esposa de Wotan e guardiã dos casamentos. A valquíria deixa o local. Ao chegar, claramente transtornada, Fricka exige a punição de Siegmund e Sieglinde por adultério e incesto.




Ela sabe que Wotan era pai do casal; apesar de deus, ele também é conhecido como o homem mortal Volsa. Em seu contrato de casamento, Wotan prometeu ajudá-la em todos os momentos, ele deveria cumprir mais esse tratado. Ele protesta, alegando que precisava de um herói livre (não governado por ele, o governante dos deuses) para executar seus planos.

Também alega que não vê problema na união dos dois, que foi motivada por amor. Mas Fricka replica, alegando que Siegmund não passa de um fantoche dele e não um herói livre, e censura a relação incestuosa do casal, inaceitável segunda ela, e a desonra da quebra do casamento entre Hunding e Sieglinde. Sem saída, tendo que cumprir seu contrato com a esposa, Wotan a promete cumprir sua última exigência: retirar a magia da espada de Siegmund de forma que ele perca o duelo, e que a valquíria não o ajude nessa batalha. Brünnhilde chega e Fricka parte, não antes de dizer à moça que seu pai tem algo a dizer.





Wotan e Brünnhilde discutem o destino de Siegmund
Cena II

Fricka se retira, deixando Brünnhilde com um Wotan desamparado, bem diferente de quando haviam se encontrado pela última vez. Após pedido, Wotan a explica seus problemas, primeiramente hesitante ao se abrir com a filha, o que poderia fazer com que perdesse sua figura autoritária. Ele começa desde seus impulsos que o fizeram mal uso dos tratados que legisla e a participação de Loge, o "O Ouro do Reno" e o anão Alberich, a mensagem transmitida por Erda já prevendo desastre iminente.




Inclusive, Brünnhilde é sua filha com Erda; ela e suas oito irmãs cresceram como as valquírias, damas da guerra que levam as almas dos heróis mortos para formar na Valhala um exército contra Alberich. Era uma tentativa de Wotan de reverter os fatos que estavam se sucedendo desde que ele havia sido amaldiçoado pelo anel. Neste momento, ela o interrompe momentaneamente para dizer-lhe que o exército está em boas condições, mas é avisada por Wotan que o problema ainda não era esse, havia mais a ser explicado. Ele continua, dizendo que o exército seria derrotado se Alberich tivesse posse do Anel, que no momento estava sob posse do gigante Fafner.

Usando o elmo mágico Tarnhelm, o gigante havia se transformado em um dragão, circulando pela floresta com o tesouro do nibelungo. Wotan não poderia obter o anel de Fafner através da força, pois era governante e a posse do anel estava com o gigante sob contrato, não havia nada a fazer por conta própria. Ele precisava de um herói livre para derrotar Fafner em seu lugar, uma pessoas isenta de sua influência. A valquíria chega a citar Siegmund. Entretanto, como apontado por Fricka, Wotan só consegue criar servos para si, meros fantoches como Siegmund não eram pessoas livres de fato.





Siegmund é morto por Hunding após sua espada mágica ser estilhaçada por Wotan
Severamente, Wotan ordena Brünnhilde a obedecer Fricka e assegurar a morte de Siegmund, filho de Wotan e meio-irmão da valquíria. Ela hesita, questionando as ordens contraditórias de seu pai, mas por fim acata o pedido. Ele sai, deixando-a sozinha para se preparar para o duelo que viria a seguir.




Cena III

Após fugir da residência de Hunding, o casal Siegmund e Sieglinde chega à passagem da montanha, onde Sieglinde desaba exausta e sentindo-se culpada, indigna do amor de Siegmund. Ele a conforta, afirmando que se vingará de Hunding. Ela alega começar a ouvir a perseguição de seu marido, e delira, já antevendo o duelo.




Cena IV

Brünnhilde chega de uma gruta e se aproxima de Siegmund, contando-o sobre sua morte iminente. Ela diz que sua função é se apresentar àqueles prestes a morrer, levando-os à Valhala. Os dois conversam sobre a vida que Siegmund teria nesse novo lugar, e por fim ele recusa segui-la quando descobre que Sieglinde não poderia o acompanhar.

Ela lhe diz que não resta outra alternativa, mas ele replica que não haveria como morrer tendo a espada mágica de seu pai em punho. A valquíria o esclarece que a mesma pessoa que o havia concedido a espada retirara seu poder. Siegmund revolta-se com a traição que ocorrera, clamando preferir ir ao inferno que acompanhar Brünnhilde à Valhala.

Transtornado, o guerreiro já ameaça matar sua esposa, sendo impedido pela valquíria. Impressionada por sua coragem e comovida pela situação, Brünnhilde reconsidera e concorda em proteger Siegmund, desrespeitando as ordens de seu pai. Com seus votos de bênção, ela deixa o local.





Cena V

Enquanto Siegmund contempla sua noiva repousando, Hunding chega anunciado por sua trompa, os dois discutem e Hunding ataca seu oponente. Abençoado pela imortal Brünnhilde, Siegmund reage e toma vantagem no duelo, mas Wotan aparece e estilhaça Nothung (a espada de Siegmund) com sua lança. Desarmado, Siegmund é morto por Hunding. Brünnhilde reúne Sieglinde e os pedaços da espada, e foge em seu cavalo Grane. Wotan observa muito triste seu filho morto. Em sua fúria, mata Hunding com somente um gesto, e parte em perseguição a sua filha, que havia desrespeitado sua ordem, deixando a cena ao som de um trovão.




Brünnhilde trouxe uma mulher (Sieglinde) e não um herói morto, para surpresa de suas irmãs valquírias
Ato III
Cena I

Em uma passagem musical conhecida como a Cavalgada das Valquírias (conhecida amplamente por sua utilização em outros meios), as valquírias Gerhilde, Ortlinde, Helmwige, Schwertleite, Waltraute, Siegrune, Grimgerde e Rossweisse se reúnem em uma montanha, cada uma com seu cavalo e levando um herói morto. Elas se espantam quando Brünnhilde chega trazendo consigo uma mulher viva.

Ela pede ajuda a suas irmãs, explicando a perseguição de Wotan, mas elas não ousam desafiar seu pai. Insiste, pedindo um cavalo para a moça, mas elas estão irredutíveis. Brünnhilde então decide esperar Wotan enquanto Sieglinde foge. Antes de se retirar, Brünnhilde revela que Sieglinde está grávida de Siegmund, e chama o garoto ainda não nascido Siegfried. Sieglinde agradece e parte para a floresta. Ouve-se a voz enfurecida de Wotan, e as valquírias rodeiam Brünnhilde a fim de protegê-la de seu pai.




Cena II

Wotan chega enfurecido, exigindo que as outras valquírias entreguem Brünnhilde. Apesar delas tentarem acalmá-lo, ele se enfurece ainda mais com a atitude fraternal "mortal" das moças, indignas de sua condição de valquírias. Por fim, Brünnhilde se apresenta, e Wotan a julga: ela tem seu status de valquíria retirado, tornando-se uma mortal (um grande castigo a uma valquíria), e entrará em sono mágico na montanha até que um homem a salve, tornando-se seu esposo. As outras valquírias rogam piedade, mas fogem do local após Wotan exigir que elas se retirem, ameaçando estender a punição a elas.



Wotan invoca Loge para criar o fogo mágico ao redor de Brünnhilde
Cena III

Brünnhilde suplica piedade a Wotan, ela que era sua filha favorita. Ela explica a coragem de Siegmund e sua decisão de protegê-lo, conhecendo os reais desejos de Wotan e não os impostos por Fricka. Entretanto, Wotan mantém a decisão. Já conformada com o fato de tornar-se uma mortal, ela ainda não aceita estar a mercê de um homem qualquer, sem valor. Chega a citar Siegfried.

                                        



Wotan reafirma a decisão, enfatizando que qualquer um que a acordar do sono profundo a terá como esposa. Ela insiste, pedindo que somente um bravo herói digno consiga acordá-la do sono. Apesar de resistência inicial, seu pai acaba acatando o pedido, emocionado com a situação. Wotan define que o perímetro da montanha esteja coberto por fogo mágico, de forma que somente os bravos heróis dignos do amor da ex-valquíri a encontrem.




Através do leitmotiv, ambos percebem que esta pessoa será o ainda não nascido Siegfried. Para realizar o pedido, Wotan deita Brünnhilde em uma rocha e a beija, iniciando o sono mágico. Ele invoca Loge para iniciar o círculo de fogo que a protegerá, sendo prontamente atendido. Ele então parte, citando "(…) quem teme a ponta de minha lança não passará pelo fogo"; isto é, somente pessoas livres poderão passar pelo fogo, quem não for regido pelo governante dos deuses.













No próximo, a continuação.
Levic
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