Óperas abordadas nesta postagem:
5- Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg- Tannhäuser e os cantores do torneio Wartburg
6- Lohegrin
Poucos compositores deixaram tantas marcas na história da ópera como Wagner. Ele não só revolucionou a ópera alemã, dando-lhe total independência aos moldes estrangeiros, mas transformando-a num processo inovador exportado para todo o resto do mundo. Marcadamaente, influenciou os compositores musicais do pós-Romantismo.
Na década de 1850, Wagner escreveu uma série de poemas, já com nome de Dramas Musicais e não como óperas, que mais tarde se transformariam no célebre "Der Ring des Nibelungen" (1856-1874) O Anel dos Nibelungos), a maior saga dramática que já foi posta em música.
Nessa tetralogia, formada por "Das Rheingold" (O Ouro do Reno), "Die Walküre" (A Valquíria), " Siegfried" e "Götterdämmerung" (O Crepúsculo dos Deuses) deuses, homens, gigantes e anões retratam um universo em conflito mortal. Juntas, esta tetralogia tem quase 20 horas de duração, com cada ato, por sua vez, durando mais que uma hora sem interrupção alguma do discurso musical. O Ouro do Reno, a primeira, é na verdade um prólogo, e não tem nem ao menos divisão de atos.
5- Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg- Tannhäuser e os cantores do torneio Wartburg
Wagner começou sua 5ª ópera, "Tannhäuser" que se revelaria uma constante fonte de suas preocupações. Na verdade nenhuma outra ópera de Wagner sofreu tantas mudanças como "Tannhäuser" - isto ao longo de 20 anos. O mito do Trovador dividido entre os amores da deusa Vênus e de Santa Isabel da Turíngia tornara-se uma verdadeira obsessão para Wagner, que pouco tempo antes de morrer, disse ainda estar a dever ao mundo um Tannhauser".
"Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg" é a quinta ópera de Richard Wagner, de de três atos com libreto do próprio compositor, e que estreou em 1845 em Dresden (Alemanha), no Teatro Real de Dresden no dia 19 de outubro de 1845.
Baseada numa lenda medieval, conta a história de Tannhäuser, um menestrel que se deixa seduzir por uma mulher mundana, de nome Vênus, contrariando assim a defesa do torneio dos trovadores a que ele pertence de que o amor deve ser sublime e elevado. Quando Tannhäuser defende deliberadamente o amor carnal de Vênus, é reprimido pelos trovadores e consolado apenas por Elisabeth, uma virgem que o ama muito. É-lhe dito que sua única chance de perdão é dirigir-se ao Vaticano e rogar o perdão do Papa.
Tannhäuser segue, então, numa peregrinação até Roma, mas de maneira auto-punitiva: dormindo sobre a neve, enquanto os demais estão no alojamento; caminhando descalço sobre o chão quente, passando fome, e ainda com os olhos vendados, para não ver as belas paisagens da Itália. Ao chegar diante do papa, em vez de obter o perdão, ouve o papa dizer que é mais fácil o cajado que ele segura florescer do que ele obter o perdão dos pecados, tanto no céu quanto na terra.
Com ódio da igreja, Tannhäuser volta à Alemanha completamente destruido e sem oder inserir-se à sociedade dos trovadores. Isabel em oraçõa constante sobe aos céus, rogando a Deus que perdoe o seu amado. Os trovadores voltam com a notícia de que o cajado do papa floresceu, simbolizando que um pecador obteve no céu o perdão que não obteve na Terra.
Wagner concebia a ópera como algo muito mais amplo do que a simples articulação entre músicas e cenas; pensava nela como um grande espetáculo em que a teatralidade, a arte visual, a expressão corporal, o vestuário, o cenário e demais elementos estariam conjugados num mesmo plano de igual importância.
Por ser muito aclamada no repertório orquestral, a Abertura desta magnífica obra é frequentemente apresentada como peça independente, ou seja, embora a sua função seja a de introduzir ou iniciar a ópera, sua força e beleza musicais lhe dão autonomia para que seja apresentada isoladamente como peça de concerto. Além da parte musical, Wagner também se encarregou de escrever o texto não só desta ópera, mas de todos os seus trabalhos, já que contava com um dom extraordinário como literato.
A abertura começa com uma das melodias mais memoráveis de toda a ópera: o “Coro dos Peregrinos”, um coral majestoso, bucólico, que é apresentado pelas trompas, fagotes e clarinetas. Essa mesma música será cantada no primeiro ato, por um grupo de peregrinos que cantam seus pecados na busca por um perdão. Assim, a abertura segue apresentando várias cenas que serão novamente utilizadas durante os três atos da ópera.
As cenas corais e a Bacanal no Venusberg (na versão de Paris) são heranças francesas claras, mas isso não sacrifica a unidade dramática ao mero efeito cênico. A orquestra além de fornecer uma base harmônica, enncia temas musicais que dependendo do seu caráter, desempenham uma função de comentário do texto. Houve, portanto, uma inversão. Tradicionalmente, a linha melódica principal era a da voz, à qual a orquestra servia de apoio. A aplicação da forma sinfônica à ópera conduziu Wagner naturalmente ao abandono do belcanto, que privilegia a melodia atraente e a exibição das habilidades vocais, em favor da estrutação orgânica de cada ato. E por isso chamou suas óperas de drama lírico.
SINOPSE:
1.ºAto
A ação decorre durante o Século XIII e a ópera inicia-se no Reino de Vênus, onde o Cantor Tannhäuser se havia entregue às seduções da deusa.
Já se passou mais dum ano e ele tem saudades das pequenas aventuras dos mortais, implorando, em vão, à deusa que o deixe partir - o que consegue apenas quando invoca o nome da Virgem Maria provocando o desaparecimento imediato do Reino de Vênus.
O 2º quadro passa-se num vale no sopé de Wartburg onde um jovem Pastor toca a sua flauta. Passam Peregrinos a caminho de Roma. Tannhäuser, sentindo-se pecaminoso, roga à Virgem que o absolva das suas culpas. Surge um grupo de Caçadores chefiados pelo Senhor da Turíngia, entre os quais vem Wolfram von Eschenbach, antigo amigo de Tannhäuser.
Os dois saúdam-se e o Cantor diz ao amigo que pretende partir para longe, mas Wolfram recorda-lhe que Elisabeth (Isabel), a sobrinha do Senhor da Turíngia, continua à sua espera, confiante no seu amor. Tannhäuser, sentindo-se renascer com aquela notícia, decide ficar.
2.ºAto
O 2º ato passa-se na sala dos Cantores em Wartburg onde Tannhäuser se encontra com Elisabeth que o recebe com grandes manifestações de alegria. O Senhor da Turíngia organiza um Torneio de Canto sobre o tema "definição do Amor", tendo como base para julgar quem vai ganhar o concurso é que o vencedor será o cantor que melhor descrever a essência moral do amor.
3.ºAto
O 3º ato passa-se no vale de Wartburg ao entardecer onde Wolfram, que renunciou ao amor de Elisabeth, vem com ela esperar os Peregrinos que vêm de Roma. Não vendo entre eles Tannhäuser, Elisabeth fica triste.
Ele chega finalmente e desabafa a sua amargura a Wolfram dizendo que, perante a imensidão dos seus pecados, o Santo Padre declarara que eles só seriam redimidos quando florescessem rosas no báculo papal.
Tendo perdido toda a esperança, Tannhäuser quer regressar para junto de Vênus. A imagem da deusa aparece-lhe mas desvanece-se quando Wolfram evoca o nome de Elisabeth. Com surpresa Tannhäuser vê aproximar-se um cortejo fúnebre: Elisabeth morrera de desgosto e de piedade para com o pecador, rogando a sua salvação.
Tannhäuser ajoelha perante o seu cadáver, beija-a pela última vez, e morre. Novos Peregrinos aparecem trazendo o báculo papal onde floresceram rosas, sinal de que Tannhäuser morrera purificado e perdoado.
Passagens musicais famosas
Tannhäuser é uma das poucas óperas convencionais de Wagner (com árias, recitativos, duetos, coros, etc.). Podem ser citadas como famosas as seguintes passagens:
Abertura
Dueto de Venus e Tanhäuser - "Geliebter, sag…"
Entrada dos Convidados - "Freudig begrüssen…"
Coro dos Peregrinos - "Beglückt darf nun dich…"
Ária de Wolfram - "Wie Todes Ahnung…"
Ária de Elisabeth - "Dich, teure Halle"
Finale da Ópera - "Heil! Der Gnade wünder Heil!…"
6- Lohegrin
Ópera em três atos
Libreto- Richard Wagner
Estreia
Weimar, Alemanha em 28 de agostode 1850 sob a direção de Franz Liszt
A curiosidade de Wagner em relação à lenda de Lohengrin nasce no inverno de 1841-1842. No verão de 1845, o compositor vê-se completamente mergulhado nas lendas ligadas ao Santo Graal. Lê os poemas "Perceval" e "Titurel" de Wolfram Eschenbach, e o épico anônimo "Lohengrin", numa edição de Johann Görres.
A 3 de agosto desse mesmo ano é-lhe proposta uma nova produção. Lohengrin parece a história ideal e a 27 de novembro o libreto está pronto. No verão seguinte Wagner tem já um primeiro esboço completo e inicia a orquestração pouco tempo depois, tendo finalizado a partitura no dia 28 de abril de 1848, após algumas revisões.
A estreia de Lohengrin dá-se a 28 de agosto de 1850 no teatro da corte em Weimar sob a direcção de Franz Liszt, no entanto Richard Wagner, que estava exilado na Suiça só pôde assistir à sua ópera 11 anos mais tarde, quando esta estreou em Viena.
Lohengrin é um personagem do Ciclo Arturiano. Filho de Perceval, é um cavaleiros da Távola Redonda enviado em um barco guiado por cisnes para resgatar a dama que não pergunta sua identidade. Sua história é uma versão da lenda do Cavaleiro do Cisne.
O tema da curiosidade feminina é encontrado em histórias que vão desde o velho mito de Cupido e Psique ao conto do Barba Azul. Cisnes que se transformam em pessoas são vistos nos contos de Hans Christian Anderson e dos Irmãos Grimm.
A própria lenda de Lohengrin remonta à Idade Média, e existem diversas versões tanto na Alemanha, como na França e na Inglaterra. O Lohengrin alemão apareceu pela primeira vez nas estrofes do "Parzival" de Wolfram von Eschenbach. Parsifal, o Rei do Graal, envia seu filho Lohengrin para ajudar a jovem duquesa de Brabante.
Guiado por um cisne gracioso, ele viaja até Antuérpia e casa-se com a duquesa sobre uma condição: ela nunca poderá perguntar quem ele é ou de onde veio. Quando ela quebra a sua promessa, Lohengrin deixa-a para sempre.
Entre 1283 e 1290, um anônimo discípulo bávaro von Eschenbach adaptou a história, criando o poema épico Lohengrin. O poema incluía episódios sobre as proezas de Lohengrin como um guerreiro em torneios e na batalha contra os húngaros.
Wagner interessou-se pelo tema de Lohengrin pela primeira vez durante a sua estadia em Paris, depois de ler um artigo sobre o épico escrito pelo Professor Lucas, um dos acadêmicos na Universidade de Königsberg. Tempos mais tarde recordaria "todo um mundo novo se abriu diante de mim, e apesar de não encontrar naquele momento a inspiração necessária para trabalhar este Lohengrin, sua imagem persistiu inapagável dentro de mim".
Contudo foi no verão de 1845 que Wagner iria ficar completamente vidrado no tema. Ele estava exausto por causa do seu trabalho como regente em Dresden e o seu médico recomendou-lhe repouso. Wagner decidiu seguir para as termas de Marienbad. Como leitura de verão, levou consigo os poemas "Parzival" e "Titurel" de Wolfram von Eschenbach, e o épico alemão anónimo Lohengrin.
"Ali repentinamente apareceu ante os meus olhos um Lohengrin completo em todo o seu contexto dramático; particularmente a saga do cisne - tão simbólico e com tanto significado naquele conjunto de mitos com os quais me familiarizei através dos meus estudos - exerceu uma enorme fascinação na minha imaginação".
Tentando relaxar e determinado a evitar qualquer composição, Wagner lutou contra o seu deslumbramento. Ele tentou tirar Lohengrin de sua mente brincando com a idéia de uma nova comédia sobre o tema de Os Mestres Cantores de Nuremberga. Já que era um tema cómico, Wagner imaginava realizar esboços sem muito empenho, acabando por escrever todo um rascunho daquilo que viria a ser Os Mestres Cantores de Nuremberga.
Mas nem mesmo os Mestres Cantores conseguiram impedir que Wagner pensasse em Lohengrin. Wagner escreveu que certa vez, ao entrar numa banheira em Marienbad, "fui subitamente tomado por um poderoso desejo de transcrever Lohengrin para o papel.
Em vez de passar o tempo a auto-disciplinar-me na minha banheira, pulei para fora, impaciente, e depois de alguns minutos, ainda mal vestido, corri como um louco para meu alojamento para escrever aquilo que estava na minha cabeça". Vários dias depois, Wagner completou um detalhado esboço de Lohengrin. O seu médico considerou Wagner um caso perdido. Wagner ficava tão excitado com as suas ideias que, muitas vezes era visto à noite a andar de um lado para o outro em vez de dormir.
Wagner era obcecado por um conjunto de ideias básicas que desenvolveu, adaptou e combinou durante sua carreira. Ideias musicais, filosóficas, místicas e mitológicas formavam uma complexa teia de conceitos afins à sua imaginação. À medida que os seus conceitos filosóficos e políticos evoluíam, o compositor mudava muitas vezes de opinião sobre o significado de uma imagem ou história favorita.
O tema central de Lohengrin está um tanto relacionado ao de Tanhäuser, ópera anterior. O autor do Lohengrin medieval alegava que o seu poema foi inventado por Wolfram von Eschenbach, o qual Wagner tornou personagem no seu Tannhäuser, na famosa competição que inspirou o segundo ato dessa ópera.
Com Lohengrin, Wagner começou a trabalhar com algo que o fascinaria para o resto de sua vida: o Santo Graal. De tal maneira que a sua última ópera, Parsifal, centra-se no pai de Lohengrin, o misterioso Rei do Graal.
A personagem do Rei Heinrich em Lohengrin basea-se no fundador histórico da dinastia de reis e imperadores da Saxónia, o Rei Henrique I. Nascido por volta de 876 D.C., Henrique tornou-se Duque da Saxónia após a morte de seu pai em 912 e foi proclamado rei da Germânia em 919. Ele uniu partes do antigo Franco Reino do Leste para fundar o Império Alemão da Idade Média, do qual foi soberano até sua morte em 936.
Henrique não era um imperador omnipotente, mas um "primus inter parres" (primeiro entre pares), o líder de uma confederação de poderosos ducados tribais. A sua relação com os próprios nobres era confusa - ele foi eleito rei pelos nobres de dois ducados, mas precisou de invadir outros territórios, forçando-os a aceitá-lo como rei. Os governantes de cada ducado juraram lealdade e apoio a Henrique, mas mantiveram o controlo das suas terras.
Na cena de abertura de Lohengrin, o Rei Henrique está a preparar-se para defender seu reino dos invasores húngaros, uma passagem baseada em eventos históricos. Os magiares (húngaros) foram uma ameaça para a Alemanha durante bastante tempo. Em 924, Henrique começou a pagar-lhes um tributo anual para impedi-los de invadir o seu reino.
Ele usou a paz que o tributo lhe comprou para recrutar um exército maior e treinar os seus homens nas técnicas de guerra mais modernas. Quando Henrique se negou a pagar o imposto em 933, seu exército era forte o suficiente para derrotar os magiares. Numa grande batalha, salvou seu império da invasão.
Depois de assegurar aquela fronteira, o Rei Henrique voltou suas as atenções para o Ocidente, estendendo o seu domínio aos territórios em redor e além da foz do Rio Elba. Todas as tribos germânicas estavam unidas quando Henrique morreu no dia 2 de Julho de 936. Por isso Henrique I é considerado o primeiro dos reis alemães. O seu filho e sucessor Otto foi o primeiro imperador oficial do Sacro Império Romano.
SINOPSE:
A trama é ambientada durante a primeira metade do século X no Ducado de Brabante (na atual região de Antuérpia, Bélgica, no rio Escalda).
Concepção artística da chegada do cavaleiro desconhecido à Brabante.
Ato I
O ato começa com a chegada do rei Henrique I da Germânia à região após anúncio de seu arauto para convocar as tribos alemãs para expulsar os húngaros de suas terras. O conde Friederich de Telramund age como regente do duque Gottfried de Brabante, herdeiro do trono de Brabante mas que ainda era menor de idade, e cuja irmã era Elsa de Brabante, a virgem. Gottfried havia desaparecido misteriosamente e, coagido por sua esposa Ortrud, Telramund acusa Elsa de assassinato do irmão e exige o título do ducado para si.
Rodeada de suas damas de honra surge Elsa, que, sabendo ser inocente, declara estar disposta a se submeter ao julgamento de Deus através do combate. Ela então invoca o protetor com o qual sonhou uma noite, e eis que surge no julgamento um cavaleiro num barco puxado por um cisne. A chegada havia acontecido somente após a segunda requisição do arauto. Ele aceita lutar por ela desde que ela nunca pergunte seu nome ou sua origem, proposta essa prontamente aceita. Telramund também aceita o desafio do julgamento pelo combate para provar a palavra de sua acusação.
O cavaleiro derrota Telramund num duelo, provando assim sua proteção divina e a inocência da princesa. Entretanto, poupa a vida do perdedor, declara Elsa inocente e a pede em casamento.
Ato II
O ato inicia na parte externa da catedral durante a noite. Juntos, Telramund e Ortrud lamentam sua atual situação, banidos moralmente da comunidade. Ortrud é pagã e lida com a magia, e esquema um plano de vingança para que Elsa pergunte ao cavaleiro as perguntas proibidas, fazendo com que ele vá embora.
Com as primeiras luzes da manhã, Elsa aparece na sacada, vê Ortrud no pátio, lamenta sua situação e a convida para participar da cerimônia de casamento. Sem ter sido observado, Telramund retira-se do local. Ortrud começa a conspiração, argumentando que deve haver algo na vida do cavaleiro que o envergonha, algo que o faça querer negar seu passado.
Em outra cena, a população se amontoa e o arauto anuncia que o rei ofereceu ao cavaleiro o ducado de Brabante. Ele entretanto recusa a oferta, desejando ser conhecido somente como "Protetor de Brabante". Enquanto o rei, o cavaleiro desconhecido, Elsa e suas damas de honra estavam prestes a entrar na igreja, Ortrud aparece e acusa o cavaleiro de ser um mágico, razão pela qual ele venceu a disputa, e cujo nome Elsa não sabe.
Telramund também aparece e alega ter sido vítima de uma fraude pois nem o nome de seu oponente sabe. O cavaleiro se recusa a revelar a identidade, dizendo que somente Elsa possui o direito de conhecer a resposta, nem mesmo o rei é digno. Elsa, apesar de abalada pelas alegações de Ortrud e Telramund, assegura ao cavaleiro sua lealdade e eles entram na igreja.
Ato III
A cerimônia de casamento ocorre, e os dois expressam seu amor com o outro. Mas Elsa, persuadida por Ortrud, rompe o pacto com o cavaleiro e agora seu marido, fazendo-lhe as perguntas proibidas. Na mesma cena, Telramund aparece para atacar o cavaleiro, mas é morto por ele, que então se volta para Elsa e pede que ela o acompanhe para a presença do rei, para a revelação do mistério.
Muda-se a cena, e volta-se ao local do primeiro ato. As tropas chegam para a guerra. O corpo de Telramund e trazido, e o cavaleiro explica-se perante o rei o assassinato. O cavaleiro então anuncia diante de todos sua verdadeira identidade: Lohengrin, um cavaleiro do Santo Graal, filho do rei Parsifal. Revela também que foi enviado pelo cálice, mas que era hora de retornar, tendo aparecido somente para provar a inocência de Elsa.
Para tristeza de Elsa, o cisne reaparece, indicando a ida de Lohengrin. Ele ora pela volta do irmão de Elsa, desaparecido. O cisne desaparece nas águas e reaparece na forma do jovem Gottfried, que havia sido transformado em animal pelo feitiço de Ortrud. Um pombo então aparece do céu, e assumindo o lugar do cisne guia Lohengrin de volta para o castelo do Santo Graal.
Passagens musicais famosas
Lohengrin é uma ópera que faz grande uso do leitmotiv, confirmando o início da tradição wagneriana iniciada em Der fliegende Holländer. Não há divisão da ópera em "números" (árias, duetos, trios, etc.).
Contudo, pode-se destacar como passagens famosas o prelúdio do terceiro ato e o célebre coro nupcial que o segue (Treulich geführt), bastante utilizado nas cerimônias de casamento contemporâneas.
Papéis
De acordo com a concepção de Wagner o papel de Lohengrin é assumido por um tenor, enquanto o de Elsa de Brabante é o de uma soprano. Já Friedrich de Telramund é um barítono, e sua esposa Ortrud é assumida por uma mezzo-soprano. O rei Henrique I é um baixo, assim como seu arauto. Os quatro nobres de Brabante são um misto de tenores e baixos, enquanto as quatro damas de honra são um misto de sopranos e contraltos. Gottfried, irmão de Elsa, é silencioso na obra. Está presente na obra também um coro composto pelas pessoas de Brabante que observam a trama.
Uma observação:
Em Kleve, uma cidade da Alemanha, existe uma fonte com o nome de Fonte de Lohengrin muito interessante e bonita. Esta fonte mostra um cisne puxando o cavaleiro Lohengrin longe da Princesa Beatrix e seus filhos. A fonte, desenhada por KH Seemann, tem uma localização central na cidade de Kleve, e é imperdível para todos os visitantes, especialmente durante o verão, quando a água da fonte contribui para a atmosfera animada da rua central.
A composição da fonte é baseada na lenda de Lohengrin, segundo a qual, um cisne com uma corrente de ouro em volta do pescoço, trouxe o cavaleiro Lohengrin ao pé do morro Kermisdahl, onde estava o castelo do Cisne (hoje Castelo Schwanenburg).
A princesa Beatrix, errava ao longo do Reno. Seu pai morreu, por isso ela precisava urgentemente de um marido. O cisne foi puxando o cavaleiro em um barco. Ela se apaixonou por Lohengrin, mas ele aceitou se casar com ela sob uma condição: ela nunca poderia perguntar qual o seu nome e de onde ele vinha. Ao longo do tempo, ela foi influenciada por seus filhos, para perguntar-lhe as suas origens.
Ele como resposta, lhe diz que vinha do paraíso na terra, mas, em seguida, o cisne apareceu e levou Lohengrin para a distância (representado na fonte).
A Valquiria ("Die Walküre"), o 3º ato ",The Ride of the Valkyries":
Foi construido por Luís II da Baviera no século XIX, inspirado na obra de seu amigo e protegido, o grande compositor Richard Wagner.
Levic
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